Relações Harmônicas

Biologia,

Relações Harmônicas

Os seres vivos, desde sempre, se relacionam entre si – sejam eles da mesma espécie (quando as relações são intraespecíficas) ou de espécies diferentes (em casos de relações interespecíficas). As relações ecológicas consistem exatamente nesta interação entre os seres vivos. Tais interações podem ou não serem benéficas para as espécies envolvidas.
este artigo conheceremos mais sobre as relações do tipo harmônicas, que como o próprio nome já nos dá a entender, são relações amigáveis, sem disputas, vantagens ou desvantagens para qualquer uma das espécies envolvidas.

Relações Harmônicas

Vamos lá?

Sobre as relações harmônicas homotípicas

As relações harmônicas do tipo homotípicas (ou seja, intraespecíficas), são as relações entre os seres vivos de uma mesma espécie.
Entra elas podemos destacar:

• Sociedade

A sociedade consiste na união estável de seres de uma mesma espécie em que há divisão de trabalho. Neste tipo de relação, todos contribuem, fazendo a sua parte para o bem de todos. Este é o caso de sociedades de insetos como formigas, abelhas ou cupins.

Como exemplo, trouxemos a organização do trabalho das abelhas em colmeias. O trabalho é feito por abelhas sem capacidade de reprodução (ou seja, as abelhas operárias). Elas são as responsáveis por colher o néctar presente nas folhas, alimentam as larvas e rainhas e ainda defendem a colmeia em caso de ‘ataques’.

Já a abelha rainha (fêmea fértil) é a responsável pela colocação de ovos. E os “zangões” (abelhas macho) têm como função exclusiva a fecundação das abelhas rainhas.

• Colônias

Já as colônias são associações do tipo anatômicas capazes de formar uma única unidade funcional e estrutural. Este é o caso de caravelas ou corais-cérebro, por exemplo.

Neste tipo de relação os seres vivos podem (ou não) apresentar diferenças morfológicas entre si. Quando há diferenças, as colônias são polimorfas. Quando não há, elas são isomorfas.

Neste caso, trouxemos como exemplo um recife de corais. Sua construção é realizada por milhões (sim, milhões) de pólipos, que são corais capazes de secretar esqueletos rígidos em seus arredores. Já a physalia (também conhecida como garrafa azul) é um coral formado por vários pólipos. Esse tipo de coral pode se especializar nas mais variadas funções para ajudar na colônia: pode auxiliar na alimentação, na defesa e assim por diante.

Casos isolados da colônia, tais espécies não sobrevivem – motivo pelo qual diferem das sociedades, em que os seres têm capacidade de viverem de modo isolado.

Sobre as relações harmônicas heterotípicas

Já entre as relações harmônicas heterotípicas, ou melhor, interespecíficas (com seres vivos de diferentes espécies) temos:

• Mutualismo

No mutualismo, ambas as espécies são beneficiadas após associadas entre si. A relação, no caso, se torna não só essencial como imprescindível para a sobrevivência. Um exemplo de mutualismo está no grupo de liquens, formados por algas e fungos.

Esse vínculo de dependência também é encontrado em: raízes de plantas + fungos (micorrizas) ou em grupos de protozoários e cupins.

• Inquilinismo

No inquilinismo, uma espécie utiliza outra espécie para se abrigar. Neste caso, ela é a única a se beneficiar – apesar de não trazer prejuízos para a espécie que serve como abrigo.

O “inquilino”, no caso, pode viver no interior ou sobre o hospedeiro e procura, basicamente, proteção. Espécies como as bromélias ou orquídeas são exemplos de inquilinos, que vivem em árvores grandes.

• Protocooperação

Na protocooperação temos seres vivos de diferentes espécies cooperando entre si. Porém, o mais curioso desta relação é que uma espécie não depende da outra para garantia de sobrevivência.

Um exemplo comum é a relação entre as anêmonas e peixes palhaços. Os peixes palhaços se beneficiam ao receberem proteção, enquanto as anêmonas, podem se alimentar com os restos de alimentos trazidos pelos peixes.

Outros exemplos são: relação entre a ave palito e o crocodilo africano; relação entre gado e anum; relação entre carrapatos de bois e algumas espécies de aves.

A relação entre o crocodilo africano e a ave palito, certamente, merece destaque pela forma como acontece. Os crocodilos abrem suas enormes bocas e permitem que a espécie de pássaro palito (extremamente pequena) entre e recolha vermes e restos de alimentos oriundos de suas presas.

Por um lado, o pássaro da espécie se beneficia ao conseguir alimentos. Enquanto isso, os crocodilos africanos encontram benefícios na higiene bucal. Interessante, não é mesmo?

• Comensalismo

Por fim nas relações harmônicas interespecíficas temos o comensalismo.

No comensalismo, apenas uma espécie sai beneficiada – porém, assim como acontece no inquilinismo, sem trazer malefícios para a outra. Geralmente, a associação ocorre quando um dos seres vivos se alimenta com os restos de alimentos da outra espécie.

Entre os exemplos podemos destacar a relação entre as hienas e leões; urubus e seres humanos e peixes da espécie rêmora com tubarões.

Neste último exemplo, o comensalismo ocorre da seguinte forma: peixes rêmora, pequeninos e sorrateiros, se instaram na região do ventre do tubarão e ficam presos por uma espécie de ventosa. Quando o tubarão se alimenta, sobram alguns “restos”, que os peixes rêmora se aproveitam.