O Partido Liberal juntamente com o Partido Conservador, que tiveram início no período de regência, eram considerados os principais grupos políticos existentes do Brasil da Monarquia. Mas, seus projetos políticos e seus interesses não eram diferentes. Isso porque ambos lutavam com todas as armas pelo poder, defendendo a estrutura imperial, oligárquica e escravista da sociedade brasileira. A divergência entre ambos estava na forma de como mantê-la, o que acaba explicando a alternância de ambos no controle do governo do império.
Foi o Partido Liberal que organizou o primeiro gabinete do Segundo Reinado. Este liderava as articulações do Golpe da Maioridade, tirando os conservadores do poder, que governavam desde o início da regência de Araújo Lima.
Eleições para que deputados fossem escolhidos foram convocadas. Os liberais substituíram os chefes de polícia, os juízes, os funcionários e até presidentes de províncias de tendências conservadoras, para que no final do processo de eleição, a maioria da Assembleia fosse formada pelos liberais. Inclusive, abriram mão de violência para que os eleitores fossem ‘convencidos’ a votar em candidatos do Partido Liberal, num pleito que recebeu o nome de eleições do cacete.
Mas, os liberais não conseguiram manter o controle com toda essa situação de revolução que existia no Rio Grande do Sul, onde ainda acontecia a Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha. Assim, em 1841, D. Pedro II demitiu o ministério liberal e nomeou um ministério totalmente conservador. Novas eleições foram realizadas, e os conservadores assumiram o poder.
A ascensão dos conservadores ao poder, caracterizou a substituição de liberais por conservadores em diversos cargos provinciais e a adoção de medidas centralizadoras, como o controle sobre a polícia e a justiça nas várias províncias. Diversos confrontos armados começaram a ocorrer contra o governo central, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo e em Minas Gerais.
No ano de 1844, D. Pedro II, demitiu os conservadores nomeou para o seu lugar um governo liberal, cuja principal decisão foi o estabelecimento da tarifa Alves Branco, que elevava para 30% os tributos existentes sobre produtos importados que não tivessem similares que fossem produzidos no Brasil e em 60% nos demais casos.
Três anos depois, estabeleceu-se o parlamentarismo com a criação do cargo de presidente do Conselho de Ministros. Diferentemente do parlamentarismo inglês, esse tipo de governo recebeu o nome de parlamentarismo às avessas, já que estipulava a subordinação do poder legislativo para o executivo, onde o imperador escolhia o chefe do ministério, e que em caso de divergências existentes com o Parlamento poderia demitir o ministro ou ainda dissolver a Câmara.
Até o ano de 1848, o governo brasileiro foi comandado pelo ministério liberal, mas acabou novamente sendo substituído pelos conservadores, que permaneceram até 1853 no poder e promulgaram a Lei de Terras e a Lei Eusébio de Queirós. Neste mesmo ano, o Hermeto Carneiro Leão estabeleceu a conciliação partidária em um novo ministério, formado por conservadores e por liberais.
Esse clima de tranquilidade acabou quando se iniciou novamente o revezamento de conservadores e de liberais no poder, característica predominante até o final do império.
Membros do partido liberal passaram a exigir reformas sociais mais profundas, como por exemplo maior autonomia provincial, ampliação do direito de voto e a abolição de maneira gradual da escravidão, dando origem no ano de 1870 ao Partido Republicano. Este fato acabou culminando na Proclamação da República, em 1889.
No ano de 1848, aconteceu em Pernambuco, uma das últimas rebeliões da província, e que acabou por retomar toda a instabilidade que até então era julgada como superada. Podemos dizer que a Revolução Praieira acabou com um longo ciclo de revoluções pernambucanas e acabou deixando a região enquadrada a uma nova ordem de política existente no império.
A revolução Praieira começou no ano de 1848 e terminou dois anos depois, em 1850 e acabou recebendo este nome porque o Jornal que divulgava os ideais dos revoltosos, o Diário Novo, tinha sua sede localizada na rua da praia. As principais reinvindicações dos revoltosos e de todo o movimento eram a garantia de trabalho, o voto exercido de maneira livre e universal, a nacionalização do comércio, a liberdade de imprensa, a instauração da República e a abolição do trabalho escravo.
Podemos dizer que a Revolução Praieira teve sua origem provocada pelas difíceis condições sociais e econômicas da província de Pernambuco e também por causa da alta concentração fundiária que estava nas mãos de poucos proprietários. Mas, os revoltosos foram derrotados no ano de 1850 pelas tropas do governo. Assim, a região estava totalmente pacificada apenas dois anos depois da revolta.
Por estes motivos, o governo de D. Pedro II viveu seu período de apogeu, o que acabou proporcionando o desenvolvimento de um novo setor da economia exportadora nacional: o café.
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