Comércio Externo Brasileiro
A economia global segue com inúmeras e gradativas mudanças econômicas que constituem o cenário mundial. O comércio exterior em geral e o comércio externo brasileiro podem ser definido como a negociação entre países, incluindo a importação exportação de produtos e serviços, sendo a comercialização entre fronteiras – territoriais e internacionais. Geralmente a comercialização internacional representa grande parcela do PIB, principalmente em países exportadores.
O Brasil nunca alcançou um papel de destaque dentro do cenário econômico mundial, tendo sua principal característica dentro do comércio externo brasileiro como grande exportador de bens primários e matérias primas. A participação brasileira é muito aquém de um país emergente, principalmente na exportação de produtos. Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) o Brasil ocupava o 21º lugar em negociações de exportação, com apenas 1,6% do total mundial.
O Caráter da Exportação
Dentro do caráter de negociações econômicas a exportação surge como a saída de mercadoria de um território para outro através de um serviço de venda internacional, servindo como fonte de renda ou abatimento de dívidas para o país exportador. Existe grande competição entre países exportadores para conquistar países “clientes” dentro do mercado internacional, existindo, portanto variações entre preço, qualidade, quantidade, custos operacionais e tecnologia aplicada na produção e distribuição de produtos.
Entre os principais países parceiros para os quais o Brasil exporta seus produtos os destaques são para os Estados Unidos e a União Europeia como um todo, seguidos dos vizinhos sul-americanos Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e os asiáticos Japão, China e Coréia do Sul. Entre os principais produtos exportados pelo Brasil desde a década de 1960 – cujo caráter industrial era de 5% enquanto que em 2005 já chegava a 60% – o destaque são pra os itens primários como:
- Algodão
- Cacau
- Soja
- Açúcar
- Madeira
- Café
Hoje o panorama sofre algumas alterações, com mudanças significativas no modo de negociação com o comércio exterior, algo que ocorre desde algumas décadas atrás. Sendo mais diversificada e complexa, a economia do comércio externo brasileiro mostra algumas evoluções e avanços influenciados pela modernização industrial brasileira. Atualmente o país negocia e exportas produtos industriais e semimanufaturados que alcançam quase 65% do total de exportações, como:
- Calçados
- Suco de Laranja
- Material de Transporte
- Óleos comestíveis
- Produtos têxteis
A importação e o impacto global
Mas como o comércio externo brasileiro atua em duas vias o país também consome muitos bens que são importados internacionalmente – o que chega encarecido por conta dos impostos e tributos presentes nestas negociações. Atualmente as importações sofreram algumas alterações, se diferenciados do caráter quase que inteiramente de manufaturados. Hoje o índice de matérias primas importadas chega a 40%, abrangendo combustíveis e maquinários até produtos de informática e passando, claro, por itens alimentícios como trigo, carne e bebidas. As principais nações de onde o Brasil procura importar seus bens são a União Europeia e os Estados Unidos, além da Argentina, Venezuela, México, China e Nigéria. No entanto cabe ainda dizer que o quantitativo de importações brasileiras segue crescente, com percentual de 7% de aumento em 2014 em relação ao mesmo valor em 2012.
Como país emergente a tendência brasileira seria de avançar seus níveis econômicos, algo que começou a acontecer a partir da década de 1990, onde a balança entre as potências mundiais e os países emergentes flertou com a redução do desequilíbrio: cerca de 60% do número de exportações mundiais em 1990 cabia somente ao bloco formado por Estados Unidos, Holanda, Reino Unido, Canadá, França, Itália, Japão e Bélgica, enquanto que este total caiu para 41% em 2011. Em referência a este quantitativo dos emergentes: China, Coreia, Índia, México, Singapura, Rússia e, claro, Brasil, passou de 10% para 27% dentro da exportação mundial.
O processo de avanço econômico brasileiro frente ao cenário internacional pode ser observado a partir do sucesso do Plano Real e o regime de câmbio flutuante em 1999, devido à desvalorização da moeda. O crescimento de exportações chegou a 6% anuais e o índice do comércio exterior brasileiro continuou favorável até 2011, quando o mercado registrava crescimento de 17% ano. No ano seguinte, porém, os efeitos da crise internacional começaram a prejudicar o desempenho brasileiro – cabe dizer, no entanto que tal efeito colateral tardou a ocorrer no Brasil, uma vez que outros grandes países exportadores já haviam sofrido os efeitos da crise de 2008. O avanço brasileiro não apenas foi refreado como sofreu queda, chegando a diminuir 5% em 2013.
Atualmente o comércio externo brasileiro não chega a ser animador e balança comercial não parece ser positiva, com retração do PIB prevista de 2,81% para 2,95%. De acordo com análise da AEB o aumento de exportação de produtos industrializados e manufaturados aumentará 3,1% e 5% respectivamente. No entanto os produtos semimanufaturados caíram 2% enquanto materiais básicos sofrerão queda de 5,5%.