Neocolonialismo
O processo de industrialização da Europa como um todo foi um marco também para a expansão da economia, não só nesse espaço do mapa como no mundo todo. Acumularam-se os capitais e os complexos industriais se tornaram ainda maiores fazendo com que, cada vez mais, as potências europeias buscassem a melhora e o aumento de seus mercados.
E, certamente, uma das melhores formas de fazer isso era encontrando matéria prima de qualidade e a baixo custo para intensificar a produção industrial. E foi exatamente nesse período que, no começo do século XIX, tais nações foram em busca da exploração dos continentes asiáticos e africano.
O que foi o neocolonialismo
O neocolonialismo se diferenciou do colonialismo praticado durante o século XVI em vários aspectos, principalmente no sentido de que a exploração tinha como principal intuito fazer com que os ambientes dominados se tornassem mercados prósperos para o consumo de seus bens industrializados, ao mesmo tempo em que também lhe oferecessem matéria-prima para tal produção.
Sendo assim, os governos da Europa intervieram de maneira cada vez maior e mais intensa para conseguir atender a sua própria demanda industrial que também só crescia.
Mesmo com grandes locais para aumentar a dominação, o controle das regiões impulsionou ainda mais um acirramento político nas potências europeias. As fábricas e indústrias passaram por um período de tensão, e o primeiro conflito em âmbito mundial ocorreu durante o século XX. Posteriormente, essa política se tornou um dos grandes motivos para a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Principais focos do neocolonialismo
O neocolonialismo, como já dito anteriormente, foi um período muito mais complexo do que o colonialismo que a Europa praticou especificamente durante o século XVI. A própria orientação geográfica era diferente, dessa vez, voltada para os continentes asiático e africano.
Conheça cada um dos fatores que levaram ao neocolonialismo
• Fator econômico – o principal e mais importante motivo para o período neocolonial foi o econômico. Muitos países europeus estavam enfrentando a Revolução Industrial e, por isso, precisavam manter as suas fábricas e indústrias em constante trabalho.
As matérias-primas encontradas na Europa não eram suficientes, eles precisavam de carvão, petróleo, ferro e demais produtos alimentícios que, de uma forma geral, sempre foram escassos na Europa.
• Também atrelado ao fator econômico, os europeus precisavam de um mercado consumidor, ou seja, indivíduos que comprariam as suas produções industriais. Além disso, o governo tinha como intuito aumentar os investimentos rentáveis na própria organização e infraestrutura do continente como um todo, apostando na exploração de minas e construção de estradas, por exemplo.
• Fatores sociais – esses, por sua vez, estavam diretamente relacionados com a necessidade dos europeus de encontrar terras que verdadeiramente tivessem condições de absorver a população da Europa, que estava em um elevado nível de crescimento. A colonização funcionava exatamente como uma “válvula de escape” para direcionar a pressão demográfica.
• Fatores políticos – certamente, a política também não ficaria de fora no que se refere aos principais motivos que levaram ao neocolonialismo. Nesse sentido, cada uma das nações europeias buscava aumentar os seus contingentes militares, o que garantiria uma posição melhor para equilíbrio frente a outras nações. Ter a posse de novas colônias ao redor do mundo significava, para os europeus, maior disponibilidade de matérias-primas e recursos básicos, além de mão de obra, poder e, é claro, indivíduos que posteriormente poderiam integrar os exércitos europeus.
• Fatores culturais e religiosos – pois é, nem mesmo a religião ficou de fora dos fatores que levaram ao neocolonialismo. Nesse sentido, muitos eram os missionários cristãos que tinham o intuito de converter indígenas com crenças e religiões próprias ao catolicismo. No sentido cultural, muitos eram os intelectuais, cientistas políticos, sociológicos e outros profissionais que acreditavam ser o dever dos povos mais desenvolvidos (no caso, os europeus) tirar outros da barbárie na qual foram acostumados a viver.
Algumas curiosidades
Na época do neocolonialismo, a distribuição das terras asiáticas e africanas entre as grandes potências europeias foi realizada por meio de “tratados desiguais”, os quais definiam quais eram as regiões que poderiam exercer maior influência nos ambientes dominados nos dois continentes.
A França, por exemplo, ficou com a Tunísia, África Equatorial Francesa e África Ocidental Francesa. A Somália, Tripolitânia e Líbia e a região de Eritreia, sob o domínio italiano. Portugal ficou com a Guiné Portuguesa, Moçambique e Angola. A Alemanha também entrou na briga e se responsabilizou por Togo, África Ocidental Alemã, África Sudoeste Alemã e Camarões. Poucas foram as regiões conquistadas pela Espanha, como é o caso da Guiné Espanhola e Rio do Ouro.
A Inglaterra foi uma das nações que mais se beneficiou no que se refere a ocupação da África pelas potências europeias, ficando com a União Sul-Africana, Nigéria, Quênia, Sudão e Egito, sendo este último um dos países de maior influência no continente africano. As únicas nações independentes são a Etiópia e Libéria.