Crise do Mundo Feudal

História,

Crise do Mundo Feudal

Muitas foram as transformações pelas quais a Europa Medieval passou assim que o século XII marcou o seu início. O continente, nesse período, teve a ideia de implantar um novo sistema econômico já não mais baseado na produção subsistente e nas próprias relações profissionais servis. O capitalismo de mercado surgiu na Europa e, logo, o sistema econômico fechado que havia sido implantado pelo feudalismo começou a perder o seu espaço para algo muito mais benéfico e favorável para a circulação de bens.

Sendo assim, foi nesse momento da história que a crise do feudalismo se instaurou como um processo repleto de fatores determinantes e o que antes era autossustentável, começou a ser deixado de lado por uma economia unificada, que permitia relações internacionais e trocas comerciais muito mais éticas.

Crise Feudal

Em algumas partes da Europa, percebendo a crise que surgiria, muitos foram os senhores feudais que deram início à integração da produção agrícola com o desenvolvimento comercial e urbano. Sendo assim, as relações, antes servis, foram substituídas por relações muito mais espontâneas de trabalho, em que os camponeses trabalhavam realmente por um salário.

Com os centros urbanos em constante crescimento, muitos foram os servos – e, também, nobres – que sentiram as atrações que aquele novo espaço poderia proporcionar. Por outro lado – especialmente na Europa Oriental – os senhores feudais nem sequer se davam conta desse novo modelo econômico e urbano que se instaurava. Mas, pelo contrário: começaram a impor trabalhos ainda mais pesados aos seus servis.

O que levou à crise do mundo Feudal?

Muitos foram os motivos que tornaram a crise do feudalismo uma realidade, depois de séculos de domínio em todo o continente europeu.

Vamos conhecer um pouco mais sobre as causas do fim do império feudal?

• Política – nesse momento, o poder do estado já era totalmente descentralizado, uma vez que os senhores feudais eram os únicos responsáveis por chegar a um acordo em relação às leis e pesos instaurados. Logo após a crise, o poder começou a se apoiar em um modelo centralizado em que os Estados Nacionais surgem.

• Econômica – a população europeia crescia de forma cada vez mais constante e, nesse caso, a demanda de alimentos começou a se tornar limitada para toda a grandeza populacional. Desse modo, a agricultura já não conseguia mais suprir oferecendo alimentos para todos e, ainda, vendendo para fora. Sendo assim, a economia de mercado baseada na troca comercial começou a ganhar maior espaço em todo o continente.

• Ideológica – nesse período, quase todo o mundo estava sob o total domínio da igreja católica, responsável por dominar absolutamente todos os setores da comunidade europeia. Porém, foi nesse período que a cabeça das pessoas começou a mudar, e muitos começaram a questionar esse modelo. Dessa forma, com novos ideais, pensamentos e valores, o Renascimento surgiu.

• Social – a causa social para a crise do mundo feudal foi intensificada principalmente por conta da epidemia da peste negra, que se instalou em quase toda a Europa, matando milhões de crianças e trabalhadores – tanto dos feudos, como os artesãos. Logo após essa fase, surgiu, ainda, uma nova classe social que segue existindo nos séculos seguintes: a famosa Burguesia.

• Religioso – muito similar com o motivo para a causa ideológica, no sentido religioso a razão remete ao fato de que a Igreja Católica começou a ser cobrada e questionada. Sem muita opção do que poderia ser feito, novas religiões começaram a surgir, como foi o caso da Reforma Protestante ou Religiosa.

A peste negra e o final da crise no mundo feudal

Entre os anos de 1346 e 1353, a Europa conheceu um de seus períodos mais desastrosos. A peste negra, como ficou conhecida a epidemia de peste bubônica, matou, pelo menos, um terço de toda a população da Europa.

Com tantos trabalhadores mortos, a produção agrícola também teve uma grande queda, que foi seguida de retração de tais atividades. Os indivíduos que sobreviveram estavam verdadeiramente dispostos a lutar por melhores condições de trabalho e de vida, além de terras maiores para a produção agrícola.

Tentando ir contra a possível manifestação geral dos camponeses, os senhores de terra criaram uma legislação que os proibia de sair de suas propriedades. E, nas cidades, os artesãos também tiveram seus salários reduzidos, uma vez que as transações no comércio também passaram por um processo de queda.

Depois desse período de detração, o próximo século europeu seria bem diferente, com uma reestruturação profunda em quase todos os aspectos da sociedade, como na política, economia e sociedade como um todo.

Já no século XV a Europa estava em busca de novos consumidores – não só europeus -, intensificando a procura pelos mesmos por meio da formação de Estados Nacionais e processo de expansão marítima. O continente europeu começou a amplificar ainda mais seus horizontes, descobrindo novas terras e abandonando completamente o modelo do mundo feudal.