Doenças fúngicas que acometem couro cabeludo e cabelos

Biologia,

Doenças fúngicas que acometem couro cabeludo e cabelos

Manter os cabelos bem cuidados é importante não apenas para a beleza. Fios saudáveis também protegem a cabeça de raios ultravioletas (UV), que tendem a agredir a pele do crânio. Existem algumas doenças causadas por fungos que afetam a qualidade da estrutura do fio, a quantidade de cabelo e o próprio couro cabeludo.

Tais doenças são infecções cutâneas ocasionadas por fungos que se manifestam em partes queratinizadas e semiqueratinizadas da pele, pelos e unhas, e podem ser adquiridas ou congênitas.

Através de exame direto ou laboratorial é possível ter o diagnóstico da doença que está atacando os fios e a pele do crânio. O tratamento para essas doenças é feito não apenas através de medicamentos, mas também de produtos higiênicos adequados. Um cabelo comprometido exige um cuidado especial.

Doenças fungicas

Doenças fúngicas que atacam os cabelos e o couro cabeludo

* Tinea Capitis: Muito comum em crianças do mundo todo, a Tinea Capitis é uma infecção micótica causada por fungos dermatófitos do gênero Microsporum ou Trichophyton. Essas infecções atacam o extrato corneom de tecidos queratinizados do homem e dos animais. Criam, assim, a Tinha. Adiante, veremos tipos de Tinha.

* Tinha Tricofítica: É transmitido através de fungos do tipo Trichophyton. Gera alopecias parciais (tonsuras, ou seja, regiões sem cabelos). Quando os fios são observados por microscópio, é possível ver esporos dos fungos no seu interior e a isso é dado o nome de Endotrix.

* Tinha Microspórica: essa variação é causada pelos fungos do tipo Microsporum. Diferente da Tinha Tricofítica é possível, através do exame direto, visualizar os esporos do fungo por fora do pelo acometido. Essa característica é chamada de Ectotrix. O cabelo também apresenta tonsuras nesse caso, mas elas podem ser bem maiores.

* Tinha Favosa: Outro gênero de Tinea Capitis, essa provocada pelo fungo T. schoenleinii. Causa lesões que aparecem em formas amareladas e, nesse caso, a alopecia é total.

* Microsporum e Trichophyton: Os dermatófitos que causam infecções, criando a Tinha, são dos gêneros Microsporum e Trichophyton. Pesquisas mostram que eles aparecem em pessoas de todas as faixas etárias, mas, principalmente, em crianças e pré-adolescentes, devido à maior exposição a fontes de transmissão. Esses dermatóficos fazem com que apareçam lesões arredondadas, escamações, tonsuras únicas e grandes em várias regiões do crânio. Podem prejudicar inteiramente o couro cabeludo.

* Piedra Branca: É uma infecção fúngica ocasionada pelo Trichosporon spp. Foram documentados casos em muitos estados do Brasil e na maioria das regiões do mundo. Esse fungo compromete a qualidade não só do cabelo e da pele da cabeça. É comum aparecer lesões, também, em regiões genitais. É necessário um amplo cuidado na hora de cuidar dos fios, pois o uso de grandes quantias de cremes condicionadores possa deixá-los úmidos por muito tempo, contribuindo, assim, para a infecção e manutenção dos fungos.

* Pitiríase Versicolor: Essa infecção cutânea superficial é causada pelo dermatófito do gênero Malassezia. Entre as infecções comuns do fungo estão a dermatite seborreica, dermatite atópica e foliculites. Ao todo, são 11 espécies que englobam o gênero Malassezia.

* Cilindros Capilares: Causam pequenas formações tubulares branco-amareladas que estão presentes na haste capilar, mas sem incorporá-la. Ao invés disso, percorrem toda área do cabelo afetada. Não possui uma etiologia conhecida, o que causa enganos de diagnóstico por serem confundidos com outros tipos de doenças capilares ocasionadas por fungos.

Diagnóstico e tratamento

* O diagnóstico das dermatofitoses é feito, a princípio, através de um exame direto do raspado das lesões causadas pelo fungo. Cada um dos fungos apresentam características que serão observadas para estabelecer o tratamento. É necessário, então, um exame laboratorial para ter a confirmação.

* Entre as dermatofitoses, a Tinea Capitis é uma das mais frequentes, sobretudo em regiões tropicais e subtropicais. É necessário que o profissional que irá tratar saiba da necessidade de uma pesquisa e cultura, além do exame direto. As manifestações das doenças fúngicas podem variar dependendo do agente. Isso poderia atrapalhar o diagnóstico e os exames laboratoriais.

* O tratamento geralmente é medicamentoso tópico e o cuidado com a higiene será fortemente enfatizada pelo dermatologista. Ele irá recomendar remédios que inibem a ação e o crescimento do fungo. Porém, como as manifestações clínicas podem ser as mais variadas, a medicação irá se adequar ao tipo de fungo presente na cabeça.

* Sabe-se que 71,3% dos casos de lesões no couro cabeludo são transmitidos pelo M. Canis, um parasita de animal doméstico. Crianças que sofrem, ou sofreram, com a ação desses fungos, normalmente, tinham contato direto com esses animais. Manter a distância de animais domésticos não garante cura imediata, mas é extremamente necessário para o infectado.

* Através de um exame direto é possível se chegar a um diagnóstico claro, mas jamais deve ser descartado o exame laboratorial. A variedade de doenças fúngicas e manifestações clínicas pode confundir o profissional. Por isso, para evitar diagnósticos errados, é essencial utilizar maneiras mais precisas para se chegar ao tratamento.