Maior reserva de hidrocarbonetos não está na Terra, mas em Titã, a lua de Saturno

As maiores fontes de petróleo não estão em nenhum lugar do nosso planeta, mas sim em Titã, a lua de Saturno que possui as maiores reservas de hidrocarbonetos já descobertas em todo o universo – literalmente. Esqueçamos, portanto, a reserva venezuelana ou da Arábia Saudita e o pré-sal brasileiro: segundo cientistas do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, o material, que funciona como o principal constituinte do petróleo, é tão abundante por lá que literalmente chove na lua de Saturno, onde os lagos na superfície são maiores que todas as reservas de óleo e gás natural da Terra.

Formados a partir dos depósitos de matéria orgânica no fundo dos mares e lagos e da sedimentação afetada por pressões e temperaturas extremas, os hidrocarbonetos são compostos químicos com somente átomos de hidrogênio e carbono. São, portanto, substâncias da família de combustíveis como diesel, gasolina e gás natural, e servem como base essencial para tais produções: pois, em Titã, os muitos lagos e mares de sua superfície não são formados por água, mas sim por hidrocarbonetos na forma principalmente de metano e etano.

Nos últimos anos, a sonda Cassini mapeou parcialmente a superfície da lua de Saturno, e encontrou centenas lagos e mares formados por tais materiais orgânicos – de acordo com a Nasa, cada um desses pontos possui mais hidrocarbonetos que a soma de todas as reservas de gás e petróleo conhecidas na Terra. E o mesmo vale para as dunas no local comparadas ao nosso carvão: cada uma contém um volume de material orgânico centenas de vezes maiores que as reservas terrestres.

O estudo recente de dados coletados pela extinta Cassini sugere que a formação de tais bacias em Titã possa ter se dado a partir de explosões subterrâneas – e vale lembrar que uma boa parte da lua não foi mapeada, e pode conter ainda mais formações surpreendentes. Trata-se, afinal, do único satélite natural no sistema solar que possui uma atmosfera espessa, bem como o único objeto conhecido fora da Terra a apresentar lagos e mares – preenchidos, no caso, por metano e etano líquido a 179 graus Celsius abaixo de zero.