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Código Braille

O código Braille é formado por uma combinação de seis pontos divididos em três linhas e duas colunas. Também conhecido como “sistema de leitura para deficientes visuais”, o método foi criado na França, no ano de 1825, pelo jovem Louis Braille.

A combinação dos seus pontos forma 64 símbolos diferentes que permitem que o deficiente visual ou cego possa realizar qualquer tipo de leitura e também possa escrever textos. A leitura desse código é feita da esquerda para a direita com o toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.

O sistema tem se desenvolvido ao longo dos anos e já conta com máquinas especiais que permitem a escrita em Braille, e computadores adaptados que conseguem transformar comandos de voz dos usuários em textos utilizando o código. Graças a esses mecanismos, centenas de livros puderam ser lidos por deficientes visuais e a inclusão destas pessoas nos espaços acadêmicos vem aumentando gradativamente.

A história de Louis Braille e o funcionamento do código

– Criação do sistema

O código Braille foi criada pelo francês Louis Braille (1809 – 1852), aos 16 anos. O jovem perdeu a visão após ter um olho perfurado enquanto trabalhava na oficina de sua família. Após uma grave infecção, o resultado foi a perda da visão em ambos os olhos.

Estudante de uma escola regular, Louis desenvolveu a capacidade de memorizar textos e ensinamentos e mesmo com a limitação física teve um notável desempenho escolar. Através do militar Charles Barbier de la Serre, e seu método conhecido como “sonografia” ou “escrita noturna”, Braille conheceu um código de pontos em relevo que poderia ser lido com a ponta dos dedos, mas apresentava diversas limitações como a dificuldade em ser memorizado e a impossibilidade de soletração das palavras.

Com base na escrita noturna e com a ajuda da música, Louis desenvolveu, após três anos de pesquisa, o código Braille apresentado oficialmente, em 1829, no livro “Processo para escrever as palavras, a música e o canto-chão, por meio de pontos, para uso dos cegos e dispostos para eles”, que ajudou os cegos e pessoas com baixa visão a lerem e escreverem de forma mais simples e fácil.

– Leitura e escrita em Braille

A leitura em Braille é feita da esquerda para direita. Os cegos costumam ler textos com o dedo indicador de uma das mãos ou com ambas as mãos. Já a escrita é realizada em reglete, uma espécie de prancha formada por uma régua com duas linhas, com janelas correspondentes às celas Braille, em que o papel é inserido.

Essa escrita é feita por extenso, palavra por palavra e letra por letra, ou de maneira abreviada, dividida por grupos linguísticos. Essas formas são chamadas de grau 1 e grau 2, respectivamente. A forma abreviada abrange as preposições, pronomes, conjunções e alguns grupos de letras. Há ainda um grau mais complexo, chamado de grau 3.

O código Braille no Brasil e no mundo

O código Braille é utilizado no Brasil desde 1854. Sua chegada ao país aconteceu no período da monarquia de D. Pedro II, que criou o instituto Benjamin Constant, destinado a educar e profissionalizar meninos cegos do Rio de Janeiro. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a aderir o código Braille, o mais eficiente e prático na tentativa de incluir cegos nas escolas, organizações e instituições.

Mesmo utilizando diversos outros métodos que permitiam a escrita e leitura de deficientes visuais, até o século XIX e meados do século XX, a leitura e escrita dos deficientes visuais era extremamente restrita, por isso a maior parte deles ficava confinado em suas casas, em asilos e até mesmo em hospitais para pessoas com problemas mentais.

Mesmo estando presente em todo o mundo, a capacitação em Braille ainda não é amplamente difundida nas escolas e instituições. Estima-se que somente no Brasil existam mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual. Desse número, 582 mil são cegas e seis milhões possuem uma baixa visão, segundo dados do Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, apenas cerca de 10% dos cegos brasileiros são alfabetizados através do sistema, que é de fundamental importância para a comunicação e desenvolvimento cognitivo, assim como a Língua Brasileira de Sinais é essencial para deficientes auditivos e surdos.

O avanço da tecnologia e dos métodos educacionais tem trazido novas opções e formas de leitura e escrita para deficientes visuais. Uma delas é o Sistema de Informação Acessível Digital, também chamado de DAISY, que permite que os cegos e pessoas com baixa visão possam ler e escrever, estudar e trabalhar através de computadores, smartphones e tablets, o que aumentou, ainda mais, as formas de inclusão e alfabetização de deficientes visuais.

Outras ferramentas são os áudio-books e livros com letras aumentadas para quem possui uma visão subnormal, um peculiar comprometimento da forma de enxergar que não pode ser corrigida com óculos comuns.

This post was last modified on 14 de agosto de 2015 11:15

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