A questão basca

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A questão basca

A questão Basca, ou ainda como alguns chamam, questão dos Bascos, começou no final do século XV e início do século XVI, quando a Espanha foi unificada. Portanto, uma grande parte da região ficou com a Espanha e outra com a França, assim os bascos ficaram sem seu próprio território. Há informações de que este povo chegou à Península Ibérica há muitos anos, cerca de 2000 a.C. e durante todo este tempo eles resistiram aos ataques de vários povos, como visigodos, mouros e até mesmo romanos. Mas mesmo assim eles conseguiram manter suas tradições, cultura, identidade, língua (o euskara) e modo de vida. Aliás, o idioma basco é o mais antigo falado atualmente na Europa, mesmo que só tenha aparecido como língua escrita no século XVI. Portanto, o mais importante da questão Basca para este povo é exatamente isto, manter sua identidade.

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Apesar de não ser exatamente reconhecido, o País Basco conta com sete regiões, que são: Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra que fazem parte do território de Hegoalde na Espanha. Já Baixa Navarra, Lapurdi e Sola fazem parte da região Iparralde na França. De forma oficial Iparralde é tido como parte do Departamento Francês dos Pirineus Atlânticos e Hegoalde é uma comunidade independente chamada de Euzkadi. Atualmente cerca de três milhões de pessoas vivem no País Basco.

Entendendo a questão Basca mais profundamente

Procurando manter sua identidade e não querendo incorporar o idioma nem os costumes de outros povos europeus, os bascos decidiram lutar para que seu território fosse reconhecido e estabeleceram um movimento nacionalista e de emancipação no século XIX, em meio à ditadura militar de Francisco Franco na Espanha, que aconteceu entre os anos de 1939 e 1975.

Como o povo Basco foi muito oprimido durante esta ditadura, pois foram proibidos de mostrar sua identidade e sua cultura para o mundo, sendo proibidos até mesmo de falar sua língua, acaba surgindo o movimento socialista denominado de ETA (Euzkadi Ta Askatana) que em Basco significa “Pátria Basca e Liberdade” e juntava vários grupos políticos que atuavam na região. No começo este grupo surgiu apenas para lutar contra a ditadura, mas com o passar dos anos ele foi ganhando força e foi ficando também cada vez mais violento, sendo taxados diversas vezes como grupo terrorista.

As primeiras vezes que a ETA executou ataques, com o apoio de parte da população basca e também da espanhola, foi porque a população viu nesse movimento uma forma de lutar contra a ditadura. Com o tempo a organização foi se tornando tão poderosa que conseguiu executar o presidente do Governo e tido como possível sucessor de Franco, Luis Carrero Blanco, em 1973. No entanto, conforme a ETA ia ficando mais violenta, ia perdendo o apoio do povo.

Porém, com a morte de Franco em 1975, a Espanha voltou a ser uma democracia e isso era para melhorar a situação do povo Basco, pois o país foi organizado como uma Comunidade Autônoma na nova constituição espanhola, mas eles não ficaram satisfeitos com isso. Nesta época surge então o partido político Herri Batasuna, que seria muito grande na ação pela autonomia do País Basco. Já a ETA intensificou sua luta armada e matou mais de 230 pessoas entre 1978 e 1981. Porém, outras organizações armadas de extrema-direita também surgiram nesta época, lutando contra a ETA.

Já nos anos 1990 vários dos líderes da ETA foram presos, o que fez com que restassem apenas 200 pessoas na organização. Porém, nem assim eles pararam de agir. No ano de 1995 tentaram executar José María Aznar que iria se tornar o primeiro-ministro da Espanha um ano depois, já em 1997 sequestram e mataram o vereador Miguel Ángel Blanco. Esse fato fez com que a população basca e espanhola rejeitasse a organização fortemente, culminando em várias manifestações e perda de simpatizantes da ETA.

Já nos anos 2000, o que se destacou com relação à questão Basca foram as eleições na Espanha, nas quais José Luis Rodríguez Zapatero foi eleito como novo presidente. Ele tentou apaziguar a situação com a ETA desde que entrou no governo, conseguindo um cessar-fogo em 2006, porém depois o movimentou voltou.

O resultado da questão basca e do radicalismo da ETA durante todos estes anos

Tudo que a ETA fez, desde o comecinho, lá no ano de 1986, foi deixar um rasto enorme de violência e muitas mortes. A conta disso? 829 pessoas mortas, mais de duas mil feridas, 46 sequestros (sendo que alguns deles chegaram a durar anos), e, além disso, a organização chegou a ameaçar de morte 41.650 pessoas.

No dia 20 de outubro do ano de 2011, a ETA anunciou que estava cessando definitivamente sua atividade armada. Porém, na época, muitas pessoas e até mesmo para o governo espanhol isso não garantia, e talvez até hoje não garanta, plena certeza de pacificação, pois esta organização já havia anunciado várias vezes o cessar-fogo e sempre acabava voltando. Desde 1981 o movimento decretou várias tréguas, porém somente oito delas foram efetivadas durante todos esses anos.

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