Emprego do Imperativo: Afirmativo e Negativo

Empregar corretamente o tempo dos verbos na Língua Portuguesa, é uma tarefa complexa. E muito dessa dificuldade está nos verbos irregulares que, como o próprio nome sugere, são repletos de peculiaridades. O emprego imperativo, embora seja composto apenas de duas formas, a afirmativa e a negativa, é, sem dúvida, um dos mais modos mais pródigos em especificidades.

Embora pareça algo distante, descrito como foi acima, o emprego do imperativo está presente no nosso cotidiano e, muitas vezes, o utilizamos sem mesmo perceber. São muitas as suas utilizações e é necessário entender a sua formação, seu uso e seu sentido exato. Para os adeptos de uma gramática mais tradicional, a conjugação verbal do modo imperativo às vezes é incomoda, especialmente no uso de “tu” e “você”.

Tu e você

As formas mais modernas do Português admitem que se utilize tanto o ‘tu’ quanto o ‘você’, como pronome de tratamento. Na gramática tradicional, ambas as formas estão corretas no emprego para a segunda pessoa, tu ou vós, você ou vocês. Embora ‘tu’ e ‘você’ sejam a segunda pessoa do discurso, ‘tu’ e ‘você’ pertencem a pessoas gramaticais diferentes, ou seja, primeira e terceira, e, portanto, exigem suas respectivas formas verbais e os pronomes adequados. Como sabemos, a evolução natural da linguagem praticamente extinguiu o “tu” e, assim, na prática, sobraram quatro pessoas: eu, ele (s), você(s) e nós. Concluímos, então, que o uso do imperativo numa ordem, exortação ou convite, no português moderno, muitas vezes se mistura com o subjuntivo, e exemplos disso estão em anúncios publicitários e principalmente na fala coloquial, e essa utilização equivocada pretende causar certa intimidade entre os participantes do diálogo. Apenas ilustramos o exemplo anterior, já que nossa intenção é o uso da Gramática em sua maneira tradicional e correta.

Emprego do Imperativo Afirmativo e Negativo

Tanto o imperativo afirmativo quanto o negativo podem ser aplicados em orações absolutas, principais ou coordenadas, e podem denotar comando ou ordem, como na frase “Arrume a casa agora”; conselho ou exortação, como em “Não falte, é o primeiro dia de aula”, um convite ou solicitação, como em “Participem, participem todos” ou ainda súplica, como em “Não se vá”.

O emprego do imperativo ainda pode ser usado para sugerir uma hipótese, utilizado para substituir as asserções condicionais (se) acrescido do futuro do subjuntivo, como na frase: “Compre este imóvel e não se arrependerá” [Se você comprar este imóvel, não se arrependerá].

Vamos analisar primeiramente o Imperativo afirmativo:

Para tu e vós: Deve-se conjugar o verbo no presente do indicativo, sem a letra s.
Por exemplo:
Todas as manhãs tu acordas = acorda tu.
A regra vale para todos os verbos, exceto para o “ser”, onde se usa: sê tu e sede vós.

Para você, nós e vocês: o verbo é conjugado no presente do subjuntivo e o imperativo não muda para essas três pessoas.
Por exemplo:
Acredito que você durma = durma você.
Acredito que nós durmamos = durmamos nós
Acredito que vocês durmam = durmam vocês.

Já para o Modo Imperativo Negativo, todas as pessoas são idênticas ao Presente do Subjuntivo.
Por exemplo:
Não durmas tu, não durma você, não durmamos nós, não durmais vós, não durmam vocês.

Para que se possa diferenciar os dois modos, o Subjuntivo e o Imperativo, precisamos lembrar suas funções: enquanto o subjuntivo expressa uma vontade, um desejo, o imperativo tem como função ordenar, exortar.

Vale ressaltar que as intenções das frases imperativas estão ligadas ao tom de voz empregado na frase. Dependendo da entonação, o que originalmente era para ser um comando, pode ser interpretado como uma súplica. Portanto, ao analisar um enunciado de um exercício do emprego Imperativo, é importante perceber não só a sintaxe e a morfologia, mas também analisar todos os aspectos da frase e o contexto em que ela se insere.

Outras utilizações para o Modo Imperativo

Uma ordem ou exortação pode ser dada por simples interjeições ou frases nominais, como, por exemplo: Silêncio! Corra! Mãos ao alto!

Outro emprego do Imperativo, pode até parecer contraditória, mas não o é: alguns tempos podem atenuar a ordem, tornando a frase mais polida e menos agressiva, como na frase: “A senhora me traz o pedido amanhã”; ao invés de “Traga-me o pedido amanhã!”

Também é possível construir o Imperativo de forma impessoal. Isso permite que a ordem fique genérica, sem que se personalize a sentença, como nos avisos muito comuns atualmente: “Não fumar”! “Não jogar papel no chão”!

Como dissemos no início, embora pareça complicado e cheio de regras, o Emprego do Imperativo é mais simples e mais usual do que parece. Como dito em outros tópicos, a leitura e a prática de sua utilização farão com que seu uso seja adequado, tanto na forma gramatical correta, quanto no português mais popular e coloquial. No caso dessa utilização mais informal, é importante saber que sua colocação está incorreta e que vale apenas no cotidiano.

This post was last modified on 2 de abril de 2015 08:34

Resumo Escolar

Recent Posts

As frases mais importantes da história da humanidade

“Se uma imagem vale mais que mil palavras, então diga isso com uma imagem”. Essa…

29 de abril de 2024

Nacionalidade ou naturalidade: qual a diferença?

Nacionalidade e naturalidade são conceitos fundamentais para compreendermos a origem e os laços de um…

25 de abril de 2024

Como calcular porcentagem

Oi! Hoje vamos aprender sobre porcentagem. Sabe, é como dividir algo em partes e expressar…

4 de abril de 2024

Geleia ou geléia? Qual a forma correta de se escrever.

Então, vamos direto ao ponto: como escrever "geleia" corretamente? Com as mudanças ortográficas, ficou mais…

4 de abril de 2024

O que é Etinia

O conceito de etnia é intrincado e multifacetado, permeando o estudo da Antropologia, a ciência que investiga a…

3 de abril de 2024

Quem foi Enedina Alves Marques

Enedina Alves Marques foi uma pioneira na engenharia e na educação brasileira. Ela foi a…

4 de dezembro de 2023