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Europa: A Peste Negra na Idade Média

A peste negra, também conhecida como peste bubônica, é considerada uma das maiores epidemias da história a assolar o mundo Ocidental.

Acredita-se que o primeiro foco da peste surgiu na China, por volta do ano de 1330 e chegou a Península Itálica em 1348. Tudo aconteceu porque a China mantinha relações comerciais com diversas nações, logo, foi apenas uma questão de tempo até que a doença se espalhasse pela Ásia Oriental e também pela Europa.

No fim de 1347 e início de 1348 diversos navios italianos retornavam da China, e quando muitos deste atracaram nos portos, boa parte da tripulação já estava adoentada.

Diversas pessoas consideraram a peste negra como um castigo divino pelos pecados cometidos.

A doença

De acordo com alguns historiadores a peste negra teria origem na Mongólia, onde pulgas com a bactéria Yersinia Pestis teriam se alojado em roedores, que posteriormente, entraram em contato com humanos os contaminando com a doença.

A peste negra causava febre de 41 graus, além de vômitos com a presença de sangue e até mesmo complicações nos pulmões podiam ser sentidas. Também eram características dessa doença a presença de manchas avermelhadas na pele, que posteriormente, tornavam-se negras, pequenas e numerosas.

Estima-se que 80% das pessoas que contraiam a doença morriam dentro de uma semana, mas esse valor podia aumentar em 90% caso surgissem complicações nos pulmões, e em 100% nos casos de infecção generalizada na corrente sanguínea.

A mordida de pulgas e ratos foram as grandes responsáveis pelo contato humano com a doença, que também podia ter transmissão aérea. Já em sua outra variação, a bubônica a doença cai na corrente sanguínea, ataca o sistema linfático provocando a morte de muitas células, o que gera inchaços dolorosos nas axilas e virilhas. Posteriormente, tais inchaços espalham-se por todo corpo.

A rápida disseminação da doença

Entre as várias teses que existem sobre a propagação rápida da doença está as condições de higiene existentes no Século XIV. Naquele período as cidades medievais agrupavam inúmeras pessoas, o lixo e o esgoto corriam a céu aberto por isso insetos e roedores também eram comuns. Além disso, hábitos como banho não faziam parte da rotina das pessoas.

Por volta de agosto de 1348 a doença já tinha alcançado o Norte da Inglaterra, e o pior de tudo é que a medicina medieval não tinha como combatê-la. Durante o inverno a peste negra sumia, porque seus principais transmissores entravam em estado dormente, mas, logo na primavera a peste fazia inúmeras vítimas.

Após cinco anos de epidemia 25 milhões de mortes aconteceram quase um terço da população europeia foi dizimada, sem mencionar as viúvas e os órfãos herdeiros da doença. Aliado a isso também existiram epidemias menores que perduraram por séculos, levando a população a um estado de medo que durou até o século XVII. Para muitos historiadores a Europa não conseguiu se recobrar definitivamente da doença.

O contexto social e as consequências após a doença

Após milhares de mortes a mão de obra ficou escassa em todo continente, levando os poucos trabalhadores a cobrarem mais caro pelos serviços prestados. Já no fim do século XIV era possível assistir a diversas revoltas camponesas que ocorreram na Inglaterra, na França, Itália e também na Bélgica.

Até mesmo a Igreja passou a ser questionada enquanto Instituição, afinal, durante a chamada Era Cristã, muitos rezaram pedindo para serem libertados da peste negra, entretanto como mostram as estatísticas e o número de óbitos tais orações não foram atendidas. Logo, um período de questionamentos e revoltas políticas nasceu.

Foram diversas as consequências da peste negra (demográficas, econômicas, culturais e até mesmo religiosas).

Em primeiro lugar, boa parte das cidades e das zonas rurais ficaram despovoadas, muitas propriedades, principalmente na zona rural, foram abandonadas, afinal a doença dizimou famílias inteiras. Para, além disso, a produção agrícola foi reduzida o que gerou escassez de alimentos e outros bens de consumo, a nobreza ficou pobre e o poder da Igreja, como já mencionado, também enfraqueceu, levando a mudanças culturais e religiosas.

A chegada a outros países

Nos séculos seguintes ao fim da peste, outras epidemias de menor escala e perigo chegaram a ser identificadas, como é o caso da Peste de Milão (século XVI), a Peste de Londres que levou a 70 mil mortes em 1655, a Peste de Nápoles (no ano de 1656, a de Marselha em 1720 e também a de Viena em 1713.

Entre os anos de 1894 e 1912 a índia sofreu uma grande pandemia que resultou em 11 milhões de mortes, chegando à China e a Costa do Pacífico nos Estados Unidos.

No Brasil, há relatos de que a peste chegou em 1899 pelo Porto de Santos, espalhando-se por algumas cidades do litoral, mas a partir de 1906 teria sido controlada.

Uma das últimas vezes em que a epidemia foi detectada foi no ano de 1944 na Argélia.

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