As modalidades de energia: O programa nuclear brasileiro
As usinas termonucleares funcionam a partir do aproveitamento da energia térmica gerada pela fissão nuclear de átomos de plutônio, tório ou urânio, para aquecer a água que, sob pressão, gira as turbinas.
A geração de energia nestas usinas é limpa, pois não libera gases para o meio ambiente, como nas outras usinas termelétricas. No entanto, existem alguns problemas. O primeiro deles é o risco de um vazamento de material radioativo. Mesmo que este risco seja, estaticamente, muito baixo, se o vazamento ocorrer, as consequências podem ser desastrosas para a vida humana e para o meio ambiente.
Outro problema que envolve o funcionamento destas usinas é a produção de lixo atômico. O urânio, material mais utilizado para a geração de energia termonuclear, após ser utilizado se transforma em um material extremamente radioativo. Este lixo tem de ser armazenado por centenas de anos, em tambores de chumbo, até se estabilizar.
No Brasil, os projetos de usinas termoelétricas ganhar força nos governos militares, que tinham a intenção de trazer esta tecnologia para dentro do país, o que parecia ser muito importante durante a época da Guerra Fria. O programa nuclear brasileiro teve início no ano de 1968, com o acordo realizado entre a empresa estatal Furnas Centrais Elétricas, que foi incumbida pela Eletrobrás de realizar o empreendimento e a empresa americana Westinghouse Electric Corporation, que forneceu os equipamentos para a usina.
O local escolhido para a construção da primeira usina nuclear brasileira foi Angra dos Reis. A usina passou a se chamar Angra 1. Sua construção foi concluída em 1982 e ela entrou em operação comercial em 1985, com uma capacidade de 600 mW.
O acordo firmado com os EUA não previa cooperação para o desenvolvimento da tecnologia nuclear dentro do país. O maior problema é que, com isto, o combustível, que é o urânio enriquecido, tem de ser sempre importado. Para tentar driblar este problema da tecnologia, o governo firmou, no ano de 1975, um segundo contrato para renovar o programa nuclear. Desta vez, o país era a Alemanha e o acordo previa a construção de oito usinas termelétricas e uma central de enriquecimento de urânio.
Das oito previstas, apenas Angra 2 e Angra 3, ambas com uma potência de 1.309 mW cada, foram iniciadas. Mas, durante a década de 80, devido à crise econômica, as obras foram paralisadas. Em 1996, o governo retomou a construção de Angra 2, concluída em dezembro de 2000, com um gasto total quatro vezes maior que o previsto. A usina de Angra 3, ainda gera muita polêmica devido aos altos custos de sua construção.
O petróleo e os seus derivados
O uso do petróleo no Brasil é centrado no transporte e na indústria. A sua utilização para a produção de energia elétrica é muito representativa.
No transporte ele é utilizado como combustível, claro que refinado, chegando aos postos na forma de gasolina ou óleo diesel. O refino do petróleo, seja ele nacional ou importado, é realizado pela Petrobras em suas refinarias, que se concentram nas proximidades dos centros consumidores, com exceção de duas refinarias privadas, a Ipiranga e a Capuava.
Cerca de 30% do petróleo consumido no Brasil é importado de países do Oriente Médio e da América Latina. Porém, tal porcentagem já foi bem maior, antes dos choques do petróleo durante a década de 70.
Até então o preço do produto no mercado mundial era baixo e a sua importação não pesava muito na balança comercial. Mas, a partir de 1973, quando aconteceu o primeiro choque, os preços dispararam, então os países do mundo que não produziam seu próprio petróleo, tiveram que buscar saídas para diminuir a importação do combustível.
No Brasil, se intensificaram as pesquisas nas bacias sedimentares, na busca de novos preços. Até então a extração se resumia à bacia sedimentar do Nordeste e ao Recôncavo Baiano, no entanto, foram feitas importantes descobertas na plataforma continental, principalmente na bacia de Campos. Hoje, esta bacia responde por 60% da produção nacional e a plataforma continental inteira por 70%.
O petróleo era, até o ano de 1995, monopólio estatal, tanto para extração quanto para refino, ficando aberta somente a comercialização. O monopólio estatal foi criado durante o segundo governo do então presidente Getúlio Vargas, no ano de 1953, juntamente com a Petrobras.
A partir de 1975, com a crise do petróleo, foram criados os contratos de risco, realizados entre empresas particulares, nacionais ou estrangeiras, e a Petrobras. Através desses contratos, as empresas interessadas poderiam realizar a prospecção e a extração do petróleo. Caso tais empresas encontrasse, o produto, seriam pagar pelos seus serviços e a Petrobras compraria o petróleo ao custo operacional de extração, caso nada encontrassem assumiriam os prejuízos.
Seguindo a tendência das privatizações e da abertura do mercado aos investimentos estrangeiros, o governo promoveu a quebra do monopólio estatal. As áreas de extração são leiloadas pelo governo e as empresas que pagarem levam a concessão para explorá-las.