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Liberalismo x Nacionalismo

Com a Revolução Francesa, a França e a Europa de uma maneira geral passaram por um período de intensa mudança econômica, política e socioeconômica que acarretaram em impactos significativos sobre a forma de pensamento da época e fortaleceram os intelectuais e a burguesia europeia.

Seus ideais se estabeleciam principalmente contra o antigo regime, criado antes do governo de Napoleão Bonaparte, com esforços para dar sentido às transformações que ocorriam no período pós-revolução e com crescimento das cidades e indústrias.

Durante esse período, duas correntes de pensamento foram criadas e se fortaleceram: o Liberalismo e o Nacionalismo. Enquanto o Liberalismo pregava a individualidade humana e a ideologia de que o Estado deveria dar liberdade ao povo e ao mercado, o Nacionalismo se pautava na ideia do indivíduo como ser leal e devoto ao Estado Nação.

Liberalismo X Nacionalismo

1. Liberalismo

O Liberalismo ganhou destaque entre os séculos XVII e XVIII, como resposta ao absolutismo e ao domínio da monarquia que ainda vigorava em alguns países europeus, em que o monarca era o representante divino, com poder sobre qualquer aspecto que envolvesse a nação, inclusive sobre pessoas.

Com a ascensão da burguesia e do iluminismo, essa total intervenção do Estado passou a ser amplamente questionada e todas as formas de poder contestadas, inclusive a religiosa. O homem passou a ser visto como um indivíduo que não possui alguém subordinado, disso surgiu o Liberalismo e sua ideia de liberdade humana perante a sociedade e a nação.

Esse tipo de pensamento exaltava a razão humana, com uma visão positiva e igualitária sobre a sua existência, em que os desejos de um rei e do Estado de uma maneira geral não deveriam se sobrepor à liberdade de um indivíduo, apenas em casos de danos a outro ser humano.

De uma maneira geral, o interesse da burguesia era superar os entraves econômicos criados pelo Estado e pelos senhores feudais. Sua influência vinha diretamente de pensamentos racionalistas e iluministas e teve uma forte influência no processo de industrialização e urbanização das cidades.

Esse tipo de pensamento só entrou em declínio após a Primeira Guerra Mundial, as duas revoluções industriais e a russa, além da quebra da bolsa de Nova York, cedendo espaço a um pensamento novo chamado de neoliberalismo.

Outro ponto importante para o declínio do Liberalismo é que até mesmo entre os próprios liberalistas havia discordâncias de ideais e posicionamentos, por exemplo, enquanto os mais tradicionais acreditavam e defendiam o voto censitário, baseado no status e posição social de cada indivíduo, os liberais democratas, também chamados de radicais, pregavam o sufrágio universal, em que o direito ao voto deveria ser garantido a qualquer indivíduo independentemente de sua classe social ou situação econômica.

2. Nacionalismo

A ideologia chamada de Nacionalismo ganhou força a partir do século XVIII, com forte influência sobre aspectos públicos e privados dos cidadãos. Assim como o Liberalismo seu surgimento e ápice se destacaram na Europa e produziram fortes mudanças sociais, políticas e ideológicas, que influenciaram diversos países e foram adquirindo força por todos os continentes.

Para os nacionalistas, um indivíduo deveria se sentir como parte de uma nação, de forma ideológica e cultural e não a um Estado em si, que agia como soberano sobre a economia e formas de vida em sociedade. A ideologia pregava a autonomia dos indivíduos para que então, coletivamente, criassem seus próprios conceitos e estruturas de estados.

O conceito de Nacionalismo vinha acompanhado de um forte debate sobre as distorções geradas por suas crenças, principalmente após guerras ideológicas, atos de terrorismo (como o famoso 11 de setembro) e morte entre povos e civilizações, que se baseavam na “defesa do conceito e sentido de unicidade de sua nação”.

Influência das correntes ideológicas no Brasil

No Brasil, as duas correntes passaram a influenciar diretamente a economia e a política. Os liberais apoiavam o desenvolvimento industrial do país através de capitais estrangeiros, o que ocasionou graves problemas, com reflexos até os dias atuais, como a dívida externa e desvalorização da moeda nacional.

Já os nacionalistas acreditavam em preceitos totalmente opostos, em que o país deveria se desenvolver e fortalecer internamente, sem a influência e ajuda de outras nações. O Nacionalismo apoiava a participação ativa do Estado na economia, mas ressaltando que o mesmo deveria promover mudanças políticas e sociais em prol do povo brasileiro.

Esse conflito ideológico e político marcou boa parte do século XX, principalmente por conta da dualidade e tensão criada pela Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos, que acabava interferindo diretamente em outros países, inclusive os de terceiro mundo, como o Brasil.

Os principais partidos políticos que representavam essa dualidade eram o PTB e a UDN, que se acusavam mutuamente de serem a favor do comunismo e de não valorizarem a própria nação. A maior parte dos outros partidos não possuía uma posição política clara, por se basearem em apoios e alianças definidos por interesses financeiros.

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