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Resumo do livro O Príncipe – Maquiavel

Nos séculos XV e XVI, existia um amontoado de cidades rivais, conflitando por autonomia, riqueza e poder. Cidades prósperas, abarrotadas de magníficos monumentos de de belas construções, produzidas por diversos artistas. Cada uma dessas cidades vivia os seus próprios conflitos internos. Maquiavel portanto, se desenvolveu em meio a um cenário violento, dissimulado, de traições, reviravoltas políticas e assassinatos.

Através de sua obra, Maquiavel queria contribuir para o processo de unificação italiana. As novas nações centralizadas politicamente passavam a dominar o mundo, enquanto que as cidades italianas, que até então eram incapazes de realizar o mesmo, parecida fadadas à decadência econômica e degeneração política. Para garantir a realização deste processo seria através de um herói, dada pela figura do príncipe. Alguém que se destacasse por possuir certa qualidades e virtudes. Que soubesse, por exemplo, como ser astuto como uma raposa e forte como um leão, a depender do momento. Alguém que possuísse a energia e a ousadia de um jovem, e ao mesmo tempo, toda a sabedoria de um ancião.

A obra O Príncipe é aparentemente simples. Por isso, acaba impedindo aos seus leitores a percepção imediata de sua complexidade e profundidade. Poucos procuram realmente captar o real sentido. Muitos, acabaram saindo com base em uma falsa leitura, proferindo disparates que imaginam estar presentes na obra. No ano de 1559, o papa Paulo IV, incluiu a obra de Maquiavel na lista de livros proibidos, chamados de Index.

Por maquiavelismo podemos entender a negação radical da moralidade crista ou qualquer outra, uma certa forma de ação que atenderia a interesses individualistas e egoístas, objetivando a conquista do poder por qualquer meio ou a qualquer custo, como por exemplo a utilização da tortura, mentira, violência, intriga, manipulação e conspiração.

O pensamento de Maquiavel

Sabendo e deixando ser o que realmente fosse preciso para atingir seus objetivos, mas o que realmente deveria mover o príncipe? Buscando o poder como um fim em si mesmo? Não. O príncipe deve agir em busca de um bem comum. Mas vivendo no meio de tantos homens maus e totalmente dissimulados, o príncipe deve saber também o momento de não ser bom. Definir a cada ocasião contra quem, quando e também como e em que medida deve se fazer uso do mal. Essas são algumas das prerrogativas daqueles que agem em política neste meio tumultuado. O príncipe deveria sempre manter a aparência de bondade e saber, por de trás da máscara, agir de acordo com a necessidade do momento, fazendo uso do mal na medida certa contra os seus inimigos. Por isso, é comum falar que o príncipe deve ser bom sempre que for possível e ser mau somente quando a situação for extremamente necessária.

O príncipe deve ser flexível, plástico e deve se adaptar as variadas circunstâncias, sendo parecido com um camaleão. Para garantir o bem comum, o príncipe deve trocar de pensamentos e de atitudes como também de máscaras e de vestes, no que estiver ao alcance do homem.

Os pensamentos de Maquiavel partiram de três princípios. O primeiro deles era de sua própria experiência com a ação política, na condição de conselheiro do Estado, função semelhante a de um diplomata, tendo por isso, a oportunidade de conviver e de aprender a partir do contato com reis, papas e príncipes, ou ainda, com demais figuras do poder.

Outra fonte de pensamento maquiavélico é o estudo sistemático do pensamento dos antigos, gregos e romanos, poetas, políticos e filósofos. O terceiro era o estudo da história propriamente dita, de seu processo contraditório e dinâmico, e principais personagens. O pensamento ‘aprender com a história para não repetir seus erros’, apesar de em pleno século XXI parecer ingênuo, já foi muito influente.

Resumo do O Príncipe: ou de todos aqueles que navegam sem uma bússola

O príncipe terá de fazer escolhas a cada momento. Apenas o conhecimento irá lhe servir como aliado confiável e, mesmo assim, isso não irá garantir de antemão bons resultados. Por mais bem informado que ele esteja, o príncipe não saberá se fez uma má ou uma boa escolha até que ele tenha efetivado sua ação. O príncipe navega sem bússola. Não tem por quem ou pelo o que se orientar. Ele aprenderá com cada escolha, com cada erro, se este não for grave o suficiente para derrubá-lo de vez. Não há nenhum Deus ou uma crença suficientemente palpáveis ou sólidos no que se escorar. Mas e se der errado? Todos acabam perdendo e principalmente, o príncipe. Existiria aí, uma certa proximidade entre o período posterior à queda do socialismo e a mentalidade renascentista. Similaridade e analogia, e não repetição. Motivo sim, para uma reflexão. Esse sentimento de liberdade e ao mesmo tempo de desamparo parece ser um traço característico de épocas de radicais transformações. Não é o que também vivemos agora?

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