Resumo da Usina de Belo Monte

Geografia do Brasil,

Resumo da Usina de Belo Monte

Arquitetada na bacia do Rio Xingu, nas proximidades da cidade de Altamira, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte foi orçada inicialmente em R$ 16 bilhões, leiloada por R$ 19 bilhões e financiada por R$ 28 bilhões. O projeto já é considerado um dos maiores empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No entanto, a intenção de construí-la não é de agora: o projeto é da década de 1980 e, desde então, é marcado por vários protestos que tentam barrar a sua construção. Como forma de explicar melhor, será feito um resumo da Usina de Belo Monte sobre os seus principais aspectos.

Usina de Belo Monte

O projeto da hidrelétrica

O plano para Belo Monte: a hidrelétrica terá um reservatório principal, um canal de derivação, um vertedouro principal e duas casas de força. Abaixo, para esclarecer essa construção, será feito, baseado no resumo da Usina de Belo Monte, uma descrição geral da obra.

• Reservatório principal: com a construção da barragem principal, a calha do rio será alargada. A partir do bloqueio, as águas serão desviadas por um canal de procedência, que possui comprimento de 20 km e largura de 200 m. O novo trajeto será um reservatório que servirá de intermédio ao curso, localizado a mais ou menos 50 km do município de Altamira;
• Canal de derivação: a sua principal função será levar a água até a casa de força principal, onde estão localizadas as turbinas. O canal terá 130 m de largura, 20 km de extensão e 27 m de profundidade e irá alterar o leito original do rio;
• Vertedouro principal: o local indicado será na barragem do Sítio Pimental. Além de ajudar no funcionamento da hidrelétrica, o vertedouro também irá contribuir com a reprodução dos peixes. Para isso, será instalada uma escada que permitirá a piracema;
• Casa de força principal: o local escolhido para essa construção será o Sítio Belo Monte e terá um total de 18 turbinas hidráulicas com um vigor de 11 mil MW, já instalada e um escoamento de 13.950 m³/s, na sua força total;
• Casa de força complementar: sua edificação se dará no Sítio Pimental, juntamente com a barragem principal e será formada por seis turbinas com potência de 233,1 MW, já instalada, capacidade líquida de 11,4 m e vazão 2268 m³/s, com força total das turbinas.

Os impactos devido a sua construção

Belo Monte já é considerada a terceira maior hidrelétrica do mundo. Só perde para a chinesa Três Gargantas e para a brasileiro-paraguaia Itaipu. Na sequencia, tendo como referência o resumo da Usina de Belo Monte, serão mostradas as consequências dessa obra.

A vazão da água do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida. De acordo com os especialistas, esta alteração irá mudar todo o ciclo ecológico da região afetada, visto que a área está condicionada ao regime de secas e cheias. Para a região que for alagada permanentemente, o prejuízo será para as árvores, cujas raízes irão apodrecer. Logo, muitos peixes deixarão de comer, pois várias dessas árvores são a base da sua dieta.

Paralelo a isso, estima-se que na região seca haverá a diminuição de algumas espécies já que é na época da cheia que os peixes costumam fazer a desova. Como consequência disso tudo, haverá um impacto direto na pesca como atividade econômica e de subsistência para os povos indígenas e ribeirinhos daquela região.

Um dos principais impactos sociais está relacionado com o transporte fluvial. O Rio Bacajá, um dos afluentes da margem direita do Xingu, é o único meio que as comunidades ribeirinhas e os índios têm para chegar em Altamira. Com a construção da usina, essa ligação será interrompida e, com isso, as pessoas não poderão dispor da ajuda de médicos e dentistas, nem vender os seus peixes e castanhas.

Como se não bastasse, essa obra ainda vai implicar um caos social gigantesco. Para alguns pesquisadores, esse impacto seria devido a uma migração de aproximadamente 100 mil pessoas para a região e o deslocamento forçado de outras 20 mil. Para finalizar o resumo da Usina de Belo Monte, vai ser apresentada a viabilidade econômica dessa construção.

A obra da usina irá alterar o regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, além de afetar a flora e a fauna dos locais e contribuir para diversos impactos socioeconômicos. De acordo com especialistas, ela não poderá operar a todo vapor durante todo o ano. No período de estiagem, que dura em média seis meses, a geração ficará em torno de 4.428 MW, ou seja, metade da sua capacidade. No projeto original, esse número seria de 11.233 MW. Conclusão: o projeto, somado aos fatores sociais e ambientais coloca em dúvida a viabilidade econômica da obra.

Abaixo, dois exemplos de obras que também não deram certo:
• Usina de Balbina (AM): essa obra desalojou muitas pessoas e o abastecimento da energia elétrica para a população local não deu certo. O espaço da construção foi o Rio Uatumã e após analisar a situação, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (IMPA) decidiu pela sua desativação;
• Usina de Tucuruí (PA): totalizou um número próximo a 10 mil famílias desalojadas, entre elas indígenas e ribeirinhos. A obra inundou enormes extensões de terra e destruiu muito da fauna e da flora daquela região.