Resumo sobre John Locke: Quem foi John Locke?
John Locke nasceu em 29 de agosto do ano de 1632 e veio a falecer com 72 anos, no dia 28 de outubro de 1704. Ele foi um ideólogo do liberalismo e um importante filósofo inglês, sendo ainda caracterizado como um dos teóricos principais do contrato social e ainda o representante do empirismo britânico.
Em Oxford, John estudou ciências naturais, medicina e também filosofia, tendo como influência principal as obras de Descartes e de Bacon. Depois de fugir para os Países Baixos, só retornou para a Inglaterra em 1699, quando Guilherme de Orange passou a governar o país.
Ele nunca chegou a se casar e por isso, não deixou herdeiros.
As obras
Em suas obras, John Locke acabava rejeitando a doutrina das ideias inatas, afirmando que tudo que era percebido através dos sentidos. Vale dizer, que a filosofia proposta por ele é citada como a origem das concepções modernas do Eu e da identidade.
Seus pensamentos, suas teorias e ideias a respeito da identidade pessoal, acabaram se tornando o carro chefe para obras de outros filósofos que viveram em seguida, como por exemplo Jean Jacques Rousseau, David Hume e Kant. John foi o primeiro filósofo a configurar a si próprio como uma espécie de continuidade de consciência. Foi o grande opositor ao Cartesianismo, sustentando que o conhecimento é derivação da percepção dos sentidos e determinado pela experiência e que ainda todos nós seres humanos nascemos sem ideias inatas.
Em uma de suas obras, John Locke desenvolveu sua teoria sobre a natureza do conhecimento e sobre a origem. Pode-se dizer, que na Inglaterra suas ideias tiveram forte impacto, já que elas ajudaram a acabar com o absolutismo. Ele ainda afirmava, que ao nascer, todos os homens possuíam alguns direitos considerados naturais, como o direito à liberdade, à vida e também à propriedade. A fim de garantir todos esses direitos, foram criados os governos, que se caso não respeitassem a propriedade, a liberdade e a vida, o povo teria direito de se rebelar contra ele, contestando assim um governo caracterizado como injusto.
Considerado o verdadeiro protagonista do empirismo, John Locke afirmava que a mente é uma folha em branco, em latim – tabula rasa. Isso significa dizer que todos os seres humanos nascem ser saberem de nada e acabam aprendendo tudo através da experiência, pelo erro e também pela tentativa. Além disso, esta é considerada a fundação do behaviorismo.
Suas teorias também acabaram por influenciar revoluções modernas liberais, como a Revolução Americana, a Revolução Inglesa e o começo da Revolução Francesa, à medida em que conseguia que a revolução fosse justificada e ainda a nova forma de governo.
Sua principal obra deixada foi sem dúvida alguma ‘Dois tratados sobre o Governo’, escrito em 1689. Segundo Locke, o primeiro desses tratados é o ataque ao patriarcalismo e o segundo introduz uma sociedade civil ou uma teoria da sociedade política que é influenciada pelo contrato social e nos direitos naturais. Segundo esse filósofo, todos nós somos iguais e tudo é permitido, desde que outra pessoa não seja prejudicada.
A clausula lockeana também foi introduzida através do estabelecimento desse tratado, que acaba por resumir todo o conceito da propriedade e trabalho desse filósofo. Isso significa que todos os indivíduos têm o direito de se apropriaram da terra em que trabalham, mas é claro, desde que isso não cause aos demais, prejuízo. Seria limitado o direito de apropriação privada de terras que eram comuns a todos os indivíduos, o que significa dizer que alguém não pode simplesmente se apropriar dos recursos naturais e também deve considerar a existência do bem comum.
No campo da política, Locke acabou atribuindo muita importância para a tolerância e para a liberdade e por isso, é considerado um precursor da democracia liberal. A tolerância na religião é o que estava em jogo, obviamente contra os abusos do absolutismo.
No entanto, toda essa liberdade não poderia ser aplicada ao homem primitivo, já que segundo Locke, eles não estariam em associação com o restante de toda a humanidade, a respeito do uso do dinheiro, assemelhando-se a bestas selvagens ou ainda bestas de caças, ideia que acabou causando o extermínio de populações indígenas e a tomada de terras, nem aos protestantes.
Apesar de defender que todos os seres humanos são iguais, John Locke defendia a escravidão perpétua e absoluta. Vale observar que ele não defende a escravidão fundada na raça e sim pelo contrato de servidão com o vencido na guerra, que poderia ser morto, mas em troca da vida assume o ônus de servir.
Locke também sustentava a teoria de imaterialidade da alma, ou seja, para ele era possível que Deus fizesse, ao se eliminar o pensar, a matéria. Os movimentos do corpo assim, não eram mais além de nossa compreensão e que estes pudessem originar à dor e ao prazer que uma alma imaterial pudesse sentir dor depois da ocorrência de alguns movimentos no corpo.