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Civilização Micênica

Falar da civilização Micênica é, de certo modo, falar da própria cultura grega, tamanha é a importância desta região para o desenvolvimento da Grécia e, inclusive, de grande parte da cultura que temos hoje. Com características avançadas para a época, uma língua que daria origem ao grego falado até hoje e uma estrutura social que viria a ser copiada em outros locais da região, podemos afirmar que a Civilização Micênica é, de longe, um dos berços de grandes avanços que tivemos dentro da história mundial.

A Civilização Micênica é também importante do ponto de vista histórico por ser o marco final da idade do bronze, período em que a civilização deixou de utilizar métodos rudimentares de desenvolvimento dos seus equipamentos e passou a utilizar a mistura de dois metais que criaram armas mais fortes, estruturas comerciais e proteções para períodos de guerra. É também da idade do bronze que temos o declínio da civilização egípcia e a ascensão da civilização grega. E, desta ascensão, tanto culturalmente quanto geograficamente, foi a Civilização Micênica que trouxe os maiores avanços.

Localização e expansão da Civilização Micênica

Por estar na costa oeste da Grécia, em um cabo que ligava o sul do país ao resto da Europa, Micenas se tornou uma cidade estratégica, por onde passavam embarcações que levavam tudo que o mundo movia. Neste contexto, a Civilização Micênica acabou desenvolvendo um avançado sistema de navegação, que os permitia chegar mais rápido a lugares cada vez mais longes.

Essa capacidade de locomoção levou essa região a expandir seu território, sendo que, por volta de 1450 A.C, eles chegaram à Ilha de Creta e a conquistaram, criando um posto avançado para a Grécia que seria estratégico durante os séculos seguintes. Ainda falando de navegação, foi da região de Micena que saíram as embarcações gregas para a Guerra de Troia, por volta de 1200 A.C.

Organização social na Civilização Micênica

Tal avanço territorial da Civilização Micênica foi considerada natural para aqueles que já sabiam a fama deste povo desbravador. Na época de 2000 A.C, eles já haviam desbravado e conquistado boa parte da Grécia, ligando pontos da Europa e da Ásia sobre a mesma bandeira. Esta expansão seria repetida séculos mais tarde por Alexandre, o Grande, inspirado nas conquistas desta civilização.

Para conseguir tal estrutura militar, a Civilização Micênica baseou sua construção social na figura do soldado. Embora não existam muitas informações precisas sobre o topo da organização, acredita-se que havia um rei e logo abaixo os soldados, todos separados de acordo com suas conquistas e experiência. Abaixo dos soldados, estavam comerciantes, trabalhadores livres e escravos. É importante mencionar também que as mulheres eram tratadas de maneira igual nesta sociedade, o que é um conceito sofisticado para a época.

Contribuições da Civilização Micênica para a cultura ocidental

Um dos primeiros pontos diferentes da Civilização Micênica quando comparada às demais da época é o fato de ela considerar Poseidon, deus do Mar, como divindade suprema, enquanto a maioria dos outros povos adorava a Gaia, a deusa mãe. Tal postura mostrava a forte tendência deste povo de buscar o desbravamento do mar, chegando a ilhas avançadas e locais cada vez mais distantes.

Boa parte da mitologia grega teve origem nos deuses e nas crenças da Civilização Micênica. Homero, autor da Ilíada e da Odisseia, viveu nesta civilização e foi o seu trabalho que perdurou durante anos, levando os conceitos de deuses e divindades supremas no decorrer da história. Estes mesmos deuses foram levados adiante, sendo que as culturas locais sempre mantiveram o foco em sua adoração, dando continuidade ao padrão de crenças que seriam seguidas séculos mais tarde.

Outro ponto importante é que a Civilização Micênica mudou a concepção dos deuses, implantando seres supremos mas com desejos humanos. O deus Poseidon que eles adoravam, de tão cruel se tornou símbolo de obediência e lealdade, tanto que nas civilizações posteriores passou-se a adorar Zeus, irmão de Poseidon.

O declínio da Civilização Micênica

A força da Civilização Micênica foi justamente o motivo que levou à sua queda. A sua expansão territorial e força cultural deu origem a novos padrões de cultura que foram seguidos em diferentes regiões da Grécia. Mais ao sul, na região de Lacedômia, passou-se a cultivar uma cultura mais isolacionista e militar, a cultura dórica, que tinha os Espartanos como os principais exponentes.

Já ao norte, por estar em uma região com maior contato com o resto da Europa, os jônicos tinham uma cultura mais aberta à miscigenação, com contribuições externas à sua formação, o que criou uma nação mais abrangente e cosmopolita. Dos jônicos, Atenas é a principal cidade-estado que existiu.

Os outros dois povos, os Aqueus e os Eólios tinham menor influência na região, mas a pressão da cultura Dórica acabou levando os outros povos para outras regiões, deixando a Grécia com uma cultura menos variada e levando ao período das trevas da Idade Grega.

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