Resumo sobre Durkheim
Há quem considere Durkheim como um dos pais da sociologia. Nascido em abril do ano de 1858, na cidade de Épinal, em Vosges, não tardou para que os seus estudos fossem direcionados para o ramo filosófico e da sociologia, motivo pelo qual ele participou da formação dessa ciência.
A principal preocupação de Durkheim sempre foi com a criação de regras e demais estruturas para o método sociológico, com o intuito de fazer com que a ciência finalmente desenvolvesse o seu teor científico, como é o caso de outras ciências: biologia, história, química e matemática são alguns exemplos.
E para ele, se tinha algo que era tão importante assim como definir os métodos para o estudo dessa ciência, era definir também qual seria, em específico, o seu objeto de estudo. Dessa forma, Durkheim definiu que aos estudos da sociologia caberiam unicamente às pesquisas envolvendo fatos sociais, ou seja, as nossas maneiras de pensar, de agir e de sentir: coisas que são exteriores a nós indivíduos, mas que ao mesmo tempo, são capazes de provocar mudanças para nós mesmos.
As principais características expostas por Durkheim
Segundo Durkheim, todas as respostas para questões que envolvem a organização da sociedade podem ser encontradas nesses fatos sociais. E para chegar a essas respostas e realmente compreender esse objeto sociológico, seria necessário transformá-lo em uma coisa, assim como a biologia faz quando estuda um determinado vegetal, por exemplo.
Para ele, o homem não consegue chegar às respostas que deseja se simplesmente criar noções sobre as coisas que o estão rodeando: ele deve investir verdadeiramente nos fatos e nas leis que estão envoltas com a existência e com o funcionamento desse determinado conhecimento. Isso fará com que ele finalmente entenda primeiramente os fatos em seu âmbito externo, para depois, trazer isso para a sua própria consciência individual.
As regras do método sociológico
No ano de 1895 Durkheim lançou o livro “As Regras do método sociológico”, onde ele afirma que o domínio da sociologia só será possível quando compreender uma série de grupos envolvendo fenômenos. Um fato social só é reconhecido por meio da função que exerce de maneira externa, ou então, como ele é suscetível nessa função.
Sendo assim, um fato social nada mais é do que toda e qualquer coisa que consiga exercer poder sobre uma determinada sociedade. Esse fato deve ainda ter uma existência única e própria, independentemente de como ela influencie a manifestação individual de cada indivíduo. Os fatores sociais criam ainda a ordem da sociedade, que por sua vez, é criada por meio da soma entre todas as consciências individuais.
O fato social é então uma realidade que não é criada pelo indivíduo em sua consciência individual, sendo coisas que ele simplesmente não pode rejeitar. Sendo assim, regras morais, leis e demais práticas burocráticas, costumes, rituais e outros são alguns exemplos de fatos sociais que simplesmente não podem ser negados pelo indivíduo em questão.
O sistema social
Quando parte para o estudo dos sistemas sociais, o sociólogo Durkheim é bem claro ao introduzir conceitos de uma solidariedade orgânica e de outra mecânica. A orgânica é aquela que marca presença nas sociedades com maior complexidade, ou seja, ela é definida por meio da divisão e da criação de regras trabalhistas. Por outro lado, a solidariedade mecânica é aquela encontrada unicamente em sociedades primitivas, em que os indivíduos são diferentes entre si mesmo que compartilhem dos mesmos sentimentos e valores.
Quando Durkheim voltou os seus estudos para as sociedades mais complexas ele estudou também o conceito de anomia, que nada mais é do que a ausência de normas sociais. Isso porque esse modelo de sociedade tem como base a diferenciação, e nesse caso, as tarefas realizadas por cada indivíduo só correspondem as aptidões e vontades próprias de cada um deles.
Le Suicide
Outra obra de sucesso do pensador Durkheim foi “Le Suicide”, em que o sociólogo mostra quais são as causas do autoextermínio e como elas não são individuais, ou seja, contam com um fundamento de caráter social.
Nesse caso, Durkheim chegou a três tipos de suicídio, sendo o primeiro deles o egoísta, em que a pessoa se isola dos outros seres humanos. O segundo tipo é o anômico, ou seja, aquele que ocorre a partir do momento em que o indivíduo nota essa desintegração de normas, valores e regras; e por fim, há também o suicídio altruísta, aquele que é dedicado à uma causa em específico.
Já na última obra publicada por Durkheim, de nome “Les Formes élémentaires de la vie religieuse”, que na tradução literal significa “As formas elementares da vida religiosa”, ele mostra todas as origens tanto cerimoniais quanto sociais para a criação das bases religiosas. Nessa obra, Durkheim finaliza sua contribuição para a sociologia afirmando que não existem no mundo religiões falsas, e que todas elas contam com uma base fundamentalmente social. Durkheim morre em Paris, em 1917.