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Conflito Árabe-Israelense

O conflito árabe-israelense por terras no Oriente Médio é milenar e faz parte da história desse povo por considerarem os mesmos espaços pertencentes a eles por direito, principalmente por questões religiosas. Com o passar dos anos outros motivos foram se unindo à religião, como fatores socioeconômicos, posicionamento estratégico, imposição cultural e influências externas de outros países com interesses na região.

A situação ficou ainda mais grave no final do século XIX, quando judeus e árabes reivindicaram os direitos sobre a Palestina, quase sempre de forma violenta envolvendo pelo menos cinco grandes guerras e uma infinidade de conflitos armados. Com a criação do Estado de Israel no final da Segunda Guerra Mundial, os conflitos árabe-israelenses passaram a ser cotidianos e de ordem mundial. Principalmente pela reivindicação do povo palestino por ter os mesmos direitos a uma terra só deles, que em grande parte é ocupada pelos judeus.

A Terra Prometida dos Judeus

Palestinos e Israelenses lutam pelos direitos da Palestina há milhares de anos e a região é descrita como sagrada nos principais livros religiosos do judaísmo, islã e até mesmo do cristianismo. No século I os romanos massacraram os judeus da Palestina, desmontaram rebeliões, destruíram seu Templo judaico em Jerusalém, assassinaram grande parte de seus praticantes e expulsaram o restante, fazendo com que o povo se espalhasse por várias regiões do mundo e alguns ficassem ainda em seu entorno.

Esse êxodo foi marcante para a cultura judaica e a história da humanidade, conhecida como diáspora e desde então os judeus passaram a sonhar em voltar para a “Terra Prometida” e a ter sua comunidade unida como antes. Foi nesse período que os romanos mudaram o nome de Terra de Israel para Palestina, como até hoje é também conhecida.

No século VII a Palestina foi tomada pelos muçulmanos árabes, que em pouco tempo proibiu a peregrinação de fieis judeus e cristãos, principalmente na cidade de Jerusalém, criando uma série de conflitos como o ocasionado pelas Cruzadas. As Cruzadas eram formadas por soldados voluntários cristãos, que buscavam expulsar os muçulmanos da região e abrir a fronteira para que os religiosos pudessem exercer sua fé. Como o exercito árabe era muito mais preparado, as Cruzadas não tiveram êxito em sua empreitada.

O Império Otomano só foi realmente derrotado ao fim da 1ª Guerra Mundial, quando a Palestina foi dominada pelos ingleses. A proposta era reconstruir a região e torná-la livre para que os judeus pudessem, finalmente, voltar a sua Terra Prometida. Em seguida os judeus começaram a comprar maciçamente terras na região e se iniciou uma grande migração. Houve até mesmo um acordo chamado Faiçai-Weizmann, que incentivava a cooperação entre árabes e judeus para que a Terra Santa pudesse ser uma nação de ambos. Muitos árabes não viram problemas em vender suas terras para os judeus e não se preocuparam com a sua expansão na região até aquele momento.

A ida dos judeus para Jerusalém foi chamada de Sionismo, como referência a ida para Colina de Sion, em Jerusalém. Segundo o Velho Testamento da Bíblia que faz parte do Torá, Deus deu a Terra prometida, que era chamada de Canaã e localizada em Israel, para os antigos povos judeus que eram então conhecidos como hebreus ou israelitas. Homens como Abraão, Moises, Davi e Salomão perpetuaram esses ensinamentos, que culminou com o próprio Jesus, que era judeu apesar de se colocar em conflito com o desenvolvimento da sua religião. Os judeus nunca perderam o foco em retornar à sua região e colocar em prática as designações do seu livro sagrado.

O movimento sionista tomou forma e força em 1897, criando as bases para que houvesse essa migração judaica após a guerra. Porém, essa questão foi apenas formatada de forma teórica, já que na prática os árabes permaneciam habitantes da Palestina e começaram a entrar em conflitos diretos com os novos assentados judeus.

Como as áreas não foram realmente delimitadas foram iniciados conflitos árabe-israelenses violentos, que só cresceram ao longo dos anos.

A influência da Segunda Guerra Mundial

Antes do início da Segunda Guerra Mundial, o nazismo foi ascendendo e criando raízes na Alemanha e em países ao seu entorno, iniciando uma perseguição a alguns povos como ciganos, gays, negros, mas especialmente aos judeus. Baseados em rasos fundamentos religiosos, o fanatismo em manter a humanidade mais pura, incluía o extermínio literal dos judeus.

Em paralelo, os países que rivalizavam ao nazismo ampliaram ainda mais seu apoio à criação do Estado Israelense, que se solidificou com o genocídio causado pela guerra ao povo judaico, e formou uma verdadeira ferida na humanidade. Diante do terror vivido, a recém-criada ONU (Organização das Nações Unidas) teve como primeira grande ação a divisão da região da Palestina entre judeus e árabes. Como os judeus tinham a maior parte do território, 56%, foi criado o Estado de Israel em 1948.

Os árabes não ficaram satisfeitos com a divisão e a alteração do nome. Dessa forma, a Jordânia, Síria, Iraque, Líbano e Egito se uniram formando a Liga Árabe para invadir Israel e tomar de volta a região. Chamada de Guerra da Independência, os israelenses foram vitoriosos e contaram com a ajuda militar e estratégica dos EUA e Inglaterra, ampliando também suas fronteiras e ocupando então, 75% da região.

Foi a primeira guerra iniciada após a criação do Estado de Israel e só o início de um longo e violento conflito árabe-israelense que não tem previsão de terminar. Logo após a Guerra da Independência, o Egito formou a chamada Faixa de Gaza, a Jordânia fundou a Cisjordânia e guerras de 1956, 1967, 1968, 1979, 1973 e 1983 mantiveram a rivalidade na mais alta potência e elevaram ainda mais o ódio entre as etnias e religiões. A Faixa de Gaza é considerada a região mais perigosa e violenta do mundo.

This post was last modified on 7 de agosto de 2018 15:12

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