Resumo sobre o Ano Novo
O Ano Novo ou Revéillon celebra a chegada de um novo ano, ou seja, no Ocidente, comemora a passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro. O início de um novo ano costuma trazer a esperança de renovação e de novas chances, alimentando o sonho das pessoas em geral. A própria palavra Revéillon traz essa ideia de mudança: de origem francesa, o termo revéiller significa retomar ou despertar.
A comemoração do Ano Novo na virada do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro nesta data teve origem no decreto feito por Júlio César, o imperador romano, no ano de 46 a.C. A data era dedicada ao deus dos portões, Jano, que possuia dois rostos, um voltado para trás e outro para a frente, visualizando simbolicamente o futuro e o passado. O deus Jano também deu origem ao nome do primeiro mês do ano, janeiro.
Entretanto, a origem dessa festividade é bem mais antiga, bastante anterior ao Cristianismo, podendo ser atribuída à Mesopotâmia, que já em 2000 a.C. realizava uma comemoração de “Festival de Ano Novo”. Ao longo dos séculos, existiram diversas datas que comemoravam o Ano Novo, mesmo no Ocidente. O termo já foi, inclusive, usado para nomear a ceia de Natal.
Somente no ano de 1582 o dia 1º de janeiro passou a ser oficialmente o Ano Novo, devido a doção do calendário gregoriano pelo Papa Gregório XIII, mas mesmo assim, esse calendário só foi aceito imediatamente por Portugal, Espanha, Itália e Polônia, sendo incorporado ao longo dos séculos pelos outros países ocidentais.
Feriado nacional em vários lugares, o Revéillon tem grandes comemorações pelo mundo, a maioria com queima de fogos de artifício. Algumas das mais conhecidas são:
- Rio de Janeiro: A tradicional queima de fogos na praia de Copacabana à meia noite atrai milhares de turistas do Brasil e do mundo todos os anos. Há também shows na praia.
- Estados Unidos: Na Times Square, em Nova Iorque, milhares de americanos e turistas se reúnem para celebrar a chegada de um novo ano. Além de apresentações musicais, durante a contagem regressiva uma bola gigante desce cerca de 43 metros em apenas 60 segundos.
- Austrália: Em Sydney, os australianos se reúnem no porto para assistir à queima de fogos feita na frente da Opera House e da Golden Bridge, famoso cartão-postal da cidade.
Tradições, superstições e o caráter de renovação do Ano Novo
Além da ideia de renovação que o Ano Novo propaga em todas as culturas, não importando em qual data ele seja comemorado, e do consumo de pratos tradicionais dessa data, essa festividade também gerou diversas tradições e superstições sobre como ter prosperidade e viver um bom ano. Aqui no Brasil, muitas dessas tradições têm origem em religiões de matriz africana ou afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, e são praticadas até mesmo por pessoas que não seguem essas religiões. Algumas das tradições e simpatias mais comuns feitas pelos brasileiros no Revéillon são:
- Pular Sete Ondas: Uma das mais famosas simpatias de Réveillon no Brasil, especialmente em cidades litorâneas. Acredita-se que pular sete ondas no mar enquanto faz um pedido para cada onda traz boa sorte e realiza desejos para o novo ano.
- Comer Lentilhas: Há uma crença de que comer lentilhas na virada do ano traz prosperidade e abundância, pois seus grãos são associados à riqueza e ao crescimento.
- Vestir Roupas Brancas: Usar branco na noite de Ano Novo é uma tradição muito forte no Brasil. Acredita-se que essa cor atrai paz, harmonia e energias positivas para o ano que se inicia.
- Guardar uma Folha de Louro na Carteira: Diz-se que colocar uma folha de louro na carteira na virada do ano ajuda a atrair dinheiro e prosperidade financeira durante todo o ano.
- Comer Uvas à Meia-Noite: Comer 12 uvas verdes à meia-noite, uma para cada badalada do relógio, fazendo um pedido para cada uma delas, é uma simpatia para ter seus desejos realizados em cada mês do ano.
- Jogar Flores no Mar: Em algumas culturas brasileiras, principalmente as influenciadas por religiões de matriz africana, jogar flores brancas no mar na noite de Ano Novo é uma forma de homenagear Iemanjá, a Rainha do Mar, e pedir proteção e bênçãos para o ano que se inicia.
O Ano Novo (Revéillon) em outras culturas
Ainda que boa parte do mundo, principalmente todo o Ocidente, considere o dia 1º de janeiro o Revéillon, ainda nos dias de hoje o Ano Novo também é comemorado em datas diferentes por outros povos e religiões, de acordo com suas crenças e a sua cultura. Algumas das comemorações mais conhecidas são as seguintes:
China
O Ano Novo Chinês, uma celebração vibrante e profundamente enraizada na cultura chinesa, ocorre entre o final de janeiro e o início de fevereiro, marcando o início de um novo ano lunar. Esta festividade é conhecida por sua rica tapeçaria de tradições e simbolismos. Segundo uma antiga lenda, Buda convocou todos os animais para um encontro, mas apenas doze compareceram. Como recompensa pela sua presença e lealdade, Buda honrou cada um desses animais, atribuindo-lhes um ano no ciclo zodiacal. Esta é a origem fascinante da Astrologia Chinesa, onde cada ano é associado a um desses doze animais, cada um com suas características únicas e influências astrais. A celebração do Ano Novo Chinês é um período repleto de costumes coloridos, reuniões familiares, e um profundo respeito pelas tradições ancestrais.
Ano novo dos Judeus
Rosh Hashaná, o Ano Novo Judeu, é uma celebração que marca o início do ano civil no calendário hebraico. Geralmente ocorrendo em setembro ou outubro, esta festividade é mais do que uma virada de ano; é um período de introspecção, renovação espiritual e expressão de esperança. Durante Rosh Hashaná, as tradições incluem o toque do shofar, um chifre de carneiro, que serve como um chamado à reflexão e ao arrependimento. As refeições são repletas de simbolismo, destacando-se o consumo de maçãs mergulhadas em mel, simbolizando a esperança de um ano doce e próspero. Rosh Hashaná também inicia os Dez Dias de Arrependimento, um período sagrado que culmina no Yom Kippur, o Dia do Perdão, considerado o mais sagrado dia do calendário judeu.
Ano novo Muçulmano
O Ano Novo Islâmico, também conhecido como Hijri, marca o início do calendário lunar islâmico. A data varia a cada ano, movendo-se aproximadamente 11 dias mais cedo no calendário gregoriano. Este dia comemora a Hégira, a migração do Profeta Maomé de Meca para Medina, um evento crucial na história do Islã. Diferentemente das celebrações de Ano Novo em muitas culturas, o Hijri é observado com sobriedade e reflexão. É um momento de lembrar a jornada e os ensinamentos de Maomé, reforçar a fé e a prática religiosa, e refletir sobre o passado e o futuro. Orações, atos de caridade e a busca pela paz interior e a harmonia comunitária são aspectos centrais desta observância.