Resumo da República Velha: As revoltas e a oposição

História do Brasil,

Resumo da República Velha: As revoltas e a oposição

Iniciaram as primeiras manifestações que expressavam a oposição ao governo do presidente Floriano Peixoto, apesar de todo o respaldo existente dos membros de praticamente todos os setores da sociedade brasileira. Esse movimento da oposição se apoiava o argumento da inconstitucionalidade, que teve início a partir da renuncio de Deodoro da Fonseca. Pela Carta Constitucional de 1891, o presidente e seu vice deveriam ser eleitos através do voto direto de uma maioria absoluta. Além disso, o vice-presidente só poderia assumir a presidência em caso de morte do titular ou de impedimento, se metade do período presidencial já houvesse se cumprido, ou seja, pelo menos dois anos.

Deodoro havia renunciado à presidência apenas depois de 9 meses de mandato, e nesse caso, a constituição previa que novas eleições fossem realizadas. Mas, Floriano Peixoto rejeitava essa tese e argumentava lembrando o excepcional caráter do primeiro governo da república, eleito por voto direto e não por votação universal.

As revoltas e a oposição

Em abril do ano de 1892, treze generais do exército assinaram um manifesto em que pediam que novas eleições se realizassem e o afastamento de Floriano. A reação dele foi dura e pronta, embora dentro da lei: os oficiais envolvidos no manifesto acabaram afastados e presos, conforme o Código Militar previa em casos de insubordinação.

O Rio Grande do Sul acabou mergulhando em disputas acirradas políticas, o que agravou a situação do governo. Essas disputas envolviam o governo estadual sob a liderança de um membro do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), Júlio de Castilhos, considerado o grande defensor de ideias positivistas e a base de sustentação do presidente Floriano Peixoto.

Vale ressaltar, que o Rio Grande do Sul contou com grande adesão de civis por causa ao castilhismo. A oposição ao Partido Republicano Rio-Grandense partia de um líder do Partido Federalista, Silveira Martins, contrário à centralização excessiva política vigente no estado e também a Júlio de Castilhos. Floriano assumiu a defesa e começou a ameaçar o governador do Rio Grande do Sul. Assim, o confronto tomou um rumo nacional, já que os opositores do presidente passaram a apoiar o movimento federalista.

De um lado estavam os republicanos e de outro os federalistas. Dessa maneira, a Revolução Federalista ganhou uma nova dimensão e se expandiu em direção de outros estados do sul do país. Quando isso aconteceu, a Revolta da Armada eclodiu. A marinha contava ainda com o republicanismo de alguns oficiais que apoiavam as pretensões políticas do almirante Saldanha da Gama, que estava à frente do movimento.

Os oficiais da marinha dirigiam seus canhões para a cidade do Rio de Janeiro, exigindo que Floriano Peixoto renunciasse, mas ele resistiu. Entre setembro de 1893 a março do ano seguinte, a capital acabou sendo bombardeada constantemente pelos canhões dos poderosos navios da marinha, enquanto o exército e as fortalezas em terra respondiam ao ataque. A população com medo, fugiu para o interior.

Com o objetivo de impedir que os rebeldes desembarcassem e de guarnecer as praias, a resistência do marechal, que recebeu o nome de Marechal de Ferro, sustentou-se em navios de guerra, que foram encomendados às pressas.

Em 1893, outro líder gaúcho federalista, Gumercindo Saraiva, avançou em direção a Santa Catarina, rumando para a capital do estado, Desterro, onde se encontraria com destacamentos navais que eram chefiados por Cústodio de Melo.

Os revoltosos foram vencidos pelas tropas de Floriano. A chegada de reforços paulistas possibilitou o início da ofensiva, culminando na expulsão dos rebeldes federalistas para o sul, sendo conquistada a cidade de Desterro, que passou a ser chamada de Florianópolis. No Rio de Janeiro, os navios de guerra que Floriano Peixoto havia adquirido recentemente formaram a esquadra de papelão e conseguiram derrotar os últimos navios ainda sublevados na baía de Guanabara, culminando na rendição de rebeldes. Essa foi a garantia de Floriano na continuidade, que iria governar até o último dia de seu mandato.

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Equilíbrio político

Com a proximidade da realização de novas eleições, já que o governo de Floriano estava chegando ao fim, os paulistas começaram a se preparar para a escolha de seu candidato, naquela que seria a primeira eleição presidencial republicana por voto direto. Prudente de Morais foi o candidato escolhido. O vice era o baiano Manuel Vitorino, ligado de maneira íntima ao grupo de Floriano.

A chegada de Prudente de Morais ao poder encerrou o período que ficou conhecido como República da Espada. Consolidou-se assim, a constituição, e ao mesmo tempo, o positivismo republicano e o republicanismo radical perdiam força.

A República liberal, ligada as ideias dos cafeicultores paulistas venceu. Mas, esse novo governo foi pouco democrático, quando comparada ao modelo norte-americano. Pode-se dizer, que no Brasil, essa ideia tratava de perpetuar os privilégios e a injustiça social. A lei pressupunha uma sociedade que na realidade não existia. Finalmente, o principal instrumento para o exercício da cidadania era o voto, ainda acessível para poucos.