Concordância verbal – regra geral
Você já passou pela seguinte situação: está no meio de uma redação importante, mas não sabe com o que concordar o verbo, ou mesmo, qual a maneira correta de escrever determinada oração?
Quando passamos por situações como essa devemos recorrer a concordância verbal. Em outros artigos deste mesmo site você já teve a oportunidade de ler sobre a concordância verbal, mas, apenas para relembrar vamos novamente ver este conceito.
A concordância verbal nada mais é do que o verbo estar se flexionando a fim de concordar com o sujeito. O verbo sempre irá concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª).
Mas é claro que apesar de já estar preestabelecida, a concordância verbal tem as suas exceções, para tanto possui uma regra geral e outras específicas. O objetivo deste artigo é demonstrar a regra geral, então vamos lá:
A regra geral
Recapitulando, em uma oração, ou frase, o verbo deve sempre concordar em número e pessoa com o sujeito. Lembrando que isso é necessário não apenas por convenções gramaticais, mas também porque assim teremos textos mais claros e objetivos, o que torna a leitura agradável.
Vamos a alguns exemplos:
– Eles está muito cansados – ERRADA
– Eles estão muito cansados – CERTA
Se “ELES” é terceira pessoa do plural, logo, é necessário que o verbo também acompanhe o sujeito e esteja no plural.
A melhor dica é sempre verificar quem é o sujeito da frase, assim, tudo fica mais fácil. Ah! Você não lembra o que é sujeito? Então vamos a um rápido conceito:
Conceituando
Sujeito: o sujeito é considerado um dos termos essenciais de uma oração, é ele quem realiza, ou, sofre a ação indicada pelo verbo, além de ser o responsável pelas terminações verbais.
Os sujeitos podem ser simples, ou, compostos.
Sujeito simples: aquele que tem apenas um único núcleo, logo, podemos dizer que sua concordância tende a ser mais objetiva, ou, direta, além de fácil é claro.
Exemplo: Eles foram jantar foram ontem.
Note que no exemplo o sujeito “eles” concorda com o verbo “foram”, ambos na terceira pessoa do plural.
Sujeito composto: Como próprio nome indica é composto por mais de um núcleo, logo o verbo sempre estará no plural.
Exemplo: João e Carlos são amigos há muito tempo.
Aqui vemos que o sujeito compõe-se de dois núcleos – João e Carlos – lembrando que os nomes podem ser substituídos por “eles” (3ª pessoa do plural), sendo assim, o verbo deve concordar com a 3ª pessoa.
Casos especiais e a importância da concordância verbal
Já vimos a regra geral da concordância verbal onde sujeito e verbo devem concordar em número e pessoa.Mas há ainda algumas regras denominadas específicas que acompanham verbos como o ser, bater, soar, dar, existir, entre outros. Mas, isso é assunto para outro texto.
Como já mencionado no início deste artigo a importância da concordância verbal está no fato de ela auxiliar em uma escrita mais clara e objetiva, além disso, sem a concordância verbal nossa escrita seria um emaranhado de verbos e substantivos que não fariam sentido.
Contudo, é sempre bom lembrar que há casos em que a concordância verbal é deixada de lado pelo que chamamos de “licença poética”. Veja o exemplo:
Cheguei na beira do porto
Onde as onda se espaia
As garça dá meia volta
E senta na beira da praia
E o cuitelinho não gosta
Que o botão de rosa caia,ai,ai
Ai quando eu vim
da minha terra
Despedi da parentália
Eu entrei no Mato Grosso
Dei em terras paraguaia
Lá tinha revolução
Enfrentei fortes batáia,ai, ai
A tua saudade corta
Como aço de naváia
O coração fica aflito
Bate uma, a outra faia
E os óio se enche d´água
Que até a vista se atrapáia, ai…
Música: Cuitelinho / Compositor: Paulo Vanzolini
Repare na letra desta canção: há diversos momentos em que a concordância não está correta, ou melhor, ela nem existe.
“Cheguei na beira do porto onde as onda de espaia”
Quando na verdade o correto seria:
“Cheguei na beira do porto onde as ondas se espalham”
Além disso, até mesmo palavras escritas de maneira “errada” são apresentadas, contudo, vale lembrar que esta é a forma como muitos brasileiros falam, portanto, são expressões regionais que devem ser respeitadas.
A concordância verbal respeita essas peculiaridades, mas isso não quer dizer que ela aceita a forma errada na escrita. De acordo com alguns especialista há inclusive uma certa “lógica linguística” na letra desta canção.
Concluindo
Obviamente que em alguns casos acaba tornando-se difícil utilizar a concordância verbal dentro da gramática normativa, ou seja, aquela gramática que têm regras muito bem descritas a cerca da língua portuguesa.
Entretanto, como já mencionamos desde o início deste artigo há exceções, mas para todos os efeitos, e também para não errar na hora da prova, sempre concorde sujeito e verbo, assim, seus textos estarão além de corretos gramaticalmente, muito claros e objetivos.