Seljúcidas
CONTEÚDO DESTE POST
Os seljúcidas são um povo que viveu na área islâmica sunita, de origem turca. Esse nome foi dado em virtude do fundador da civilização, Seljuque, que guiava o povo para diversas regiões, caracterizando a população como nômade. Embora tivessem o costume de vagar por várias terras e regiões de outros países próximos, foi nos limites da Ásia Central e Ocidental que seu desenvolvimento geográfico e populacional se instaurou. Países como a Turquia e a Palestina foram os principais locais onde era possível encontrar esse público, difundindo muitas tradições turco-persas entre os indivíduos e repassando aos seus descendentes.
Também foi um povo que participou de muitos confrontos, especialmente contra os bizantinos. Embora perseguidos e vagando por várias terras, eles tiveram muitas vitórias e promoveram um grande império que permaneceu ativo por muito tempo, trazendo influências para a política, crenças, tradições, costumes e também na religião.
O início das migrações
Esse povo começou a transitar pelos arredores da Ásia Central em meados do século XI. Seljuque era o líder do clã seljúcida e entrou em conflito com Yabgu, chefe supremo dos Oguzes, principal povo que formava a sociedade turca no início do século VIII até o século XI. Quando Seljuque percebeu que a instalação do povo traria consequências, ele se converteu ao islamismo e migraram da região do mar Cáspio, na área do Turcomenistão, até o centro da Pérsia, local onde aprenderiam e desenvolveriam muitas de suas tradições.
Sendo o guia principal do grupo, Seljuque comandou seu povo em diversas guerras e conflitos que se sucederiam ao longo dos anos do século XI. A cada disputa, o povo seljúcida ia aprendendo costumes, língua e cultura que seriam vistas com mais nitidez nas décadas seguintes. Dentre essas guerras, duas se destacam em virtude da conquista de terras e também como partida para o início do Império Seljúcida:
• Batalha de Dandanaqã: foi caracterizada pelo conflito entre os seljúcidas e o povo gaznévida. Cercando os soldados de Gaznévida na região de Ispaã, Seljuque, Yabgu, Chagri e Tugrill conseguiram abater o povo gaznévida, obtiveram a posse de terras e conquistaram o maior título governamental da área gaznévida. Nesse período houve o início do Império Seljúcida, no qual os seljúcidas e o povo gaznévida conviveram em harmonia e passaram a misturar tradições e costumes;
• Guerra contra os bizantinos: Após um intervalo de 14 anos, o povo seljúcida voltou a guerrear, mas agora contra os bizantinos, povo originário da região da Armênia. Em duas tentativas, a sociedade seljúcida não obteve sucesso devido aos contra-ataques poderosos comandados por Alp Arslan e mais tarde por IV Diógenes, imperador romano. Todas as cidades conquistadas foram retomadas pelos bizantinos, forçando o povo seljúcida a realizar uma terceira tentativa. Ela foi satisfatória, garantindo ao povo a conquista da cidade de Jerusalém em 1071. Mais tarde, mais cidades seriam conquistadas como Quios, Antioquia e Lesbos.
Características da população
O povo era muito industrioso. Grande parte de seu trabalho envolvia a construção de muitas obras grandes e bem arquitetadas tanto para o comércio quanto para fins políticos. Embora a construção civil fosse uma das áreas mais fortes do povo, os seljúcidas também faziam atividades comerciais entre si e tinham um sistema de saúde bem evoluído. Era comum encontrar nas cidades e territórios conquistados projetos arquitetônicos que serviriam para hospitais, centros de assistência social, empresas agregadoras de caravanas e muitas escolas públicas.
Essa sociedade também tinha uma política muito forte. Mesmo que no fim das guerras conseguissem a posse de terras, o objetivo principal do governo seljúcida era o de encontrar mais terras, conquistá-las (mesmo que tivesse que matar a população local) e fazer sua expansão crescer em um tempo propício. A cada sultão que chegava ao período de reinado, esse aspecto era trabalhado à maneira do governante maior, mas inteiramente focalizada na conquista desse ponto principal.
A característica religiosa passou por mudanças ao longo do tempo. No período inicial, por causa de Seljuque, muitos indivíduos adotaram o islamismo como religião principal do povo e base fundamental de suas atividades e crenças. Com a conquista de novas terras e a miscigenação com outros povos, a sociedade seljúcida foi desenvolvendo novas formas de crença também agregadas ao islamismo.
Uma dessas misturas deu início ao sufismo, uma crença com base mística que tinham amparo pelo governo. O povo construía centros religiosos com recursos financeiros governamentais conhecidos como madrasas. Esses locais eram visitados por todas as famílias dessa sociedade e transmitiam seus ensinamentos para os seus descendentes.
No ano de 1194, quando Togrull II, sultão na linha de sucessão no governo seljúcida, perdeu o conflito contra o povo do Império Corásmio, a força da sociedade seljúcida foi se perdendo. As terras conquistadas foram tomadas por outros povos, como os mongóis, e suas características puras foram se misturando com outros aspectos de outras culturas, gerando pequenos emirados que ainda apresentam a cultura em sua perfeita forma.