A polimiosite é uma doença que faz parte do grupo das miosites, que são inflamações na musculatura. Nesse caso específico, trata-se de uma patologia de caráter crônico que acomete, aproximadamente, um indivíduo a cada 200 mil. Ela afeta o tecido conjuntivo, responsável pelo preenchimento entre os músculos, provocando dores intensas e podendo estar associada a manifestações na pele, nesse caso, chama-se dermatomiosite.
A medicina ainda não identificou com exatidão quais são as causas que provocam a polimiosite, no entanto, há um consenso entre a comunidade médica de que o desenvolvimento de tal enfermidade pode estar associado a certos vírus e doenças autoimunes, como o HIV, por exemplo. Ela é uma doença autoimune, ou seja, resulta de um fenômeno do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células do próprio organismo.
É mais comum em adultos, após os 20 anos de idade e, de acordo com as estatísticas, quando a polimiosite atinge homens, especialmente acima dos 50 anos, está vinculada a um câncer.
Essa é uma doença que não costuma afetar os órgãos internos, com exceção da garganta e esôfago, cujo acometimento é mais comum.
A fraqueza e as dores musculares normalmente começam a ser sentidas nos músculos que ficam ao redor da região abdominal e no tronco como um todo: coxas, quadris, ombro… Mesmo assim, em alguns pacientes, os sintomas irradiam bastante para outras partes do corpo e até para as extremidades, como os dedos das mãos, por exemplo.
Após identificar alguns dos sintomas relatados acima (importante ressaltar que nem sempre a doença apresenta todos os sinais), o indivíduo deve procurar um médico. Para diagnosticar a polimiosite, é possível que o profissional solicite um exame físico, pois ele serve de base para analisar a situação dos músculos.
Além disso, também costuma ser pedido um exame de sangue, que faz uma contagem de autoanticorpos e enzimas musculares. Caso estejam em excesso, é uma possível evidência de que o paciente realmente está com essa enfermidade. Para confirmar, uma alternativa é a biópsia muscular, que retira uma pequena quantidade de material do músculo do indivíduo para ser analisada em laboratório.
A ressonância magnética é uma opção de exame capaz de mostrar infecções nos músculos, portanto, alguns médicos também recomendam que ela seja feita.
Infelizmente, ainda não existe uma cura definitiva para a polimiosite, mas alguns tratamentos amenizam bastante os sintomas, para que o paciente possa conviver com ela de uma forma mais saudável. O primeiro deles é a restrição a atividades físicas, uma vez que as que impactam demais os músculos não são recomendadas.
O indivíduo diagnosticado também pode se submeter a sessões de fisioterapia, para trabalhar a força e a flexibilidade dos músculos de forma adequada, com acompanhamento profissional. Outro tratamento bem comum é o uso oral de medicamentos com corticosteroides, que reestabelece os níveis de enzimas nos músculos, aliviando os edemas e dores. Na maior parte dos casos, a dose da medicação é alta, mas por um curto período de tempo.
Quando a pessoa sofre com dificuldades para engolir e falar, pelo comprometimento da garganta, ela pode procurar um nutricionista e um fonoaudiólogo, profissionais que irão orientá-la sobre como contornar a situação.
Existem tratamentos que estão sendo testados e, se aprovados, podem ajudar pessoas com polimiosite. Um deles é a lavagem do plasma, que consiste em “limpar” o excesso de anticorpos presentes no sangue, além de imunossupressores e radioterapia. Também tem sido avaliado um medicamento quimio-terapeutico chamado Fludarabine, para tentar prevenir a formação de células malignas.
Casos de morte provocada pela polimiosite são bastante raros, mesmo assim, fazer o tratamento é essencial, porque garante mais qualidade de vida para os pacientes. E quanto antes a doença é diagnosticada, antes começam os tratamentos, assegurando que a pessoa sofra bem menos. Portanto, se você tem percebido os sintomas da doença ou se conhece alguém que tem, é muito importante procurar um médico o quanto antes.
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