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Resumo do pré-modernismo: Graça Aranha e o pré-modernismo

A época conhecida como Pré-modernismo é vista como um divisor de águas entre os ‘ismos’ do final do século XX e o Modernismo que se inicia no ano de 1922, com a realização da Semana de Arte Moderna.

Na década de 50, o crítico literário Alceu de Amoroso Lima deu o nome ao período, que até então, não tinha sequer qualquer denominação. Mas, no entanto, esta época, guarda dentro dela a produção incomparável de Euclides Da Cunha, de Monteiro Lobato, de Lima Barreto e de Augusto dos Anjos. Estes, foram pré-modernistas, simplesmente e também os grandes pioneiros.

Euclides possui o tom positivista de uma análise social. Já Monteiro Lobato, lembra a região do Vale do Paraíba e seus tipos peculiares, como por exemplo os piolhos da terra, os caboclos jecas-tatus, como ele mesmo gostava de dizer. Lima Barreto foi tardiamente valorizado pelos modernistas, mas deixou uma obra considerada extremamente mágica. É ‘Triste fim de Policarpo Quaresma’, adaptada ao seu tipo do início da República no Brasil. Policarpo, tal qual D. Quixote brasileiro, é o tipo inesquecível desse escritor.

Na poesia, repontam os versos de Augusto dos Anjos, uma espécie de bíblia para os malditos de todas as idades. Poesia de dessacralização do que é lírico, da podridão da carne, da desintegração do corpo.

Esta foi, uma época extremamente heterogênea, por isso, considerada tão encantadora. Mas, é preciso deixar claro, que o pré-modernismo não é propriamente uma escola literária, mas um determinado período, uma determinada época, ou fase de transição de ‘ismos’ do final do século passado e início deste século, bem como a Escola Modernista, que teve início no ano de 1922.

O escritor José Pereira da Graça Aranha, conhecido apenas como Graça Aranha, nasceu em São Luís, no Maranhão, no ano de 1868. De família culta e muito rica, na adolescência foi para o Recife com o objetivo de estudar Direito e se formou ainda muito jovem.

As suas obras, possuem como tema a imigração, principalmente a alemã. Sua principal obra recebe o nome de Canaã.

Seguiu carreira como magistrado e atuou no Rio de Janeiro e também no Espírito Santo. Foi neste último que, em contato com as comunidades de imigrantes alemães, formou-se a história de Canaã, que foi publicado no ano de 1902.

Em 1900, prestou concurso para o Itamaraty e esteve fora do país por vinte anos. Quando finalmente retornou para o Brasil, encontrou em São Paulo a efervescência modernista e, como se já conhecesse as vanguardas fora do país, acabou por se engajar ao movimento paulistano, tendo estado ao lado de Mário e Oswald de Andrade, no ano de 1922, na Semana da Arte Moderna.

Em 1924, após a conferência ‘O Espírito Moderno’, no qual condenava o imobilismo da literatura no Brasil, rompendo definitivamente com aquela instituição, voltando-se para os problemas sociais e políticos do Brasil, o que lhe rendeu a publicação de Viagem Maravilhosa, em 1929. Além de Canaã, obra que o consagrou, Graça Aranha escreveu teatro, ensaios e conferências.

Teatro – Malazarte, em 1911

Ensaios – A Estética da vida, em 1920

Conferências – Espírito Moderno, em 1925, Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, em 1923, Futurismo, Manifesto de Marinetti e seus companheiros, em 1926 e O meu próprio romance, em 1931.

Canaã, um drama sobre a imigração – Um resumo da obra

Publicado no ano de 1902, o romance Canaã, um drama sobre a imigração, acaba seguindo uma linha de tese e tem sua ambiência localizada em Porto do Cachoeiro, no Espírito Santo. O enredo gira em torno de Milkau e Lentz, dois imigrantes alemães que imigram para o Brasil, elegendo-o como uma segunda pátria. Milkau adota o Brasil de maneira verdadeira e o defende de modo idealista. Já Lentz, que é muito preconceituoso, defende a supremacia dos povos arianos sobre os outros povos e raças, julgando-os como verdadeiros fracos e também indolentes.

Milkau se apaixona por Maria, que trabalha como doméstica em casa de uma importante família alemã. A brasileira, que é extremamente pobre e também desvalida, acaba sendo seduzida pelo filho de seus patrões e acaba ficando grávida dele. Por este motivo, Maria é expulsa de casa. Vagueia para a colônia alemã até perto da época de ter o seu filho, que nasce à beira de um rio. Exausta do parto, sonolenta, Maria acaba adormecendo e nem vê quando a criança é mordida por suínos. Ela acaba morrendo. A filha dos patrões observa o acontecido e sugere que Maria matou o bebê. Por isso, ela acaba sendo presa sob a suspeita de ter assassinado o próprio filho. Milkau a socorre porque acredita nela e também porque vê nela os olhos febris e alienados. Finalmente, ele a tira da prisão e foge com ela em busca da terra prometida, chamada de Canaã.

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