Euclides da Cunha nasceu no Estado do Rio de Janeiro, na cidade de Cantagalo, no dia 20 de janeiro de 1866. Ele é um dos jornalistas e escritores brasileiros mais reconhecidos em seu tempo. Por isso, trouxemos este resumo sobre Euclides da Cunha.
Com apenas três anos de idade, Euclides ficou órfão de mãe e morou com familiares mais próximos em vários locais do Rio de Janeiro, além de Teresópolis e São Fidélis, cidades do interior fluminense. Formado pela Escola Militar, Euclides da Cunha prestou serviço militar por um curto período após a sua conclusão acadêmica. Desse tempo, surgiram os seus ideais contrários à monarquia. Foi após a Proclamação da República, em novembro de 1889, que ele voltou à carreira militar.
Nesta segunda passagem, estudou artilharia, estado-maior e engenharia militar. Ele ainda se formou em ciências físicas e naturais, além de matemática. Enquanto finalização a sua graduação de bacharel e primeiro-tenente, Euclides iniciou seus trabalhos no maior periódico do Estado de São Paulo. Em 1895, largou em definitivo o ambiente militar e se firmou como engenheiro civil, dividindo o seu tempo como colaborador da imprensa paulistana e superintende de obras do Estado de São Paulo.
Apesar de tantas formações, foi como jornalista de guerra e conflitos que Euclides da Cunha se destacou. Entre as coberturas mais marcantes, está a da Revolução de Canudos, um dos capítulos mais importantes da história brasileira, que ocorreu em 1897. A revolução se deu na Bahia, entre os sertanejos locais e o exército nacional. Foi este período de cobertura e vivência que fez com que Euclides da Cunha produzisse a sua maior obra: Os Sertões. O livro é considerado um marco na literatura brasileira, marcando o estilo pré-modernista justamente por narrar o dia a dia de uma comunidade abandonada pelos grandes centros. O livro Os Sertões é dividido em três partes: A terra, O homem e A luta. Graças ao enorme sucesso da obra, Euclides entrou para a Academia Brasileira de Letras (ABL) e para o Instituto Geográfico Brasileiro no ano de 1903.
Já a vida pessoal do escritor foi bem conturbada, durante certo ponto. Casado com Ana Emília Ribeiro, Euclides viu a mulher dar a luz a duas crianças devido a relações extraconjugais com o militar Dilermando de Assis. Ao saber da traição, Euclides da Cunha tentou assassinar o militar com uma arma, mas durante a briga, acabou sendo morto por Dilermando. O episódio, que ocorreu em 1909, ficou conhecido como a Tragédia da Piedade. O militar Dilermando de Assis, responsável pelo tiro que matou o autor de Os Sertões, foi inocentado em julgamento. Afrânio Peixoto, que anos depois ocupou a cadeira de Euclides da Cunha na ABL, foi quem assinou o atestado de óbito do jornalista e escritor.
Os textos de Euclides da Cunha continuam sendo relevantes até hoje em dia e discutidos, amplamente, no mundo acadêmico brasileiro e, até mesmo, no exterior. Nas cidades que fazem parte da história do autor, é comemorada, inclusive, a Semana Euclidiana para comemorar toda a obra e vida de Euclides. A Semana homenageia, principalmente, o livro Os Sertões, enredo que ficou marcado especialmente pelo tema regional que o conteúdo carrega, além do uso do neologismo. Essas características identificam o inicio do momento pré-modernista da literatura brasileira, o que influenciou o período do modernismo mais para frente. A importância de Euclides é tão grande que houve diversas exibições em sequência para registrar o centenário do seu falecimento, a principal, intitulada de 100 Anos sem Euclides, que aconteceu na sua cidade natal.
Além do aclamado Os Sertões, sua obra máxima de 1902, Euclides produziu outros três grandes livros:
O autor também escreveu muitas cartas ao longo de sua vida, que acabaram sendo publicadas em 1997, pela Editora da Universidade de São Paulo, com o título de Correspondência de Euclides da Cunha.
Euclides da Cunha morou na cidade de São José do Rio Pardo no período de 1898 a 1901, quando atuou na obra de construção de uma ponte. Nos períodos vagos do trabalho, se dedicou a finalizar as linhas de Os Sertões. Este local, situado no Estado de São Paulo, ficou conhecido como O berço de Os Sertões e, desde então, realiza anualmente a Semana Euclidiana no mês de agosto. A obra maior do escritor, no entanto, foi concluída e publicada enquanto Euclides vivia em São Carlos, cidade do interior de São Paulo, e chefiava o Distrito de Obras Públicas. Em comemoração ao fato, a cidade de São Carlos também organiza a sua própria Semana Euclidiana. Para finalizar, Cantagalo, cidade onde Euclides da Cunha nasceu, busca manter o legado da sua personalidade viva até hoje.
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