A Conquista Muçulmana da Península Ibérica

História,

A Conquista Muçulmana da Península Ibérica

A conquista muçulmana na Península Ibérica marcou o fim do império de um visigoto na Hispânia. Depois da conquista do território, os muçulmanos continuaram no local por vários séculos e exerceram grande influencia devido a sua cultura.

No inicio da Idade Média, essa porção de terra era governada por impérios visigodos, vindos da Escandinávia. Os godos retratavam os povos conhecidos como bárbaro pelo Império Romano.

Ainda nesse período, os países da França, Espanha e Portugal, conhecidos como estados nação, não se encontravam como país, apenas havia uma diversidade de poderes independentes.

A Conquista Muçulmana

A Península Ibérica, quase que em sua totalidade, era repleta de visigodos, que tinham o poder de nomear os seus próprios reis. Porém, no século VIII, quando começou o processo de continuação de domínio entre os visigotos, originaram-se os conflitos.

Nesse período, um grupo vindo do norte da África, desgostosos com a sequência do reino solicitou um auxílio militar ao governador muçulmano Tárique. Foi a partir daí, em 711, começaram as manifestações populares e militares comandadas pelo líder muçulmano

A conquista muçulmana aconteceu com a conquista em cima do rei visigoto Rodrigo, o que definiu o termino do Reino Visigótico de Toledo. Com isso, os muçulmanos se consolidaram na península, mais tarde, foram aumentando suas fronteiras territoriais. Por causa de o controle militar e local, surgiu também o domínio cultural.

O território da Península Ibérica estabeleceu-se como uma zona aderente ao cristianismo. Após a invasão dos mouros,povo de origem africana que vivia no território onde hoje é o atual Marrocos, a sociedade de estabeleceu como heterogênea devido à mistura de povos como, berberes, árabes, moçárabes ,muçulmanos, cristão arabizados e judeus, de culturas diferentes. No meio de todos esses povos, os moçárabes ocupavam a grande maioria da população presente na Península Ibérica, usufruindo de sua autonomia religiosa e criando suas próprias leis, porém tinham que pagar impostos pessoais e prediais em cima do lucro das terras.

Os moçárabes eram os cidadãos que já ocupavam a região e permaneceram com a sua crença após a tomada dos mouros, porém aderiram o modelo de relacionamento utilizado pelos muçulmanos.

A partir da invasão da Península Ibérica, os cristãos do território tentaram banir os muçulmanos e restabelecer o poder local, mas o método de reconquista permaneceu por toda a Idade Média.

O processo foi executado em três etapas. A primeira teve a posse da península pelos muçulmanos que eram subordinados ao Califado de Damasco. A segunda etapa teve a independência do emirado islâmico. E na terceira e ultima etapa, os cristãos fortaleceram o regime de reconquista, desestabilizando o emirado e dando origem a novos reinos cristãos. A partir desse momento, nasceu a Península Ibérica, o estado de Portugal, e os reinos de Leão, Navarra, Castela e Aragão que, mais tarde, se tornariam o estado da Espanha.

Depois de 800 anos de esforços para reconquistar o território, o processo só teve fim no inicio da Idade Moderna quando os reis, Fernando e Isabel, tiraram por completo os muçulmanos do poder e unificaram, em 1492, o estado da Espanha.

Os vários sucessores dos árabes que, depois da reconquista, continuaram em Portugal, habitavam as mourarias, vilas e arrabaldes semi-rurais localizados próximos aos muros das cidades, que preservavam a memória dos nomes e de plantas de localidades diferente, como Lisboa e regiões ao sul de Tejo.

Os muçulmanos criaram na região da Península Ibérica, indústrias artesanais de arreios, carros de boi, tapetes e armas. Começaram a plantar árvores frutíferas como, limoeiros, amendoeiras, macieiras e laranjeiras, além da oliveira que foi levada para a região.

Na área do conhecimento, os muçulmanos colocaram informações novas no ramo da Medicina, da Geografia, da Astronomia, da Navegação e da Matemática, que foram sobrepostos pelos algarismos romanos aos poucos. Além disso, implantaram a utilização da bússola e do astrolábio para auxiliar as navegações ibéricas lançadas nos séculos XIV e XV.

Anteriormente, os ibéricos não faziam uso da pólvora e nem conseguiam produzir papel, dois elementos trazidos pelos muçulmanos na conquista da Península Ibérica. Os muçulmanos por terem contato com diversas culturas orientais, eles pegavam o que achava interessante e útil e implantavam na sua cultura.

Algumas palavras que tiveram origem com os árabes, ainda permanecem no dicionário português, até os dias atuais. Entre eles estão: alferes, açúcar, almirante, alcachofra, laranja, azeitona, tapete, masmorra, algodão, safra e papagaio. Ao todo, são mais de 600 palavras do português que teve inicio com os árabes, principalmente substantivos relacionados a vestuários, instrumentos científicos, mobiliário, agricultura e utensílios variados.

Alem da contribuição muçulmana, os mouros também deixaram registros na música, com o flamengo e o faço que começaram baseados em instrumentos mouros, como o violão que provem de aparelhos árabes. Fora isso, eles contribuíram para a tradução de textos clássicos gregos e latinos que proporcionaram resgatar obras importantes para a Europa renascentista, após muitas terem desaparecido na Idade Média.