Os movimentos migratórios, chamados de migrações, dividem-se em emigrações (a saída do local de origem) e imigrações (a entrada em um novo território). O mais recorrente é falar sobre tais movimentos ocorrendo entre países, como quando os japoneses começaram a vir para o Brasil em 1908, por exemplo.
No entanto, o que vamos estudar hoje são as migrações internas no Brasil, grupos de pessoas que se deslocam, mas sem cruzar as fronteiras nacionais.
As migrações que acontecem dentro de um país podem ser classificadas da seguinte maneira:
O Brasil é um país enorme, o quinto maior do mundo, territorialmente falando. Com isso, é consequente que existam muitas diferenças entre um estado e outro e são elas que estão por trás dos movimentos migratórios internos. Esse tipo de migração existe desde o período colonial, mas começou a ser observado com maior intensidade a partir do século XX.
As diferenças econômicas são os fatores que mais impulsionam as migrações internas no Brasil, ou seja, pessoas que abandonam regiões menos favorecidas em busca de outras que consideram mais prósperas.
Ao final do século XIX, durante todo o século XX e ainda no século XXI, um dos fluxos migratórios internos mais intensos que se observa é a saída de grupos de pessoas da região Nordeste e do norte de Minas Gerais em direção ao Sudeste (especialmente São Paulo) e ao Sul. Inclusive, foi no século XX que essa migração realmente se consolidou, período em que o Sudeste e o Sul entraram em um processo de industrialização (que gerou empregos) ao passo que o Nordeste sofria com a decadência econômica. Embora continue, esse fluxo começou a diminuir nos anos 80, o que pode ser um indicativo de que as diferenças socioeconômicas tenham sido suavizadas.
No final do século XIX, o Nordeste começou a ser industrializado e a sua economia melhorou, enquanto a oferta de empregos no Sudeste e Sul diminuiu. No entanto, há de se considerar que uma tendência migratória não termina do dia para a noite, portanto, mesmo com esse novo panorama, é natural que o fluxo vá se reduzindo pouco a pouco.
Já no século XX, o movimento que mais se destaca nas migrações internas no Brasil é em direção ao Centro-Oeste e ao Norte do país, sobretudo o Amazonas. As metrópoles dessas regiões vêm apresentando uma oferta de empregos maior e são impactadas até hoje pela chamada Marcha para o Oeste, plano criado no governo de Getúlio Vargas na década de 40, que tinha o objetivo de fomentar a ocupação e o progresso do Centro-Oeste.
Essa migração sentido Centro-Oeste e Norte começou a se destacar a partir de 1970, mas não chegou a ter a mesma intensidade das que rumaram para o Sudeste e Sul anteriormente. A razão é muito simples: as migrações internas no Brasil estão realmente diminuindo, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo informações do órgão, a queda foi de 37% nos últimos 15 anos.
O Êxodo Rural no Brasil ocorreu com maior intensidade entre os anos de 1960 e 1980, entrando em declínio a partir dos anos 2000. Esse período coincide com o auge da industrialização, que leva a dois fatores: a mecanização do campo, que faz com que o trabalho do ser humano seja substituído por equipamentos agrícolas; o aumento da mão-de-obra nos centros urbanos, onde as indústrias são instaladas e precisam de grandes quantidades de pessoas para trabalhar nelas.
Entre os anos 60 e 80, o êxodo rural foi o responsável pela formação de 20% da população urbana do Brasil, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
This post was last modified on 6 de abril de 2016 15:14
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