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Resumo Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade foi jornalista, cronista, funcionário público e poeta. Um dos principais expoentes da literatura brasileira no século XX, nasceu em Itabira, interior de Minas Gerais, cidade que esteve presente em seus versos durante toda a sua vida, mesmo depois de ter se mudado para o Rio de Janeiro. Se graduou em Farmácia para agradar a família, mas nunca exerceu a profissão.

Sua obra fala do individualismo, da questão da existência e do fazer poético. Já em sua fase mais social, suas poesias trazem o desejo de transformação e a solidariedade. Tendo vivido na época da Guerra Fria, podemos perceber o clima de incertezas do período em seus versos, em que muitas vezes o eu lírico aparece impotente e sem esperanças.

Com características do modernismo, como os versos livres e sem métrica, sua poesia era objetiva, concreta e apresentava uma linguagem mais popular. Como outros modernistas, incentivava a liberdade para escrever, além de colocar em seus poemas certa acidez, por meio de versos irônicos e sarcásticos.

Drummond fez parte da segunda fase do modernismo, ao lado de nomes como Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Jorge Amado, Graciliano Ramos e Érico Veríssimo. Ele também escreveu contos e crônicas, traduziu escritores estrangeiros e foi traduzido para vários idiomas. O poeta modernista foi homenageado diversas vezes, e a homenagem mais famosa provavelmente é a escultura “O Pensador”, na praia de Copacabana (RJ).

A vida de Carlos Drummond de Andrade

Ao longo de sua vida, o poeta escreveu e trabalhou para diversos jornais e publicações, como o jornal Correio da Manhã, Jornal do Brasil, Estado de Minas, A Tribuna e Diário da Tarde, entre outros. A seguir, alguns dos fatos mais marcantes de sua trajetória:

  • 1902: nasce em Itabira, filho de fazendeiros.
  • 1918: vai para Nova Friburgo (RJ), estudar em um colégio interno e é expulso no ano seguinte por “insubordinação mental”.
  • 1920: vai morar em Belo Horizonte com a família e no ano seguinte começa a escrever para o Diário de Minas.
  • 1923: começa a estudar Farmácia, em Belo Horizonte.
  • 1924: conhece Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, sendo que, posteriormente, passa a se corresponder com esse último.
  • 1925: se casa e funda “A Revista”, com Gregoriano Canedo e Emílio Moura. Também termina a faculdade de Farmácia, porém nunca exerceu a profissão.
  • 1927: seu primeiro filho, Carlos Flávio, nasce, mas vive somente meia hora.
  • 1928: nasce Maria Julieta, sua filha e grande companheira. Publica “No meio do caminho”, um de seus mais famosos poemas, na Revista de Antropofagia.
  • 1930: publica “Alguma Poesia”, sua primeira obra (500 exemplares pagos do próprio bolso).
  • 1934: se muda com a esposa para o RJ para ser chefe de gabinete do Ministro de Educação e Saúde Pública.
  • 1945: passa a trabalhar na Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN).
  • 1962: depois de 35 anos como servidor público, se aposenta da DPHAN.
  • 1982: completa 80 anos. Em comemoração, foram feitas exposições e os maiores jornais do Brasil publicaram suplementos comemorativos. Recebe da Universidade Federal do Rio Grande do Norte o título de Doutor honoris causa.
  • 1984: após 64 anos de jornalismo, se despede do Jornal do Brasil com a crônica “Ciao”.
  • 1987: em janeiro escreve seu último poema, “Elegia a um tucano morto”. É homenageado no Carnaval pela Mangueira, que vence com o samba enredo “No reino das palavras”. Sua filha Maria Julieta falece em 5 de agosto, vítima de câncer. Com isso, seu estado de saúde piora e acaba falecendo 12 dias depois, por problemas cardíacos. Foi enterrado no mesmo túmulo em que a filha, no Rio de Janeiro.

Carlos Drummond de Andrade deixou obras inéditas, publicadas após sua morte. A mais curiosa delas talvez seja “O amor natural”, lançada em 1992, com poemas eróticos que só foram descobertos após o seu falecimento.

Fases de Drummond

A carreira poética de Carlos Drummond de Andrade pode ser separada em quatro fases:

  • 1ª fase (fase gauche): marcada pelo isolamento, o pessimismo, o individualismo e a reflexão existencial. Há um desencanto com o mundo e seus escritos apresentam humor, linguagem coloquial e ironia.
  • 2ª fase (fase social): apresenta como principal característica a vontade do Drummond de participar e tentar transformar o mundo. Não há mais o pessimismo e o isolamento da 1ª fase e o poeta se mostra solidário com as mazelas do mundo.
  • 3ª fase (dividida em poesia filosófica e poesia nominal): a poesia filosófica apresentava obras refletindo temas de preocupação universal (vida e morte, por exemplo). Já a poesia nominal era cheia de aliterações e de neologismos.
  • 4ª fase ou a fase final (o tempo das memórias): as obras dessa fase trazem as recordações de Drummond. Além de tratar dos temas universais que já trazia em obras anteriores, o poeta retoma e se aprofunda nos temas da infância e da família.

This post was last modified on 2 de março de 2017 12:53

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