Política dos 3R’s

Geografia,

Política dos 3R’s

A política dos 3R’s é um manual de procedimentos que deve orientar políticas de Estado, políticas ambientais públicas e privadas, além de ser fundamental que faça parte da rotina de toda a sociedade humana em todos os lugares do planeta. A finalidade da política dos 3R´s é controlar o depósito de lixo no meio ambiente e suas graves consequências para o futuro do planeta e mesmo para a continuidade da raça humana.

Política dos 3R’s

O custo do lixo para a sociedade e para o meio ambiente

Um ser humano produz, diariamente, até 2,5 kg per capita de lixo. Somente no Brasil, é produzido um total de 240 mil toneladas diárias de lixo, o que significa 7.2 milhões de toneladas mensais, ou 86,4 milhões de toneladas de lixo por ano.

É um exercício um tanto quanto assustador tentar imaginar para onde vai tanto lixo e qual o impacto que o descarte desse material pode provocar no meio ambiente. Pois não é preciso sequer se debruçar sobre os danos ambientais. O homem, nos próprios centros urbanos, é vítimas do descontrole, que provoca obstruções no curso dos rios, obstrução das galerias de água, acarretando o risco de transbordamentos e inundações.

A água contaminada, a mistura de lama, lixo e esgoto é uma combinação capaz de acarretar graves problemas de saúde pública, abrindo caminho para a proliferação de doenças como leptospirose, cólera, hepatite e diarreias, seja pelo contato, seja pela ingestão de água contaminada.

O convite às doenças é também um convite ao aumento dos gastos com saúde pública, o que impacta negativamente na economia do Estado, mas o problema econômico se torna mais assustador quando defrontado com o desperdício de R$ 4,6 bilhões anuais com descarte de lixo que poderia ser reaproveitado ou reciclado.

Um dos problemas mais graves enfrentados pela sociedade humana é o descarte do lixo produzido. Diariamente, o ser humano descarta na natureza uma enorme quantidade de resíduos, como sobras de alimentos, papel, esgoto, embalagens e produtos químicos.

A falta de infraestrutura suficiente para tratar tanto lixo faz com que 75% do material seja lançado nos chamados “lixões”, que são depósitos de lixo encontrados nos arredores da cidade. Esse material fica exposto a céu aberto, trazendo como consequência a proliferação de insetos, ratos e mal cheiro. O material contamina também o ar, o solo, as águas, os lençóis freáticos e os rios próximos.

A custo da omissão pode ser grave, tornando cada vez mais precárias as condições de vida no planeta, com a contaminação da água, do ar e dos alimentos.

O custo das sacolas plásticas para o meio ambiente

Um dos materiais mais nocivos ao meio ambiente e cujo descarte traz, também, malefícios diretos à vida humana, são as sacolas plásticas. Úteis e práticas, quase um milhão delas é consumido por minuto no mundo. Em outras palavras, são 60 milhões por hora e 1,4 bilhão de sacolas plásticas usadas diariamente.

O problema é para onde elas vão após o uso, que é para o meio ambiente, não sem antes entupirem córregos e bueiros, provocando inundações em períodos de chuva. Sem contar com o estrago causado em rios e mares, onde o dano se estende ao ecossistema, vitimando aproximadamente 100 mil pássaros anualmente, contaminados pela ingestão dos detritos.

Uma sacola plástica, em geral, tem uma passagem curta pela vida das pessoas. Muitas vezes são usadas uma única vez. Em compensação, podem levar 200 anos causando estragos na natureza. É o tempo que esse material, feito com polietileno, substância derivada do petróleo, leva para se degradar na natureza, sem contar com a poluição causada com a liberação de gás carbônico, consequência da degradação do mesmo.

Outros materiais, também nocivos ao meio ambiente, são despejados em grande quantidade na natureza, também causando danos ao meio ambiente e ao ecossistema. Os vidros, por exemplo, levam mais de mil anos para se decompor. Os metais levam mais de 100 anos. O papel leva de 3 a 6 meses.

É algo completamente utópico acreditar que seja possível reverter completamente esse quadro em pouco tempo. Seria quase o mesmo que estabelecer um colapso na atividade econômica e paralisar a humanidade.

O que o ser humano não pode fazer é se acomodar e não estabelecer combate aos efeitos da poluição causada por ele próprio, haja vista não ser o único habitante do planeta.

A política dos 3R’s

O que é possível fazer é tentar atenuar o problema. A política dos 3R’s, ainda que se deva reconhecer que não é de fácil implantação, é muito simples e pode mudar a relação predatória e destrutiva do ser humano com a natureza, de um lado reduzindo a extração de matéria prima, de outro evitando devolvê-la na forma de lixo e poluição.

Consiste num tripé, que tem como elementos: reduzir, reutilizar e reciclar.

Reduzir, antes de tudo, é uma política de contenção. Consiste em evitar a utilização desses materiais cujo descarte provoque poluição e degradação ambiental. Esse modelo começa na indústria, na substituição dos materiais e se desdobra por todos os setores da economia e da sociedade, como um todo.
Evitar o uso de produtos descartáveis, como louça, sacos plásticos, guardanapos de papel, embalagens descartáveis de papel, papelão, vidro e plástico, entre outros, pilhas e baterias também ajudam no combate à poluição, assim como o uso de embalagens recicláveis e pilhas recarregáveis, por exemplo.

Reutilizar é a melhor forma de manter os materiais em uso, atrasando o seu retorno ao meio ambiente na forma de lixo. Além de evitar o uso de papel, por exemplo, é recomendável usar o verso de folhas impressas para rascunho. Reaproveitar caixas de papelão para organizar e guardar objetos, assim como embalagens de produtos para guardar alimentos e fazer o compostagem dos restos de alimentos.

Reciclar é a forma de fazer com que esses materiais poluentes não retornem à natureza em forma de lixo, ao mesmo tempo em que reduzem a exploração da matéria prima. O processo de reciclagem serve para fazer com que o produto manufaturado retorne à forma de insumo, sendo reutilizado na fabricação de novos produtos.

É fundamental que esses materiais sejam separados na origem do lixo. É papel de todos, das empresas, dos governos e de cada membro da sociedade contribuir, cada um dentro de sua esfera, para esse processo. O lixo, nesse caso, deve ser separado, sobretudo os materiais recicláveis, como vidro, papel, sacos plásticos e alumínio, do lixo orgânico.