Civilização Minóica

História,

Civilização Minóica

Em nossa aula de hoje, vamos viajar no tempo, uma viagem bem longa até os séculos XXX a XV a. C. Foi nessa época, na ilha de Creta que surgia a civilização minoica. Eles habitavam o local já bem antes do início das práticas agrícolas, seguido pela descoberta do cobre para a manufatura em bronze (eles passaram a vender essas práticas para outros países para obter metais), e foi a partir daí que esse povo teve sua cultura difundida para grande parte do Mediterrâneo Ocidental.

Civilização Minóica

Para comercializar seus produtos, estabeleceram um sistema de pesos e medidas completo, que englobava diversos elementos e moedas de troca. A escrita foi estabelecida através de um sistema de hieróglifos adaptados dos egípcios, e boa parte de sua cultura foi absorvida pelos micênicos (habitantes do continente grego).

Segundo o historiador Will Durant, a civilização minoica representa o primeiro elo da cadeia europeia e foi redescoberta por Arthur Evans no início do século XX, durante uma expedição arqueológica. Os palácios construídos naquela época não se assemelham a nenhuma outra construção: trata-se das mais bem acabadas da ilha. A civilização minoica representou uma das mais avançadas da Idade do Bronze, ficando à frente até mesmo da civilização heládica. Isso se deu ao fato de ter permanecido livre de invasões de outros povos durante muitos anos, o que proporcionou o desenvolvimento de uma cultura distinta e independente.

Indícios apontam que o marco da extinção da civilização minoica foi uma forte erupção do vulcão Santorini e ainda há controvérsias entre especialistas, no que diz respeito à data em que essa catástrofe natural teria ocorrido. Mas é unânime a teoria que tenha acontecido ainda no período a. C. Há uma teoria que diz que as cinzas resultantes dessa erupção sufocaram as plantas e, como consequência, a população ficou sem alimento. Outra teoria diz que a erupção provocou um tsunami que extinguiu a vida local. Restos da civilização foram encontrados acima das cinzas, o que coloque em dúvida se teria sido mesmo essa a causa do fim da civilização.

Sinclair Hood acredita em uma invasão, que teria ateado fogo em palácios e destruído as principais potências da época. Detorakis defende que o fim se deu devido a problemas econômicos, pois com o crescimento da demanda por suprimentos, as matérias-primas não foram suficientes. Tulard relaciona o fato a uma disputa entre povos. Evans diz que o fim se deu na tentativa do povo de um combate à monarquia. Alan Wace pensa que talvez a queda da civilização esteja ligada à mitologia. Todos esses autores concordam, porém, que o período foi de intensa atividade econômica, já que havia sobrecarga nos armazéns.

Por que ‘minoicos’?

O britânico Arthur Evans chamou esse povo de minoicos por ser um termo derivado do rei mítico “Minus”, em referência ao mito grego do labirinto, associando-o ao sítio de Cnossos, o maior da região na época. Para classificar a época dos minoicos, costuma-se utilizar dois sistemas de cronologia relativa. O primeiro baseado em estilos de cultura e cerâmica e o segundo baseado na construção dos grandes palácios.

Descobertas históricas de afrescos indicam que havia minoicos vivendo também fora de Creta, em outras ilhas próximas. Havia uma colônia de minoicos até mesmo em Rodes. As influências dessa cultura alastraram-se por outros países. Em Tebas, foram encontradas pinturas do século XV a. C. que representariam comerciantes trazendo suprimentos, com a inscrição de que estariam vindo de “Kefitus”, que pode ser traduzido como “ilhas do meio do mar”.

Sobre o sistema de escrita utilizado pelos minoicos, pouco se sabe. Foram encontradas mais ou menos 3.000 tabuletas com inscrições cretenses e dois copos de barro que continham restos de tinta. Ao que tudo indica, duas formas de escrita eram utilizadas: a Linear A e uma outra baseada num alfabeto eubeio. Sinais de selo e silabários eram empregados, mas não há registros que permitam chegar a uma conclusão.

História e mitologia

História e mitologia algumas vezes têm uma relação muito próxima. Por conflitos familiares, o rei Minus expulsou todos os seus parentes da ilha e tornou-se soberano. Um de seus filhos foi assassinado pelo rei Egeu, por inveja de suas habilidades nos jogos panatenaicos de Atena. O sucessor do rei Minus foi Catreu, que ao receber a previsão em um oráculo que seria morto por um de seus filhos, decide vender suas duas filhas como escravas e permitiu que uma terceira filha fosse morta por seu próprio irmão.

Na intenção de deixar seu legado e seu reino a este filho, Catreu viajou para Rodes (onde ele vivia) e, seu filho o matou por confundi-lo com um pirata. Tamanha foi a culpa, que o filho matou-se em seguida. O reinado fica então para seu irmão. A partir daí, seguiram-se muitas pestes, castigos e suicídio. Citamos esta passagem, pois a história da Grécia Antiga sofre grande influência de deuses e mitos.