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A moeda no Brasil Colônia

Em uma economia capitalista, o principal meio de troca é a moeda. Sendo assim, a colonização brasileira também seria demarcada pelas intervenções mercantilistas, que visavam à expansão dos negócios portugueses. No entanto, não existia, no território interno, uma moeda brasileira. Então, como o comércio acontecia?

Durante a época colonial, conforme apresentam alguns relatos históricos, poucas eram as moedas em circulação no Brasil. E, quando circulavam, a grande maioria era fabricada em Portugal. Por isso, os primeiros anos do século XVI são marcados pela economia de trocas. O açúcar, por exemplo, era uma das formas de pagamento usadas pelos moradores da colônia.

Antes disso, porém, é preciso entender quais as principais características do Brasil colonial. O período é marcado com os primeiros povoamentos, que ocorreram por volta de 1530 e vai até 1815, quando o território foi elevado à categoria de Reino Unido com Portugal.

Economia de troca predominou durante período colonialista brasileiro e açúcar era moeda

A monocultura domina a economia dessa fase, juntamente com a mão de obra escrava e o latifúndio. Como o Brasil recebeu a invasão de outros países, a exemplo de Holanda e França, era a moeda deles que circulava nas áreas em que dominavam. Outro ponto característico do período é que a moeda do Brasil colônia custava o quanto pesava. Por isso, o valor nominal nem sempre correspondia ao valor inerente e muitas nem carregavam valores estampados.

A moeda-mercadoria foi o primeiro dinheiro, de fato, posto em circulação no território brasileiro. Mas como a economia de trocas dominava grande parte do comércio realizado por aqui, o açúcar ganhou dimensões de moeda. Em 1614, Constantino Menelau, que governava o país, ordenhou que o açúcar seria válido como dinheiro. Outros produtos também possuíam valor de moeda, como o algodão, o fumo e a madeira.

Moedas metálicas, de cobre, prata e ouro, vieram para o Brasil através da colonização portuguesa. Também era costume utilizar o real, então moeda portuguesa. Por isso as coisas eram contadas em “réis”. Com a invasão da Holanda ao Nordeste, eles iriam cunhar as primeiras moedas. Essas eram feitas com ouro e estampavam o nome Brasil. Em 1568, D. Sebastião I ordenaria que alguns cobres passassem a circular como moeda no Brasil Colônia.

Mas somente 75 anos depois foi que D. João IV solicitou que as patacas espanholas recebessem contramarcas, o que aumentava o valor. Foi daí que vieram os carimbos coroados. No entanto, essas moedas eram hispano-americanas, o que as impossibilita de serem consideradas moedas, definitivamente, do Brasil.

Economia de troca predominou durante período colonialista brasileiro e açúcar era moeda

Quando Pedro II de Portugal (não confundir com D. Pedro II) governava, em 1694, a moeda no Brasil Colônia ganha uma nova dimensão. É que ele inaugura a Casa de Moeda, que tinha como principal intuito colocar uma ordem na bagunça monetária que se instalara no país. No ano seguinte, cunha-se a moeda que receberia o nome de Padrão Franco, feito em prata.

Como não existia refino de prata por aqui, a nova safra de moeda no Brasil Colônia foi produzida com o derretimento de outras antigas. A Casa da Moeda foi instalada, primeiramente, na Bahia. Depois mudou-se para o Rio de Janeiro, Pernambuco e, em seguida, voltou ao Rio de Janeiro.

No decorrer dos anos, o comércio foi se modificando, principalmente em decorrência da circulação da moeda colonial de ouro e prata. Nesse momento, porém, surgiu a necessidade de se ter moedas miúdas que facilitassem na hora do troco. Algumas moedas cunhadas pela Coroa portuguesa, em Angola, vieram para o Brasil e passaram a servir como troco.

Teve um período na história da moeda no Brasil Colônia que ficaria conhecido como Numismático. As moedas dessa fase chamavam a atenção pela beleza, riqueza e diversidade. É dessa época a Série J, que tinha como finalidade ajudar na hora de se fornecer o troco do ouro, principalmente na área de Minas Gerais. Mais tarde, nos anos de 1789, surgem novas emissões da Série J.

Quando a corte chega ao Rio de Janeiro, traz consigo os privilégios a que estava acostumada. Isso aumenta os gastos e faz com que os governantes apelem a um recurso tradicional: aumenta-se o valor das moedas que estavam em circulação.

Como a Coroa necessitava de mais recursos, a ideia foi a invenção do Carimbo Minas, o que novamente elevava o valor de alguns pesos hispano-americanos. Tempos depois viria o Patacão, uma das mais requisitadas pelos colecionadores.

Uma infinidade de moedas foi cunhada ao longo da história do Brasil Colonial. Com o passar dos anos, porém, a simples cunhagem já não era capaz de atender à demanda da Colônia. Novamente, cria-se a iniciativa de estabelecer Casas de Fundição, responsáveis por transformar o ouro em pó em barras. Desse processo, a Coroa conseguia obter a quinta parte, dando nome à coleta que ficou conhecida como imposto do Quinto.

Nenhuma dessas iniciativas, porém, foram suficientes para conter os gastos da Corte, aliados à falta de metais para a fundição de novos pesos. Então, em 1810, nasce o Banco do Brasil, que emite para circulação as primeiras moedas de papel.

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