Resumo do Realismo no Brasil

Literatura,

Resumo do Realismo no Brasil

As manifestações artísticas costumam ser divididas pelos estudiosos em períodos diferentes, sendo que aquilo que é produzido dentro de um determinado período (seja na música, teatro, literatura, artes plásticas) possui algumas características em comum que podem ser encontradas. Quando é na Literatura, especificamente, esses períodos recebem o nome de escolas literárias.

Agora você vai ver um resumo do realismo no Brasil, que é justamente um desses movimentos artísticos que tiveram grande peso e revelaram nomes memoráveis em nosso país, principalmente na Literatura, como Machado de Assis, por exemplo.

Realismo no Brasil

Resumo do realismo no Brasil – contexto e características

Antes de entender como esse movimento se configurou aqui no Brasil, é preciso saber mais sobre ele no mundo, afinal, ele veio de fora. O realismo se desenvolveu com força a partir da segunda metade do século XIX e foi mais forte na Literatura, embora tenha envolvido outras manifestações artísticas também, como a pintura e o teatro.

O realismo surgiu na França, bem no contexto da Revolução Francesa, em uma sociedade que estava passando por transformações tecnológicas e que se dividida em duas classes antagônicas: burguesia e proletariado.

O Brasil também estava passando por mudanças sociais importantes: a escravidão foi abolida em 1888 e a mão-de-obra europeia começou a ser utilizada amplamente, fazendo com que os negros fossem marginalizados. O ciclo do açúcar estava entrando em decadência e o centro do país estava mudando de Salvador para o Rio de Janeiro, onde o comércio apresentava um franco desenvolvimento. E não podemos nos esquecer da Proclamação da República, em 1889.

Por aqui, o início oficial do realismo se deu em 1881, com a publicação do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, do autor Machado de Assis.

Vamos ver algumas características do realismo no Brasil:

• O objetivismo ganha força total, em substituição ao subjetivismo que imperava durante o romantismo. Isso é perceptível até na linguagem, que é bem mais direta e sem floreios. Na maior parte dos casos, as obras realistas representam situações que aconteciam com toda uma classe e não apenas com uma pessoa;

• A burguesia é duramente criticada em muitos momentos. Diversas obras literárias do realismo são escritas como uma crítica aos costumes burgueses e à hipocrisia da classe. Para isso, geralmente são usados personagens extremamente capitalistas, que ilustram o pensamento e o comportamento dessa classe social;

• As correntes científicas, como o determinismo, por exemplo, influenciavam os autores que as usavam para legitimar suas ideias;

• O sentimentalismo cai por terra, dando lugar ao materialismo e a preocupação com o presente. Não é raro ver enredos que se desenvolvem em torno de relacionamentos pautados em interesses financeiros, por exemplo;

• As narrativas comumente são lineares.

Resumo do realismo no Brasil – realismo, naturalismo e outras expressões artísticas

É importante compreender que quando falamos em realismo como escola literária, estamos nos referindo a dois estilos diferentes que se desenvolveram paralelamente e com vários pontos em comum: o romance realista e o romance naturalista. Essas características que foram citadas no resumo do realismo no Brasil, acima, cabem para ambos, mas existem aspectos específicos de cada um deles.

O realismo propriamente dito, ou seja, o romance realista, era focado na análise da dimensão psicológica dos seus personagens, como uma forma de retratar a sociedade da época. É aqui que a crítica à burguesia e ao capitalismo conseguem maior intensidade. Machado de Assis é o maior nome dessa corrente e publicou obras que são famosas até hoje, como “Dom Casmurro”, “Helena”, “Esaú e Jacó” e diversos outros.

Já o naturalismo assume muitos romances experimentais e normalmente aborda o ser humano como um animal, focando em seus instintos e em suas fraquezas. A análise social também é importante, mas na maior parte dos casos é referente a grupos que são marginalizados e a coletividade é mais importante do que o indivíduo. Um dos autores mais representativos do nosso naturalismo foi Aluísio Azevedo, com obras como “O Cortiço”, “O Mulato” e “Casa de Pensão”.

O teatro realista também teve destaque aqui no Brasil e assim como os livros, as peças também buscavam fazer um retrato da realidade social, mostrando como vivia o povo brasileiro. Os principais problemas sociais que o país vivia eram levados para os palcos.

Ao invés de personagens românticos, que passavam boa parte do enredo tentando conquistar a mulher amada, declamando-lhe versos e com uma vida luxuosa, no teatro realista os personagens representavam os trabalhadores e pessoas que levavam uma vida simples, lutando dia após dia.

José de Alencar, apesar de ter vivido o romantismo, escreveu uma peça de teor realista, intitulada “O Demônio Familiar”. Machado de Assis fez a sua parte nesse gênero, publicando “Quase Ministro”. Joaquim Manuel de Macedo, que também escreveu obras românticas, contribuiu com o teatro realista com “Luxo e Vaidade”.

Vale lembrar que a poesia dessa época era chamada de Parnasianismo, mas não tinha as mesmas características.