Diabete Gestacional
A diabetes gestacional nada mais é do que uma condição que afeta exclusivamente as mulheres grávidas, sendo ela caracterizada por altos níveis de glicose na corrente sanguínea, ou seja, por hiperglicemia.
A condição, nem tão comum nem tão rara, afeta cerca de 4% das mulheres grávidas, que a descobrem já depois de estarem grávidas.
A diabetes gestacional comumente é curada assim que o bebê nasce. Porém, mulheres que tiveram essa condição durante a gestação têm maiores propensões para desenvolvimento da diabetes do tipo 2 dentro dos próximos 10 a 20 anos – motivo pelo qual tanto o acompanhamento médico como os próprios cuidados básicos com a glicose se tornam fundamentais.
Causas e sintomas da diabetes gestacional
Não se sabe com precisão qual é o motivo para que a diabetes gestacional se desenvolva. Por outro lado, sabe-se que a diabetes “normal” ocorre quando o pâncreas já não consegue mais produzir insulina o suficiente para as demandas de nosso organismo, ou então, o contrário: quando o hormônio é resistente à insulina.
E considerando que o nosso corpo realiza a digestão visando à produção de glicose (que posteriormente entrará na corrente sanguínea), a insulina torna-se a responsável por reduzir a glicemia, permitindo que esse açúcar penetre também em nossas células. Quando esse processo natural acontece, o açúcar se transforma em fonte de energia para uso diário. Mas, caso esse hormônio esteja em falta (ou funcionando de modo errôneo), a glicose no sangue continuará a aumentar, e então, a diabetes é diagnosticada.
Durante o período da gestação, a placenta, grande responsável por ligar o bebê ao sangue da mãe, é responsável pela produção de variados tipos de hormônios. A grande maioria deles acaba sendo prejudicial à atividade da insulina em nossas células, fazendo com que haja o aumento nos níveis de açúcar na corrente sanguínea. Sendo assim, essa elevação é normal sempre após as refeições feitas pela futura mãe.
Porém, enquanto o bebê vai crescendo, a placenta continua a produzir cada vez mais hormônios, que posteriormente, bloquearão a ação da insulina. Quando a mãe tem a diabetes gestacional, os hormônios da placenta provocam um aumento tão significativo de glicose no sangue que é capaz até mesmo de afetar o bem-estar e a qualidade de vida do feto. Vale ainda destacar que a condição só se desenvolve nas mães a partir da segunda metade da gestação, que é quando a placenta produz um número verdadeiramente ‘exacerbado’ de hormônios.
E os sintomas da diabetes gestacional, quais são?
Felizmente os sintomas que caracterizam a diabetes gestacional são facilmente identificados pela mulher. São eles:
• Fome em excesso;
• Muita sede;
• Fadiga e cansaço constante;
• Muita vontade de urinar;
• Visão turva;
• Candidíase (ou cistite);
• Ganho de peso.
Sabe-se também que esses sintomas são extremamente comuns durante a gravidez, motivo pelo qual saber que eles estão atrelados a uma condição de diabetes gestacional pode não ser assim tão simples.
Para identificar a condição, o médico que faz o acompanhamento pré-natal deve solicitar o exame de glicose pelo menos 3x durante toda a gravidez. Geralmente o primeiro já é realizado após completas as primeiras 20 semanas de gravidez.
Os exames periódicos de maior importância no que se refere ao controle da glicose devem ser realizados entre a 24ª e 28ª semana de gravidez.
Fatores de risco e tratamento da diabetes gestacional
Como já vimos anteriormente, não se sabe exatamente quais são as causas pelas quais as mulheres gestantes desenvolvem essa condição. Sendo assim, mesmo que qualquer mulher possa desenvolvê-la, algumas têm maiores riscos.
Sendo assim, os fatores de risco para a diabetes gestacional são:
• Histórico na família de diabetes;
• Gestações anteriores – caso os bebês tenham nascido com peso superior a 4 quilos;
• Diabetes gestacional em outra gravidez anterior;
• Idade acima de 25 anos;
• Menor tolerância à glicose;
• Alteração na glicemia em jejum;
• Excesso de peso durante a gravidez (ou antes dela);
• Mulheres de etnias asiáticas, negras, indígenas ou hispânicas.
E o tratamento da diabetes gestacional, como funciona?
Felizmente o tratamento da condição é bem prático e envolve unicamente mudanças no estilo de vida da mãe, para que ela siga o resto da gestação de modo saudável. Sendo assim, o tratamento é baseado em uma dieta saudável aliada à prática de exercícios físicos.
No que ser refere à dieta, ela tem como principal objetivo controlar o nível de açúcar no sangue, o que consequentemente, também evita o ganho de peso. Ela limita os doces e carboidratos, e por outro lado, inclui legumes, frutas, verduras e fibras.
Já os exercícios físicos têm a função de estimularem o corpo na movimentação da glicose para as células, onde ela posteriormente será utilizada para a produção de energia.
Casos mais extremos de diabetes gestacional também podem ser controlados por meio de medicamentos ou injeções de insulina, que baixam imediatamente o nível de açúcar no sangue da gestante.