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Resumo sobre Metalismo

A Idade Moderna (marcada pelo período entre 1453 e 1789) trouxe à tona uma variedade de práticas políticas, econômicas e culturais até então desconhecidas ou não aceitas. Uma delas é o metalismo. Neste artigo você será apresentado à prática e às suas principais características.

Durante a Idade Moderna, alimentou-se a crença de que a riqueza de uma nação só poderia ser medida de uma forma: pela quantidade de metais preciosos em seu poder. O acúmulo desenfreado e incessante de tais metais ganhou um nome: metalismo.

Para compreender a fundo o metalismo, é necessário voltar um pouco atrás na história. Entre os séculos XVI e XVIII, a economia de determinadas nações europeias tinha como base o sistema mercantilista.

O mercantilismo ocorria de modo variado em cada nação, por isso, defini-lo em um só conceito seria um grande erro. Mas, o seu objetivo era sempre o mesmo: alcançar o maior desenvolvimento possível da economia do país, o que no caso, era medido por meio da concentração de riquezas. Resumidamente, quanto mais rica fosse à nação, mais poderosa, prestigiada e respeitada internacionalmente ela seria.

O mercantilismo foi dividido em quatro diferentes tipos, sendo eles: balança comercial favorável, exclusivo colonial, protecionismo, e por fim, o metalismo. No metalismo, o sinônimo de riqueza era medido pela quantidade acumulada de metais preciosos (como ouro e prata) de uma nação.

Um dos principais marcos teóricos do metalismo parte do bulionismo, que por sua vez, tem como tradução literal “pequenas quantias de ouro”.

O bulionismo tinha como principal objetivo estimular as nações a terem a maior quantia possível de metais nobres, com destaque para a prata e ouro. Isso porque, segundo a crença, os metais trariam à nação a estabilidade econômica necessária para garantir o crescimento da economia (nos dias de hoje, sabe-se que a riqueza proporcionada pelos metais é não perecível).

Nesta época, os governantes faziam o possível e o impossível para garantirem o acúmulo de metais. Geralmente, eles chegavam à nação de duas diferentes formas:

1. Comércio externo: no período da Idade Moderna, muitas negociações foram baseadas na troca de alimentos ou de demais produtos por metais preciosos, na crença de que eles viriam a fortalecer a economia interna;

2. Exploração de colônias: roubar os metais de territórios conquistados também era uma prática extremamente incentivada nesta época.

Países como Espanha e Portugal foram representantes da ideologia do metalismo. Não à toa, buscavam nas terras colonizadas os metais nobres. Já outras nações, como é o caso da Holanda, França e Inglaterra, preferiram a contratação de piratas (nesta época, conhecidos como corsários) para assaltarem navios de diferentes nacionalidades, roubando seu ouro e prata.

Por outro lado, países como Peru, México e até mesmo o Brasil foram os que mais se saíram prejudicados pela prática: já que tiveram grande parte de seu ouro e prata roubados durante a colonização.

A Espanha praticamente deixou de lado durante este período outras maneiras de obtenção de lucros: o que inclui a própria prática de atividades manufatureiras e agrícolas. Durante quase três séculos, o país viveu à base da exploração de prata e ouro dos países colonizados na América do Sul, como é o caso do México e Peru.

Sendo assim, devemos destacar que o país espanhol foi o que levou a prática do metalismo mais a sério. Não à toa, explorou toneladas e toneladas de ouro e prata das Américas e especialmente, das comunidades indígenas nela instaladas: como é o caso das sociedades incas, maias e astecas. Ao total, o país chegou a concentrar mais de 150 toneladas de ouro e outras 200 de prata.

Resultado e fim do metalismo

Com a concentração exagerada de metais preciosos em todo o continente europeu, a inflação na região foi lá em cima. Estabeleceu-se então a afixação dos valores praticados no comércio entre um país e outro, para que não flutuasse ainda mais. Essa fase ficou conhecida como a “Revolução dos Preços”.

A partir do século XVIII se inicia então a decadência do metalismo.

Além da alta inflação causada em território europeu, outras razões para que o metalismo fosse abolido foram:

• O surgimento dos fisiocratas: os fisiocratas, inspirados pelo iluminismo, passaram a defender os bens naturais (como aqueles que surgiam a partir do trabalho da agricultura) como os verdadeiramente importantes para a riqueza de uma grande nação;

• A doutrina liberalista clássica: já essa doutrina buscava acabar não só com o metalismo, como também, com toda a ideia do mercantilismo. Como contraponto, a doutrina defendeu o fim do monopólio, do protecionismo e a liberdade da economia de cada nação.
Além disso, Portugal e Espanha entraram em um acordo de reduzirem, em ambas as nações, a circulação de ouro e prata como moeda de troca para negociações. Ambos concordaram com o entesouramento dos metais preciosos, evitando assim maiores prejuízos para a economia europeia.

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