Arthur Bernardes, mineiro da cidade de Viçosa, foi vereador, deputado federal, governador de Minas Gerais e Presidente do Brasil entre os anos de 1922 e 1926. Seu governo foi marcado por grande instabilidade política em todo seu mandato.
Representante máximo do poder oligárquico, reagiu com repressão às oposições ao seu governo. Eleito através de consensos e muita rivalidade, teve como fatos mais marcantes da sua época como presidente a Semana de Arte Moderna, o tenentismo, a Revolução Gaúcha e a repressão aos movimentos operários do país.
Nascido em 1875 na cidade de Viçosa, Minas Gerais, Arthur da Silva Bernardes é filho de um promotor de justiça português e de uma brasileira. Cursou direito nas cidades de Ouro Preto e São Paulo, e após se formar casou com Célia, filha de um político e senador famoso da região, de quem virou herdeiro político e aprendeu tudo que precisava para começar a vida política.
Em 1905 se tornou vereador de Viçosa e Presidente da Câmara Municipal, de onde saiu após se eleger para deputado federal no ano seguinte, em 1907. Em 1918 para ser presidente de Minas Gerais – na época, não existia o cargo de governador e sim de presidente de estado.
Um acontecimento em especial marcou sua vida e trajetória. Com a morte de seu sogro, acabou se tornando herdeiro não só de seus bens, mas também da diretoria do Jornal Cidade de Viçosa, onde pode publicar matérias assinadas sobre seus pensamentos e intuitos políticos. O sogro também deu a ele nome e posição de destaque na política da Zona da Mata, região de Minas de maior prestígio, onde após sua morte o substituiu na liderança local.
Até que se tornasse presidente de Minas Gerais, Arthur Bernardes passou por uma série de conflitos, indicações e negociações para ser o candidato do então presidente de estado Delfim Moreira, com o apoio do presidente da República Venceslau Bras.
Seu governo em Minas foi de autoritarismo e renovação, onde lutou contra o conhecido comando dos “coronéis” através de um estrelado secretariado com nomes como Raul Soares, Afonso Pena Júnior, Afrânio de Melo Franco, João Luis Alves e Clodomiro de Oliveira. Valorizou em especial a Zona da Mata e a economia do café, diminuiu o imposto da sua exportação como também do gado e de cereais. Também aumentou o mandato dos vereadores para mais um ano, proibiu os empregos vitalícios, a concessão de aposentadorias e pensões entre outras leis.
Construiu 1500 km de estradas de rodagem, seis foros e cinco cadeiras. Criou a Escola Agrícola e de Medicina Veterinária de Viçosa, que hoje é uma Universidade de referência no país. Construiu 13 grupos escolares em todo o estado e 421 escolas. Ampliou a Faculdade de Medicina de Belo Horizonte e criou o Instituto de Química Industrial. Também fez o Instituto de Rádio em combate ao câncer e o Hospital Neuropsiquiátrico Raul Soares.
O nome de Arthur Bernardes para ser presidente do Brasil começou a ser mencionado a partir do Governo de Rodrigues Alves, que foi substituído após sua morte por Delfim Moreira. Rodrigues Alves era paulista e a presidência vinha alternando entre paulistas e mineiros no que se chamou de “política café com leite”. No começo, Bernardes ponderou para que obtivesse mais experiência e poder no estado de Minas, para então almejar a vaga no Palácio do Catete, sede do Governo Federal.
Sua estratégia deu certo e, tomando uma posição de ouvinte e líder de seu partido, desempenhou um papel fundamental para que Epitácio Pessoa se elegesse Presidente da República. Foi natural que seu nome viesse como seu sucessor, mas com o prenúncio da Revolução de 30 surgiram movimentos para retirar Pessoa do poder, que acabou optando por lançar a candidatura de Arthur Bernardes em seu lugar.
O acordo de aceitar o nome de Bernardes só valia com o comprometimento de que Washignton Luís fosse o próximo presidente. Borges de Medeiros, do Rio Grande do Sul, apontou falhas no processo eleitoral e denunciou os acordos políticos que só beneficiavam Minas e São Paulo. Essa crise acabou fazendo com que o Rio de Janeiro indicasse Nilo Peçanha para as eleições de 1922.
Cercado de escândalos, falsificações e mentiras, Arthur Bernardes foi eleito Presidente do Brasil em 1922. Em 1928, se elegeu senador.
Logo no início de seu mandato, Arthur Bernardes se viu no meio de conflitos sérios, como o conhecido “18 do Forte”, que deu início ao Tenentismo e à Coluna Prestes. Greves e combates entre divergentes políticos se sucederam em Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul, acontecimentos que repercutiram em todo o país.
Foi o primeiro presidente a tomar posse num estado de sítio deflagrado, que iniciou ferrenha batalha ditatorial contra a oposição. Auxiliou os deputados a criarem a Lei da Imprensa, a lei infame, restringindo sua liberdade de expressão. Intervinha nos estados, sufocava violentamente manifestações, usando sem limites seu poder de déspota. Nunca se furtou de falsificar o resultado das urnas.
No meio do crescimento do Tenentismo, da agitação social da população, de uma inflação crescente, conseguiu consolidar o Brasil na política internacional, solucionando problemas que pareciam sem fim sobre fixação entre fronteiras, porém se retirou da Liga das Nações.
Arthur Bernardes foi o prenúncio de reforma trabalhista, que se consolidou com o governo de Getúlio Vargas.
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