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Teatro do Oprimido

Criado pelo dramaturgo, diretor e teórico Augusto Boal em 1960, o Teatro do Oprimido (TO) é caracterizado como um método que utiliza de técnicas, exercícios e jogos teatrais para estimular a discussão e problematização de assuntos políticos, sociais, éticos e estéticos. Essa discussão é realizada de forma ativa para que a postura de praticantes e espectadores seja relevante diante de conflitos, objetivos, desejos e problemas aleatórios.

O Teatro do Oprimido é visto como uma metodologia que trabalha o lado artístico, social e político de praticantes e espectadores, sendo que, através de técnicas utilizadas ao longo de sua realização, ele é capaz de ajudar as pessoas a desenvolver a desmistificação do seu corpo e mente, aprendendo a discutir sobre os mais variados assuntos e expor suas opiniões de forma única. O TO ajuda a pessoa buscar a ação dentro si, preparando-a para ações que possam ocorrer no futuro.

Tanto para o praticante, quanto para o espectador, o teatro do oprimido estimula a busca da sua liberdade de ação, para expor de forma simples sua opinião real e estar a par do que acontece no mundo, desenvolvendo uma espécie de libertação dos oprimidos, ou seja, libertar os indivíduos que se sentem coagidos e submetidos a algo, seja por autoridades, pela sociedade, pelo uso da força e assim em diante.

Princípio do Teatro do Oprimido

Ter voz ativa. É basicamente o que se pode interpretar a partir das técnicas expostas no teatro do oprimido, que busca ativar sensores que ajudam as pessoas superarem limitações e estejam prontas para trabalhar sua liberdade e de criar o “novo”. A ideia é que, através de todas as técnicas utilizadas ao longo da metodologia, as pessoas possam se estimular de forma a discutir sobre os mais variados problemas que surgem no cotidiano, refletindo sobre as ações realizadas.

O princípio do Teatro do Oprimido é livrar a mente e o corpo de ações repetitivas, de pensamentos comuns e outras tarefas que tenham sido “ensinadas” de forma “alienada” aos homens. O objetivo é oferecer uma liberdade criativa às pessoas, para que possam refletir e observar por si só, sem a influência de qualquer ser – tudo isso para qualquer ser, seja ele ator ou não. O interessante é que Augusto Boal desenvolveu os princípios do Teatro do Oprimido considerados necessários para a evolução das pessoas.

Ao todo, são três princípios classificados como essenciais para desenvolver a evolução e a liberdade criativa das pessoas. O primeiro seria o reapropriamento dos meios de produção teatral pelos oprimidos. O segundo trata-se da quebra da quarta parede. E o terceiro que seria a insuficiência do teatro diante da transformação social. O princípio do Teatro do Oprimido age de forma importante para a libertação do ser, principalmente por conta das propostas serem tratadas como “fortes” princípios para atingir o objetivo.

– O primeiro princípio indica o objetivo de Augusto Boal em reapropriar os meios de produção teatral pelos seres que se sentem oprimidos, de forma com que o “fazer teatral” possibilite recuperar todo o processo e recurso que fora reprimido pelo aspecto social. Com isso, todos passam a ter capacidade de criar algo, de se expor de forma clara e, principalmente, se colocar diante de alguma opinião imposta.

– O segundo princípio se baseia na quebra da quarta parede que se é colocada entre o ator e o público. A ideia é romper essa parede de forma com que todos possam refletir de forma livre, tendo sua própria crítica e realidade. Segundo Augusto, o rompimento busca trazer o público para dentro da reflexão feita nos palcos, estimulando-o para interagir diante dos problemas compartilhados valorizando a capacidade criativa das pessoas.

– O terceiro princípio é tratado por Augusto como uma forma de desenvolver uma consciência própria do teatro, ampliando as opções de forma com que as pessoas tenham possibilidades para transformar a sua vida das pessoas, convertendo as intervenções em mudanças reais, e acabar com a opressão.

Tipos de teatro

Boal desenvolveu diversos tipos de teatro com o objetivo de ajudar ainda mais na liberdade de criação e opinião das pessoas muito além dos palcos. O dramaturgo organizou o Teatro do Oprimido em diferentes tipos de teatro, ou seja, em diferentes técnicas e formas que tendem a estabelecer que o teatro é a ação. Nos grupos criados dentro do Teatro do Oprimido pode-se citar: o Teatro-Jornal, Teatro Imagem, Teatro Invisível, Teatro-Fórum, Arco-Íris do Desejo e o Teatro Legislativo.

Os tipos de teatro (técnicas ou formas utilizadas no Teatro do Oprimido) são variados, mas os mais utilizados e comuns nos dias de hoje são o teatro-jornal (revela diferentes informações que são/eram distorcidas nos jornais daquele tempo devido à censura que ocorria), o teatro imagem (encenações realizadas com linguagens não-verbais), teatro-fórum (derruba a barreira entre o palco e platéia, estimulando o público a participar do diálogo) e assim em diante.

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