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Resumo natureza humana

Pensamentos, sentimentos, reflexão… De onde vem tudo isso? Para que serve mesmo tudo isso? Bem, quanto à aplicação, jamais houve ou haverá consenso; cabe a cada pessoa manejar da melhor maneira esse complexo “ferramental”, pelo seu próprio bem e o bem dos demais. Mas para a primeira pergunta, pelo menos, há uma resposta certa: ela se chama “natureza humana”!

Em resumo, a natureza humana é a soma das características que nos tornam seres únicos na face da Terra.

Haveria uma resposta simples?

Atualmente, com a genética e a neurociência, essas questões se ampliaram. Até que ponto fatores biogenéticos, mais a influência cultural e ambiental, definem o que somos?

Há inúmeras visões e teorias que procuram definir o que é, afinal de contas, um ser humano.

Eis uma resposta comum: o desenvolvimento do raciocínio abstrato e lógico para a resolução de problemas práticos, bem como o domínio e a manipulação dos recursos materiais, nos distinguem fundamentalmente dos outros animais.

Porém, como qualquer resposta comum e automática (repetida ainda antes da Idade Moderna), ela não passa de uma pequena parte, relativa, do que de fato questionamos em nosso íntimo, em busca de um olhar que esteja o mais próximo possível da verdade.

Os múltiplos olhares sobre a natureza humana

Desde a Antiguidade, filósofos procuram interpretar e definir um conceito particular para a natureza humana. Ao longo dos séculos, ideias e concepções influentes avolumaram-se, ora desenvolvendo, ora contestando radicalmente as visões precedentes.

Começando pela Grécia Antiga, o Platonismo defendia a existência de uma alma imortal habitando o corpo humano, onde os instintos animais permanecem. Caberia aos seres humanos manter controle sobre os instintos para que fosse possível o cultivo da alma racional, por meio da contemplação do belo, da justiça e do conhecimento das ciências.

Com a chegada da morte, a alma deixaria o mundo dos sentidos físicos para retornar ao mundo das ideias. Essa dualidade entre corpo e alma influencia, mais tarde, o Cristianismo, segundo o qual a alma seria uma graça de Deus aos homens.

Para Aristóteles, o ser humano é um animal social, político e mimético (que imita usando de imaginação, criando assim a arte). A razão, segundo ele, não só o distingue, como o leva à busca do aprimoramento constante.

A natureza humana após o Iluminismo

O Iluminismo foi uma corrente de pensamento nascida na Europa do século XVIII. Em oposição aos dogmas da Idade Média (dos séculos V ao XV), ela defendia a ciência e a racionalidade como ferramentas filosóficas para a construção de uma explicação moderna para o mundo e o homem.

René Descartes (1596-1650), com sua célebre frase “cogito, ergo sub” (o popularmente conhecido “penso, logo existo”), estabelece o ato de questionar, duvidar e observar criticamente o mundo como a prova de uma existência humana. Uma vez que apenas seres pensantes podem formular pensamentos, a natureza humana seria definida fundamentalmente pela inseparatividade entre pensamento e “ser pensante”.

Hegel (1770-1831), com o emprego do método dialético, apontou como parte constitutiva da natureza humana o conflito incessante entre o homem e seu conhecimento sobre o mundo, que mudariam sempre que o homem acreditasse tê-lo enfim dominado. Assim como Descartes ou Immanuel Kant (1724-1804), ele defendia que a natureza humana, gerida pela racionalidade, estabeleceria as bases para a ordem social, sobre as quais torna-se possível o pleno desenvolvimento da inclinação humana natural para a aquisição de novos conhecimentos.

Com sua Teoria Social, Karl Marx (1818-1883), defendendo a influência dos eventos históricos e econômicos sobre o intelecto, estabeleceu que a natureza humana evolui mesmo a partir da luta constante entre classes sociais.

Já o pai da psicanálise, Sigmund Freud, acreditava que por trás desse “verniz” social e classista (da ótica marxista) ocultava-se um conflito mais primordial, de “embate” entre as figuras de “pai” e de “filho” dentro dos clãs familiares.

E a SUA natureza humana! O que ELA diz a você?

A Filosofia, a Ética, a Política, a Teologia, as Artes… Tudo aquilo que nos aproxima de uma atitude criadora frente ao mundo é o que sinaliza a nossa natureza humana. Talvez mais do que a manipulação da matéria, a consciência da morte ou a idealização do futuro, a vontade de ser parte ativa do próprio destino (o máximo que for possível) é o que nos impulsiona para chegarmos à evolução… mesmo sob o constante lembrete do mundo de que somos apenas uma parte dentro de uma cadeia natural maior, frente a qual seremos sempre mais afetados do que planejávamos, e sob a qual teremos sempre menos controle do que gostaríamos.

Compreender que sua coautoria é parte constituinte da realidade, mas que nenhuma outra natureza é menos digna aos olhos da vida, talvez seja o melhor resumo do que seja uma natureza humana que, de fato, desenvolve todo o seu potencial e, por fim, se realiza.

Resumo Escolar

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