Oração Subordinada Adjetiva

Gramática, Português,

Oração Subordinada Adjetiva

A linguística, ciência que estuda todas as linguagens, divide o estudo da língua em níveis em uma tentativa de sistematizá-lo, que vão do mais simples (ou concreto) até o mais complexo (abstrato). Assim, tem-se o nível fonético e fonológico, que estudo as palavras e os sons; o nível morfológico, responsável por estudar a combinação das letras em sílabas e palavras; o nível sintático, no qual é estudado a combinação de palavras para a formação de frases; o nível semântico, que estuda a combinação de frases em unidades maiores de sentidos, como parágrafos e textos; o nível pragmático; que é o estudo dos textos em um determinada situação, como uma conversa informal entre amigos; e, por fim, tem-se o nível discursivo, que aborda o estudo do texto em certa situação levando em conta fatores sociais, históricos, econômicos, dentre outros.

Ao expor essa divisão adotada pela linguística, nosso objetivo não é te confundir: antes disso, queremos te situar no campo em que o assunto tratado aqui é classificado. Se estamos tratando de orações, não fica muito difícil concluir em qual campo dos estudos linguísticos o assunto de interesse se concentra, pois se falamos delas estamos falando de frases, e o campo responsável por estudar as frases é o sintático.

Oração Subordinada

Dito isto, podemos partir com mais firmeza para o assunto que realmente nos interessa: a oração subordinada adjetiva. Mas antes disso, vale relembrar mesmo que superficialmente o que são as orações subordinadas.

Período composto

As orações subordinadas, juntamente com as orações coordenadas, dizem respeito àqueles períodos que são compostos, ou seja, que possuem mais de uma oração. Por exemplo, quando nos deparamos com a frase “O cachorro comeu a ração” estamos diante de um período simples, logo não se trata nem de um caso de subordinação nem de um caso de coordenação, já que este não é um período composto, mas sim um período absoluto.

Agora observem a seguinte oração com bastante atenção: “Acordei cedo e fui correr”. Conseguiu identificar a diferença? Nesta frase temos duas orações, “acordei cedo” e “fui correr” ligadas pela partícula “e”. Portanto, obviamente estamos diante de um período composto, assim essa oração deve ser uma oração subordinada ou uma oração coordenada. Mas como diferenciar uma da outra?

Segundo definição, os casos de coordenação ocorrem quando as duas frases que compõem o período composto não apresentam relação entre si. Esta definição, apesar de útil na teoria, é difícil de ser verificada na prática. Assim, vamos tentar uma outra abordagem: estamos diante de uma oração coordenada quando as orações que compõem o período composto podem ser separadas por um sinal de ponto sem nenhum prejuízo ao significado da frase. Quando dizemos “Acordei cedo. Fui correr.” o sentido é o mesmo da oração anterior.

Disso podemos deduzir que as orações subordinadas são aquelas frases do período que dependem do sentido uma da outra. Por exemplo, em “Eu vou quando ele voltar” não podemos separar por ponto as duas orações, pois a frase ficaria sem sentido. Como há um “quando”, advérbio que liga as duas frases, podemos deduzir que se trata de uma oração subordinada adverbial. Além da adverbial, existem as orações subordinadas substantivas e adjetivas. Como é esta última que nos interessa aqui, vamos voltar nossa atenção a ela.

Orações coordenadas adjetivas e seus subtipos

Como estamos tratando de orações subordinadas adjetivas, devemos primeiro relembrar o que são adjetivos. Adjetivos são todas as palavras que atribuem um traço a algo ou alguém, como “belo”, “quente”, “forte”, “grosso”, etc. Vamos recorrer a outro exemplo para que fique mais claro. Contudo, nas orações coordenadas adjetivas geralmente é uma das frases (notadamente a segunda) que exerce a função de adjetivo, ou seja, uma das orações atribui um traço adjetival (ou qualidade) à outra frase, como em “O diretor da escola, que também é professor de matemática, foi despedido”. Neste exemplo, quem exerce a função de adjetivo é a frase “que também é diretor da escola”, já que ela atribuí um traço a “professor de matemática”.

Podemos observar que a oração adjetival é introduzida pelo “que”, um pronome relativo, e isto não é uma coincidência, já que é muito comum que as orações subordinadas adjetivas venha introduzidas por pronomes relativos, como: que, quem, quais, quanto, quando, cujo, suas formas femininas e/ou plurais. Dentro das orações subordinadas adjetivas, há dois tipos: as subordinadas adjetivas explicativas e as subordinadas adjetivas restritivas. Vamos diferenciar uma da outra.

-Oração subordinadas adjetivas explicativas: neste subtipo, a frase subordinada é responsável por uma informação acessória, isto é, mesmo que ela não exista na oração é possível entender o sentido. Na escrita, geralmente a frase subordinada explicativa vem entre vírgulas, como no exemplo “Eu, que nunca tive muita sorte, não consegui a bolsa.”;
-Oração subordinada adjetiva restritiva: neste subtipo, a frase coordenada especifica (ou restringe) o sentido de um dos termos da oração, sendo por isso indispensável para o sentido correto da frase. Ou seja, a frase subordinada direciona a oração para apenas um sentido, eliminando os outros possíveis, como em “As pessoas que nunca praticaram trabalho voluntário são mal vistas no momento da contratação”.