O baiano de Itaparica João Ubaldo Ribeiro é considerado um dos maiores escritores brasileiros, além de jornalista, cronista e roteirista. Tanto talento conquistou o Prêmio Camões em 2008, a maior premiação da língua portuguesa.
O escritor, que possuía uma linguagem fluída, natural e acessível, teve sua vida e obra reproduzida em peças de teatro, cinema, TV e até em enredo de escola de samba. O intelectual cheio de mestrados também sabia viver com simplicidade e ouvir o povo.
João Ubaldo Ribeiro nasceu em 1941 e morreu em 2014. Era um baiano típico, mas q escolheu o Rio de Janeiro para morar, se adaptando facilmente ao modo de viver do carioca. Além de escritor e jornalista, era professor, formado em direito e fez parte da Academia Brasileira de Letras.
O escritor começou sua vida de mudanças ainda com dois meses de idade, quando saiu da Ilha de Itaparica para morar em Aracaju, Sergipe. Seu pai era um famoso advogado baiano que fundou o curso de Direito na Universidade Católica de Salvador. Sua mãe, dona de casa, teve mais dois filhos.
Por seu pai ser professor, ainda com seis anos João Ubaldo Ribeiro iniciou sua alfabetização com um professor particular, até que iniciou seus estudos e obter prazer pela leitura. Ainda criança leu toda a obra de Monteiro Lobato.
Quando estudou na cidade de Aracaju, João Ubaldo Ribeiro fazia resumos dos textos que lia para que seu pai testasse seus conhecimentos, o que exercitou sua capacidade de síntese e de absorção de ideias. Ao voltar para Salvador, estudou no Colégio Sofia Costa Pinto e no Colégio Bahia até iniciar o curso de direito na UFBA (Universidade Federal da Bahia), onde mais tarde teve a oportunidade de cursar mestrado em Ciência Política nos Estados Unidos.
Apesar de tanto estudo, João Ubaldo Ribeiro nunca trabalhou como advogado. Como jornalista, porém, começou cedo, ainda como repórter do Jornal da Bahia, para em seguida ser editor chefe na Tribuna da Bahia. Trabalhou também n’O Globo, nas publicações Frankfurter Rundschau e Die Zeit, na Alemanha, no Jornal da Bahia, n’O Estado de São Paulo, A Tarde, Jornal de Letras e O Jornal em Portugal e The Times Literary Supplement, na Inglaterra.
Chegou a fazer outros cursos de mestrado e chegou a dar aulas de Ciências Políticas na UFBA por um período de seis anos, mas não conseguiu ficar afastado do jornalismo.
Se casou com Maria Beatriz Moreira Caldas e se separou. Em 1969 se casou pela segunda vez com Mônica Maria Roters, concebendo duas filhas. Divorciado de novo em 1978, se casou com Berenice Batella em 1980 e teve mais dois filhos.
De um ávido leitor para um escritor talentoso, começou sua carreira de escritor em 1959 quando participou de uma antologia de contos baianos. Em 1961 participou de outra antologia com mais três contos, até que em 1963 escreveu seu romance Setembro Não Faz Sentido. Esse livro já foi lançado sob grande expectativa, pois contava com um prefácio escrito pelo cineasta Glauber Rocha e tinha como padrinho Jorge Amado.
Em 1971 Ribeiro lançou outro romance, Sargento Getúlio, que ganhou o Prêmio Jabuti em revelação autoral e obteve grande sucesso nas livrarias. Em 1974 lança o livro de contos Vencecavalo e o Outro Povo.
Outro livro de grande sucesso é Viva O Povo Brasileiro, lançado em 1982 e também vencedor do prêmio Jabuti. O autor navegou, ainda, pela literatura infantil, com as obras Vida e Paixão de Pandonar, o Cruel e A Vingança de Charles Tiburone. E um de seus livros, Política, ainda é adotado em universidades e faculdades.
Ele lançou também O Sorriso do Lagarto e todos os seus outros livros com tradução para outras línguas, inclusive inglês, francês, espanhol e alemão. Já com a Casa dos Budas Ditosos, João Ubaldo Ribeiro faz um texto erótico, bem-humorado e que ainda é um grande sucesso nas livrarias.
This post was last modified on 2 de junho de 2017 16:14
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