Especiação e Evolução

Biologia,

Especiação e Evolução

Especiação são teorias distintas para explicar o mesmo fenômeno, qual seja o surgimento de novas espécies, ainda que não sejam necessariamente antagônicas e, em tese, possam coexistir dentro do processo evolutivo.

Especiação e Evolução

Em resumo, a teoria que teve Charles Darwin como seu principal e mais famoso artífice atribui o surgimento de novas espécies a um processo evolutivo impulsionado pela luta em prol da sobrevivência. A seleção natural acontece a partir da capacidade que alguns indivíduos têm de se adaptar ao meio, criando condições de sobrevivência e reprodução.

A teoria da especiação trata, também, do surgimento de novas espécies a partir de uma espécie existente, mas entende que as mutações são transformações impostas por uma série de condições, basicamente a separação geográfica, o que estabelece um processo através do qual estão sujeitas a transformações diferentes, até se tornarem, com base nos critérios da especiação, espécies diferentes.

Tratar cada uma em separado parece ser a melhor forma para que cada um tire as próprias conclusões.

CONTEÚDO DESTE POST

Especiação

A especiação é, em síntese, um processo através do qual uma espécie dá origem a uma nova espécie.

Para isso, se torna imprescindível a definição correta do que vem a ser espécie. No âmbito da especiação, espécie são grupos de indivíduos que possuem característica em comum que os definem como tal. Essas características são: capacidade de gerar descendentes férteis, possuir períodos reprodutivos compatíveis e não estarem separados geograficamente.

Se as primeiras condições são bastante aceitáveis, a última não deixa de suscitar uma certa polêmica, uma vez que sustenta que dois animais, aparentemente da mesma espécie, sendo capazes de cruzar, reproduzir e gerar descendentes férteis, nem assim serão considerados da mesma espécie se estiverem separados geograficamente. Há controvérsias no meio científico.

O que parece bem verossímil é a tese de que, uma vez separados geograficamente, os grupos da mesma espécie iniciam um processo de separação. Trata-se de um processo longo, que é impulsionado pelas condições ambientais. Ambientes diferentes exercem influências e rações diferentes no sentido da seleção.

Um bom exemplo são as chamadas “espécies em anel”. Esse fenômeno deve ser descrito como a consequência da migração de grupos da mesma espécie para regiões diferentes. Os cientistas puderam observar que à medida que a distância se amplia os grupos se tornam incompatíveis. É um processo decorrente de microevoluções até a geração de uma nova espécie, o que fica comprovado pelo fato daqueles grupos mais distantes não serem capazes de reproduzir com o grupo original, ou, se ocorrer o cruzamento, os descendentes não serão férteis. Esse processo é a especiação, sendo que os grupos menos distantes não estão ainda separados por esse processo, mantendo as características que os fazem membros da mesma espécie. Isso indica que o processo sugerido pela especiação é lento, gradual, dinâmico e complexo.

Quanto ao nível de evolução, como foi abordado acima, há duas categorias de especiação: a anagênese e a cladogênese. A anagênese é a mutação progressiva da espécie, as chamadas “microevoluções”, como parte de uma adaptação evolutiva. A cladogênese é o isolamento das populações, que são levadas a se diferenciar através do tempo, levando ao surgimento de duas espécies.

Quanto aos processos, a especiação pode ser alopátrica ou simpátrica. No processo alopátrico a especiação é desencadeada pela separação geográfica das populações. No simpátrico, a especiação ocorre na mesma região, motivada por uma seleção disruptiva, causada por mutações cromossômicas ou deriva gênica.

Evolução

A evolução é o produto da combinação entre as recombinações e mutações genéticas com base no paradigma da seleção natural.

Vale, a título de introdução, esclarecer que quando Darwin publicou seus estudos sobre evolução em 1858 não eram conhecidos os mecanismos de mutação e hereditariedade, o que levou ao aprimoramento da teoria, que é chamado de neodarwinismo.

Segundo a teoria evolutiva, todos os indivíduos, em algum instante da história evolutiva, se encontram no processo evolutivo na figura de ancestrais em comum, sendo, por essa razão, descendentes modificados pela seleção natural.

Nenhum indivíduo é igual ao outro, como consequência das mutações e do cruzamento. A seleção natural é consequência da escassez, que leva à luta pela sobrevivência dos indivíduos de uma mesma população. Os sobreviventes podem transmitir aos descendentes diretos as características que lhe garantiram a sobrevivência. De um lado, esse processo leva à adaptação ao ambiente; de outro ao surgimento de novas espécies.

Uma boa forma de se ilustrara a teoria da evolução é a resistência que alguns microrganismos adquirem a determinados tratamentos aplicados a organismos infectados. Em outras palavras, eles evoluem em função das ameaças.

São três os fatores evolutivos, segundo essa teoria: mutação gênica, recombinação gênica e seleção natural.

A mutação gênica e a geração de novos alelos como consequência das alterações de bases nitrogenadas. Através da seleção natural, o novo alelo pode ser preservado caso se mostre útil.

A recombinação gênica é a mistura de genes, fruto do cruzamento entre indivíduos diversos, através do sexo. São dois os processos de recombinação gênica através da reprodução sexuada: permutação (ou crossing-over) ou segregação independente dos cromossomos.

A Seleção natural é a prevalência dos indivíduos mais aptos à sobrevivência e à reprodução. A seleção pode ser estabilizadora, onde os indivíduos médios são favorecidos, direcional, quando há mudança no ambiente, que favorece fenótipos antes desfavorecidos, e disruptiva, que é o contrário da estabilizadora e consiste no favorecimento do ambiente aos indivíduos que possuem características extremas.