Construindo a ciência
No aspecto cronológico a ciência apareceu como um experimento para encontrar soluções para as perguntas humanas, perguntas como “do que o mundo é feito?”, “o que há lá fora?” e “como chegamos até aqui?”. Além da capacidade de suprir a curiosidade, apontou-se gradativamente coma uma válida profissão, movendo estudos de vidas inteiras.
Já que se constatou que, através da analise e testes do processo científico, era provável não só entender o mundo, mas também entender os seres que nele vivem isso de maneira a conduzir o crescimento de novas tecnologias e, dessa forma, melhorar a condição de vida dos indivíduos. Nesse aspecto, apesar de não haver por si mesma como uma construção humana, a ciência é, desde antes, o instrumento mais importante para o controle do desenvolvimento.
Com um extenso caminhão ainda a percorrer antes de alcançar o sentido e situação atual, do conhecido pensamento científico, que apareceu na Grécia Antiga com os filósofos pré-socráticos que foram denominados de filósofos da natureza ou pré-cientistas. Nessa época, a população ocidental pela primeira vez arriscou deixar para trás a maneira de pensar fundamentada em lendas e princípios para constituir uma nova maneira de refletir, uma maneira de pensar naturalista fundamentada no ceticismo.
O conhecimento dogmático posiciona as ideias como sendo maiores ao que se vê. O conhecimento cético posiciona o que é visto como sendo maior que as ideias. Por mais que se constatem os fatos que arruínem os princípios, um indivíduo com conhecimento dogmático conservará o seu principio. Para a ciência uma tese é formada por uma estrutura física de ideias e fatos, e se constatarem-se fatos que confirmem a farsa da ideia, o pesquisador tem o dever de mudar ou reformular a tese.
No período de Sócrates e seu seguidores, o pensamento critico se estabeleceu, especialmente com a disseminação da definição de prova científica ou fato científico, associado à observação de recorrência do fenômeno natural.
Apesar de não se achar na Grécia antiga o conceito de ciência em padrões modernos, é nela que se encontra o primeiro estágio para se atingi-lo. Tanto a ciência como as religiões empenham-se em reproduzir a natureza. O diferencial está na maneira de pensar. O pesquisador não admite reproduzir o natural junto com o sobrenatural, e para ele é preciso o reconhecimento de fatos que possivelmente falsifiquem as ideias. Para o pesquisador a ciência é única, uma vez que a natureza é somente uma.
Dessa forma, os conhecimentos da física devem acrescentar os conhecimentos da química, geografia, paleontologia e assim por diante. Apesar de a ciência ser separada em campos para simplificar o estudo, ela permanece sendo única.
Classificação
– Ciências naturais e sociais e ciências empíricas e formais
As ciências formais proporcionam-se a estudar as ideias, isto é, a compreensão de procedimentos exclusivamente matemáticos e lógicos. São elementos de pesquisa das ciências formais os conjuntos formais, como por exemplo, a matemática, lógica, teoria dos sistemas e os princípios teóricos da teoria da informação, ciência computacional, microeconomia, estatística, teoria da decisão e linguística.
Já as ciências empíricas são separadas em duas especificações: ciências naturais e ciências sociais.
As ciências naturais também chamadas de fáticas, reais ou factuais, por sua vez, se incubem de compreender os acontecimentos e fenômenos naturais em si. Já as ciências sociais compreendem as perspectivas sociais do mundo do homem, isto é, a vida social e pessoas e grupos humanos. Isso abrange a Antropologia, Economia, estudos da comunicação, Geografia humana, Linguística, História, Ciências Políticas, Sociologia e Psicologia.
– Ciências puras e aplicadas
As ciências fundamentais ou puras abrangem o ramo da ciência que procura entender os mais simples elementos da natureza como as partículas essenciais, a ligação entre eles, e as leis que os governam; acompanhando o raciocínio do reducionismo científico de maneira muito distribuída, normalmente presumi-se nessa ordem que todos os demais fenômenos podem ser uma causa entendida segundo os fundamentos.
As ciências aplicadas destinam-se ao emprego do entendimento para a resposta de problemas funcionais, e normalmente uma vez esclarecidos, não se importam em ir alem disso, a não ser que uma situação funcional mais difícil acompanhe a resposta do primeiro.
– Ciências exatas e inexatas
Uma ciência exata ou tese é qualquer ramo da ciência apta a oferecer padrões matemáticos com equações quantitativas e previsões certas sobre os sistemas tratados, a parte de perturbações ou interferências externas. A relação entre os resultados experimentais e matemáticos é exata. Nesses modos, Física, Matemática, Computação, Química, da mesma forma que partes da Psicologia, Economia e Biologia podem ser contempladas como ciências exatas.
Uma ciência que não se categoriza como ciência exata é considerada inexata.
– Ciências nomotéticas e ideográficas
As ciências nomotéticas são fundamentadas no coletivismo metodológico, e se atentam a determinar normas gerais para eventos capazes de serem retratados, com o propósito final de reconhecer o universo. Participam dessa ciência a Biologia, a Física, e também certas ciências sociais como a Psicologia, a Economia ou até mesmo a Sociologia.
As ciências ideográficas são fundamentadas no individualismo metodológico e se atentam em compreender o único, as coisas que não são freqüentes. Que seja um fato isolado ou um conjunto de fatos, a natureza ou a vida de um ser humano, ou de uma população, o desenvolvimento e a natureza de uma religião, de uma língua, de uma produção literária, cientifica ou artística, ou de qualquer ordem jurídica.