A pesca artesanal e comercial nos oceanos

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A pesca artesanal e comercial nos oceanos

A pesca é uma das mais antigas atividades humanas. Os primeiros registros históricos feitos pelo homem já demonstram a importância da pescaria naquele contexto. Alimentos oriundos da pesca também têm um grande impacto cultural, como é o caso do peixe. É, por exemplo, o símbolo do cristianismo desde os primeiros anos da religião.

A pesca artesanal e comercial nos oceanos

Existem muitas modalidades de pesca. É mais comum que pescadores utilizem apenas linha e anzol em lagos e rios, por serem materiais baratos. Mas embora seja um método simples, muitas indústrias de pescaria o usam para pescar peixes específicos, como é o caso dos palangres para capturar atuns de grande profundidade.

A pesca também tem um grande impacto nas economias do mundo todo, principalmente as dos países subdesenvolvidos. Existem grandes empresas e indústrias envolvidas em um mercado sempre em expansão. Mas a atividade também tem grande importância para povos que capturam peixes e frutos do mar apenas para a subsistência.

A pesca pode ser praticada artesanalmente e comercialmente. Continue lendo para entender a diferença entre elas.

Pesca artesanal

A atividade pesqueira exercida por um pescador e sua família, visando inicialmente o próprio consumo é chamada de pesca artesanal. Normalmente a quantidade do pescado é pequena, essencial à subsistência de um grupo familiar. Mas muitos pescadores também comercializam a parte excedente da pesca em algum comércio local.

Metade da captura global da vida marinha é obtida pela pesca artesanal. Cerca de 90% da população pesqueira está envolvida na atividade. No Brasil há quase 1 milhão de pescadores artesanais, segundo dados do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), órgão ligado ao Ministério da Pesca e Agricultura (MPA).

Os equipamentos utilizados variam de acordo com o lugar e com o objetivo da pesca. Algumas espécies precisam ser capturadas com técnicas e ferramentas específicas. Não há equipamentos sofisticados, e grande parte dos pescadores utilizam instrumentos precários. A qualidade dos utensílios utilizados na pesca é um fator importante no desempenho das técnicas. Normalmente são desenvolvidos pelos próprios pescadores, como é o caso das redes para a captura de cardumes. As embarcações utilizadas na pesca artesanal são básicas e funcionais, e normalmente não possuem locais para armazenamento com refrigeração.

No Brasil essa atividade tem grande importância para moradores de praticamente todos os estados. Devido ao seu porte continental, a região litorânea do país abriga milhares de trabalhadores que utilizam a mão-de-obra familiar para a subsistência. Mas nem sempre foi assim. Durante os primeiros séculos a atividade era rara no litoral brasileiro. Até a Revolução Industrial existia em pequena escala, não tendo muito impacto na economia local.

A pesca em cada região apresenta um conjunto de características que são definidas por fatores econômicos, sociais e ambientais. O MPA afirma que a pescaria artesanal é responsável por, no mínimo, 45% do pescado desembarcado anualmente. Esse número pode chegar a 70%, e envolve cerca de 1 milhão e meio de trabalhadores envolvidos.

Pesca comercial

Ao contrário da artesanal, a pesca comercial é feita em larga escala, utilizando equipamentos sofisticados. O objetivo principal é o lucro, principalmente advindo de espécies selvagens. Por ser uma atividade ligada à indústria, normalmente as empresas investem em pescas longe dos limites do oceano. Os barcos possuem GPS, radares e câmeras refrigeradas para armazenando do pescado.

Uma grande variedade de instrumentos é utilizada, como linhas simples, redes, corrico e armadilhas. Assim como acontece na pesca artesanal, cada região possui características que influenciam nas ferramentas e métodos.

A indústria pesqueira faz grandes pescas para capturar crustáceos, moluscos e equinodermos. Entre os animais comercializados pelo mercado mais conhecidos estão camarão, salmão, bacalhau, atum, lagosta, siri, caranguejos, lulas e mariscos. Mas especialistas afirmam que a maior parte da produção oferecida no mercado pertence a espécies reduzidas, como arenque, anchova, linguado, tainha, entre outros.

Embora pareça uma atividade exclusiva de corporações e indústrias, a pesca comercial está muito ligada a pequenos produtores e suas famílias. Existem muitas pequenas empresas familiares que buscaram se adaptar para poder continuar no mercado. Uma pesquisa dos Estados Unidos indicou que os pescadores americanos decidiram entrar na pesca comercial não por lucro, mas para sobreviverem no ramo.

Ainda que seja um segmento muito desenvolvido no mercado, as profissões relacionadas à pesca comercial estão entre as mais perigosas. Um estudo que abordou o período entre os anos 2000 e 2006 demonstraram que a pesca comercial é uma atividade com a maior taxa de mortalidade, com 115 mortes para cada 100 mil trabalhadores da área.

Outro dado que exemplifica o risco da profissão é o número de vítimas entre 1919 e 2005 no Reino Unido: foram 4.111 pescadores mortos em acidentes de trabalho. Vários fatores colaboram para essa alta taxa de mortalidade, como as condições climáticas dos lugares, a utilização de equipamentos perigosos e o extremo cansaço que afeta os pescadores, que, muitas vezes, têm um turno de trabalho de 20 horas.

O risco não é exclusivo dos humanos. Especialistas ambientais têm alertado para os impactos da indústria pesqueira no ecossistema marinho. Em razão disso, empresas investem anualmente bilhões de dólares em novas tecnologias e técnicas para reduzir os danos na natureza.

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