Desemprego, um problema mundial: A população mundial – dinâmica demográfica

Geografia,

Desemprego, um problema mundial: A população mundial – dinâmica demográfica

O estudo da população mundial talvez seja o mais importante dentro da Geografia. Sem entendermos os sistemas socioeconômicos, o desenvolvimento industrial e urbano e a globalização não é possível estudarmos temas como a dinâmica demográfica, as condições de vida da população mundial ou as migrações internacionais.

A população de um país, ou de uma região, é o conjunto de indivíduos que ali reside, assim como a população mundial é o total de pessoas existentes no planeta. Mas, o que importa ao estudo da população mundial não é o total de habitantes, até porque, este total muda o tempo todo. A cada novo nascimento, a cada nova morte, a população revela o seu dinamismo. Este dinamismo sim, deve ser a nossa preocupação central.

A população mundial – dinâmica demográfica

O aumento ou a diminuição de uma população, assim como o ritmo com que estes se dão, dependem de alguns alimentos, principalmente a taxa de natalidade, a taxa de mortalidade e as migrações.

A taxa de natalidade mede a intensidade de nascimento, sendo calculada a partir do número de nascimentos para cada 1.000 indivíduos já presentes no conjunto da população. O mesmo cálculo é feito em relação ao número de mortos a cada mil, o que define a taxa de mortalidade. Por sua vez, as migrações são a quantidade de pessoas que entram e que saem de uma população.

A diferença entre a taxa de natalidade e a de mortalidade, define o crescimento vegetativo, ou natural de uma população. Ou seja, a quantidade de pessoas que nascem menos a quantidade das que morrem tem como resultado o crescimento da população por ela própria, isto é, descontando-se as emigrações (saída de pessoas) e as imigrações (entrada). Para falarmos sobre o crescimento da população mundial, evidentemente, não precisamos considerar as migrações, posto que ainda não existem migrações interplanetárias. Considerando-se apenas as taxas de mortalidade e de natalidade, podemos encontrar grandes variações no crescimento da população humana, as quais refletem um pouco da história da relação homem e natureza, principalmente, da luta humana por diminuir as determinações naturais sobre si.

Na maior parte das espécies animais e vegetais, e mesmo nos primórdios da espécie humana, o crescimento da população é determinado pelas leis naturais de convivência com o meio. No geral, quando uma população de indivíduos surge, ela tem grandes reservas de alimentos, uma vez que ainda é pequena e, pelo mesmo motivo, não se enquadrou completamente na cadeia alimentar, deixando de constituir, assim, uma fonte de alimentos natural de outra espécie.

Nestas condições, existe uma tendência a um acelerado crescimento inicial. A taxa de natalidade é sempre alta, uma vez que os impulsos instintivos de manutenção da espécie levam os animais a se reproduzirem o quanto puderem. Ao mesmo tempo, as taxas de mortalidade ainda são baixas, devido à disponibilidade de alimentos e à falta de predadores.

Ao longo do tempo, o crescimento da população tende a se estabilizar. Entre os fatores que determinam esta estabilização temos as limitações de alimentos impostas pelo meio ambiente, a competição por alimentos com outras espécies e a exposição aos predadores.

No caso da população humana, o processo é diferenciado. A capacidade de transformar o meio ambiente e dominar outras espécies dá aos seres humanos uma possibilidade muito maior de crescimento populacional.

Entre as ações humanas que colaboram para o aumento do crescimento populacional temos: o domínio do fogo, o desenvolvimento da agricultura, a construção das cidades e os avanços da medicina. Todos estes elementos contribuíram para diminuir as taxas de mortalidade das populações humanas, fazendo com que estas crescessem, nos últimos três séculos, a uma velocidade impressionante.

Mas a diferença entre a dinâmica populacional humana e a dos outros seres vivos não para por aí. O crescimento exagerado da população mundial vem nos trazendo muitos problemas, o que contribuiu para a tendência ao controle da natalidade. Sendo assim, os seres humanos não agem apenas por instinto na hora de ter filhos, o fundamental é o fator cultural. Isto é, fatores sociais levam ao controle intencional do número de nascimentos por parte das pessoas.

As diminuições das taxas de mortalidade, pelas conquistas técnicas e das taxas de natalidade, por transformações culturais e econômicas, mudaram bastante a dinâmica demográfica. Esta mudança pode ser verificada na teoria da transição demográfica.

A transição demográfica

As possibilidades do homem de transformar o meio natural e desenvolver a cultura são os elementos determinantes de nossa dinâmica demográfica. Se eles influenciaram a vida humana desde a Antiguidade, é após a Revolução Industrial que tal influência pode ser notada mais facilmente.

As transformações que se iniciaram na Europa, e vêm se espalhando pelo mundo desde a Revolução Industrial, podem ser resumidas no processo de destruição das sociedades tradicionais e criação de sociedades modernas, sejam estas ricas ou pobres.

Nas sociedades tradicionais agrárias, anteriores à industrialização e à urbanização, a dinâmica demográfica tinha algumas características próprias.