Quando você ouve a palavra bactéria pensa logo em doenças, não é mesmo? As bactérias realmente causam muitas doenças como a tuberculose, tétano, antraz, cólera, pneumonia, entre outras, mas há exceções. Diversas bactérias são importantes em processos de decomposição na cadeia alimentar e no ciclo de nitrogênio. Além disso, algumas bactérias são utilizadas em processos industriais – produção de diversos alimentos, remédios (antibióticos e vitaminas), entre outros usos.
O domínio Bactéria é constituído por organismos unicelulares e procariontes (material genético fica no citoplasma). De acordo com a forma, as bactérias podem ser bacilos (formato de bastão), cocos (formato de esfera) e espirilos (formato de sacarrolha).
A reprodução das bactérias é assexuada. Pode ocorrer a divisão binária, com a duplicação do cromossomo e a célula se dividindo em duas partes, dando origem a duas bactérias iguais. Existe também o processo de esporulação. O endósporo formado pode ficar inativo por muito tempo até estar em um ambiente anaeróbico para voltar ao formato normal, infectando o hospedeiro, ser humano ou animal.
As bactérias, conforme a técnica de coloração desenvolvida pelo biólogo dinamarquês, Hans Christian Gram, são divididas em bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. A técnica Gram é importante porque possibilita saber as características da bactéria que gerou uma infecção. Dessa forma, médicos conseguem definir o tratamento adequado. Mais de 90% das bactérias gram-negativas são patogênicas.
Ao contrário, as gram-positivas não causam doenças e algumas delas podem ser utilizadas em processos industriais e químicos.
• Gram-positivas: a parede celular é formada por uma espessa membrana de peptidoglicanos. Submetidas ao cristal violeta, não perdem a coloração azul-arroxeada no processo de descoloração. As bactérias gram-positivas não são patogênicas.
• Gram-negativas: a parede celular dessas bactérias é delgada, com uma segunda camada constituída por lipídios. Submetidas à técnica Gram, mantém coloração rosa-avermelhada. Devido à presença da substância chamada LPS, as bactérias gram-negativas são patogênicas. Por terem as paredes celulares mais complexas, as gram-negativas são muito resistentes aos medicamentos, inclusive alguns tipos de antibióticos. As gram-negativas liberam as endotoxinas, que causam danos aos tecidos do corpo. A reação do sistema imunológico caracteriza-se pela febre, dor, vasodilatação e choque. Se a quantidade de endotoxinas for muito elevada, o hospedeiro corre risco de sofrer septicemia e morrer.
• As bactérias fotoautotróficas produzem seus alimentos através do processo de fotossíntese. Fazem parte desse grupo as cianobactérias.
• As bactérias anaeróbicas são foto-heterotróficas, ou seja, utilizam a luz como fonte de energia, mas não fazem fotossíntese. Retiram os alimentos do ambiente onde vivem.
• As bactérias que produzem o alimento através do processo de quimiossíntese são as bactérias quimioautotróficas, ou seja, usam a oxidação de substâncias inorgânicas compostas como fonte de energia.
• Bactérias saprofágicas, que decompõem material orgânico de origem vegetal ou animal, e as bactérias parasitas, causadoras de doenças, são quimio-heterotróficas. A fonte de energia e carbono provém das moléculas de material orgânico.
A maior parte das bactérias gram-negativas é composta pelas Proteobactérias. As mais conhecidas são as seguintes:
• Haemophilus influenzae
• Pseudomonas aeruginosa
• Escherichia coli
• Vibrio cholerae
• Helicobacter pylori
• Salmonella
• Treponema pallidum
• Shigella
O filo Proteobactérias tem mais de 200 gêneros, sendo um dos maiores do domínio Bactéria. São gram-negativas quimioheterotróficas (utilizam elementos químicos inorgânicos para obter a energia), sendo que a maior parte da parede celular dessas proteobactérias é constituída por lipopolissacarídeos. De acordo com a sequência do RNA ribossômico, as proteobactérias são divididas em 5 seções, nomeadas com letras gregas: alfa, beta, gama, delta e ípsilon.
• Alfa Proteobactérias. Fazem parte dessa seção a maior parte das bactérias fototróficas. Alguns cientistas defendem desse grupo de proteobactérias originaram-se as mitocôndrias de células eucariontes. As proteobactérias alfa podem se desenvolver rapidamente em ambientes com poucos nutrientes. Como exemplos, temos a Acetobacter (utilizada pela indústria alimentícia), a Agrobacterium (pode devastar plantações) e Rickettsia (bactéria parasita)
• Beta Proteobactérias. Esse grupo abrange bactérias aeróbicas, bem como alguns gêneros quimiolitotróficos e fototróficos. A ação das proteobactérias beta é importante para a produção de nitrito, que é uma substância química essencial para diversas funções de plantas. Atuam na fixação do azoto e oxidação da amônia. Entre as espécies de proteobactérias alfa patogênicas destacam-se o gênero Burkholderia, e a Neisseriaceae, que causa a meningoencefalite e a gonorreia. A Ralstonia é uma proteobactéria que ataca batatas e tomateiros.
• Gama Proteobactérias. O grupo de proteobactérias gama envolve organismos patogênicos causadores da cólera (Vibrionaceae), peste (Yersinia), febre tifoide e enterite (Salmonella), infecções pulmonares em indivíduos internados em hospitais (Pseudomonas aeruginosa).
• Delta Proteobactérias. Incluem-se nesse grupo as mixobactérias, que são organismos aeróbicos; e os gêneros anaeróbicos, como as bactérias que atuam na redução de enxofre (Desulfuromonas), ácido férrico (Geobacter) e sulfato (Desulfobacter, Desulfonema, Desulfococcus e Desulfovibrio).
• Ípsilon Proteobactérias. Grande parte das proteobactérias ípsilon vive no aparelho digestivo de humanos e animais. Como exemplos, desse grupo temos a Campylobacter e Helicobacter, que são patogênicas, e a Wolinella (simbionte).
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This post was last modified on 19 de julho de 2017 15:14
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