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Resumo sobre Lima Barreto

Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido pela maioria apenas como Lima Barreto. O jornalista e escritor brasileiro ficou reconhecido por viver uma vida solitária e boemia. Grande parte de suas obras ilustravam experiências próprias enquanto outras abordavam injustiças no âmbito social. Neste artigo faremos um breve resumo sobre Lima Barreto, sua biografia, suas principais características, obras e estilo literário.

Biografia de Lima Barreto

Lima Barreto era um homem mestiço, muito simples e boêmio. Carioca, ele nasceu em 13 de maio do ano de 1881. A influência para que se tornasse escritor e jornalista vem de seus pais: mãe professora e pai tipógrafo. Lima ficou órfão de mãe já na infância, com apenas sete anos de idade.

Estudante de engenharia da Escola Politécnica, Lima Barreto dividia seu tempo entre os cálculos e a publicação de seus textos em revistas e jornais estudantis.

Porém, as coisas começaram a mudar quando seu pai, que tinha graves problemas mentais, foi internado. Para sustentar-se, Lima trancou a faculdade e começou a trabalhar como escrevente copista da Secretaria de Guerra.

O salário ainda não era o suficiente – o que fez com que Lima Barreto começasse a distribuir textos e artigos para jornais e revistas cariocas, tais como a revista “Fon-Fon”, “Careta” e “O Malho”.

O primeiro romance do autor, que até hoje é uma de suas obras mais conhecidas, foi publicado parcialmente em 1907 pela revista carioca Floreal (fundada pelo próprio). Ele foi intitulado como “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”.

Em 1909 o mesmo romance foi editado e publicado por completo pela Editora Livraria Clássica. Dois anos depois, Lima Barreto publicou outro romance, o “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Já em 1915, uma sátira política que causou revolta e muita polêmica no Rio de Janeiro, intitulada “Numa e a Ninfa”, foi publicada.

Lima Barreto tinha familiaridade com o anarquismo e, não à toa, militou a favor do socialismo na imprensa. Seus principais objetivos eram lutar contra o preconceito racial (afinal, ele viveu isso na prática por ser mestiço) e contra a desigualdade social.

A vida de Lima Barreto, desde a morte da mãe e o adoecimento do pai, foi marcada por altos e baixos. No ano de 1914 ele chegou a ficar 60 dias internado em um hospício para tratamento da condição de alcoolismo. Além disso, também teve sérios problemas com depressão.

Já em 1919 o jornalista foi internado mais uma vez. Assim que liberado, relatou suas experiências de modo detalhado por meio da obra ‘Cemitério dos Vivos’. Também neste ano o autor publicou uma sátira da vida de Barão do Rio Branco, intitulada “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá”.

Lima Barreto morreu aos 41 anos, em novembro de 1922, na cidade que também foi o seu berço: o Rio de Janeiro. Ele foi vítima de um ataque cardíaco.

Uma curiosidade interessante é que grande parte dos escritos de Lima Barreto só foi publicada após a sua morte.

Características, estilo e principais obras de Lima Barreto

Lima Barreto deixou uma enorme ‘herança’ para os estudantes brasileiros: que até hoje estudam suas obras – seja no ensino médio, ensino superior ou até mesmo para passarem em vestibulares federais.

Ao todo, são 17 volumes – entre crônicas, contos, críticas literárias e ensaios sobre sua vida pessoal.

Sobre o estilo literário e as características linguísticas utilizadas por Lima Barreto podemos destacar:

  • Em muitas obras encontram-se críticas (explícitas ou não) sobre a República Velha, regime político instaurado no Brasil entre os anos de 1889 e 1930;
  • Lima Barreto escreveu sátiras, romances, críticas e contos. Além disso, também atuou como jornalista freelancer em várias revistas e jornais cariocas;
  • O estilo de escrita de Lima Barreto não seguia com os padrões literários para a sua época. De acordo com especialistas, o seu estilo era muito próprio: coloquial, apesar de despojado e extremamente fluente;
  • Injustiças, disparidades e desigualdades sociais sempre foram abordadas por Lima Barreto em suas obras;
  • Lima Barreto foi considerado um escritor de transição entre o modernismo e o realismo – já que usou características de ambos os estilos literários.

Entre as suas principais obras podemos destacar:

• Recordações do escrivão Isaías Caminha

Publicado parcialmente em 1907 e integralmente dois anos depois, a obra foi a primeira e também a mais famosa da carreira de escritor de Lima Barreto.

• Numa e Ninfa

Publicada no ano de 1915, a sátira política causou grande polêmica – já que Lima Barreto deixava claro seu posicionamento político contra a República Velha, regime até então instaurado em todo o Brasil.

Como já havíamos ressaltado anteriormente, algumas obras e contos de Lima Barreto só foram publicados após a sua morte. Entre as que ganharam maior repercussão destacamos:

  • Os bruzundangas (obra publicada no ano seguinte após a sua morte, mais especificadamente, em 1923);
  • Diário Íntimo (livro publicado em 1953);
  • Clara dos Anjos (obra publicada no ano de 1948).

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