Resumo Jorge Amado

Biografias,

Resumo Jorge Amado

Jorge Amado, escritor baiano, foi um ícone da literatura brasileira que integrou a segunda geração do Modernismo, na qual nasceram grandes obras regionalistas. O título do seu primeiro livro, escrito aos 18 anos de idade, não poderia ser mais emblemático: O País do Carnaval. A obra foi um sucesso de público e elogiada pelos críticos literários. Os trabalhos de Jorge Amado foram adaptados para novelas, cinema e teatro, traduzidos para 49 idiomas e reconhecidos com várias premiações, tanto no Brasil como no exterior.

Resumo Jorge Amado

Jorge Amado de Faria nasceu em Ferradas, um pequeno distrito de Itabuna, no Estado da Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Na época, seus pais, Jorge Amado de Faria e Eulália Leal, moravam na Fazenda Auricídia. O escritor teve três irmãos: Jofre, Joelson e James.

No primeiro ano de vida de Jorge Amado, a família foi obrigada a mudar para Ilhéus, devido a epidemia de varíola que atingiu a população da região de Itabuna. Quatro anos depois, a família fez mais uma mudança. Desta vez, estabeleceram residência na Fazenda Taranga, em Itajuípe, onde o pai do escritor retomou o cultivo de cacau.

Jorge Amado foi alfabetizado pela mãe. Aos 10 anos idade, criou o jornal “A Luneta”, distribuído aos familiares e vizinhos. Nesse período, Jorge Amado passou a estudar no Colégio Antônio Vieira, um internato administrado por padres jesuítas.

Dois anos depois, ao voltar para o colégio após as férias, decidiu fugir para casa do avô, que morava na cidade de Itaporanga, em Sergipe, e levou dois meses para chegar até lá. Pouco tempo depois, a pedido do pai, um tio levou o rapaz de volta para a Bahia.

Matriculado no Ginásio Ipiranga, outro internato, dirigiu o jornal do grêmio estudantil, intitulado “A Pátria”. Em seguida, ele fundou o jornal “A Folha”, em oposição ao outro periódico. Em 1927, Jorge Amado passou a morar no Pelourinho, em Salvador, e começou a trabalhar no Diário da Bahia como repórter policial. Depois, foi para o jornal O Imparcial.

Na mesma época, a revista A Luva publica a poesia “Poema ou Prosa”, escrita por ele. Envolvido com o candomblé, Jorge Amado recebe do pai-de-santo Procópio o título de “ogã”, que significa protetor. Em conjunto com outros escritores, fundou a Academia dos Rebeldes. O primeiro romance, O País do Carnaval, foi publicado em 1931.

Jorge Amado casou-se com Matilde Garcia Rosa em 1933. O casal teve uma filha, Eulália. No Rio de Janeiro, estudou na Faculdade Nacional de Direito, formando-se em 1935.

Passou alguns anos fora do país, exilado na Argentina e no Uruguai, devido a seu envolvimento com o comunismo. Antes de partir para o exílio, Jorge Amado publicou o livro “Mar Morto”, consagrado com o prêmio Graça Aranha. Já fora do Brasil, mais uma obra é lançada: “Capitães de Areia”. De 1941 a 1944, viajou pela América Latina. Ao retornar ao Brasil, separou-se da esposa.

O escritor casou-se com Zélia Gattai em 1945. Dois anos depois, nasceu o primeiro filho do casal, João Jorge. Deputado federal pelo Estado de São Paulo, integrou a Assembleia Nacional Constituinte em 1945, como representante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). É de sua autoria a lei que garante direito à liberdade religiosa, em vigência até hoje. O mandato foi suspenso quando o PCB foi declarado ilegal, e Jorge Amado foi obrigado a ficar exilado na França, mas foi expulso do país em 1950. Um ano antes, Eulália, filha do seu primeiro casamento, faleceu.

De 1950 a 1952, Jorge Amado viveu em Praga, na Áustria, onde nasceu a sua filha Paloma. Naquele tempo, esteve na China, Mongólia e em Moscou, onde recebeu o Prêmio Internacional Stalin.

Jorge Amado: intensa produção literária

Ao retornar ao Brasil, em 1955, interrompeu a militância política, dedicando-se exclusivamente à literatura. Em 1958, lançou um de seus romances mais famosos: “Gabriela, cravo e canela”. Nove anos depois, publicou o outro grande sucesso “Dona Flor e seus dois maridos”.

Em 1961, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 23, cujo patrono foi José de Alencar e que já havia sido primeiramente usada por Machado de Assis.

Entre inúmeras homenagens, Jorge Amado recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial em vários países da América Latina (Argentina, Chile e Venezuela) e da Europa (Portugal, Espanha e França). Recebeu o título de Doutor Honoris Causa em dez renomadas universidades no Brasil, Europa e Israel. O último título que ele recebeu pessoalmente foi em 1998, em Paris: o título de Doutor concedido pela Universidade de Sorbonne, na França. Mas Jorge Amado orgulhava-se mesmo era do título de Obá, orixá do candomblé. Participou ativamente do terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá.

Vítima de um edema pulmonar, em 1996, Jorge Amado foi submetido a uma angioplastia. A partir desta época, a vida mudou muito, pois o escritor não tinha condições para ler e escrever como antes, uma vez que já não enxergava muito bem.

Internado em 2001, devido a uma crise de hiperglicemia e fibrilação cardíaca, Jorge Amado não resistiu muito tempo, após receber alta hospitalar. No dia 6 de agosto de 2001, o escritor faleceu, em Salvador. As cinzas do corpo cremado foram enterradas no jardim de sua casa no dia 10 de agosto de 2001, quando o escritor completaria 89 anos.

Jorge Amado: suas principais obras

Romances:

1931 – O país do Carnaval
1933 – Cacau
1934 – Suor
1935 – Jubiabá
1936 – Mar Morto
1937 – Capitães de Areia
1942 – Terras do sem-fim
1944 – São Jorge dos Ilhéus
1946 – Seara Vermelha
1952 – Os subterrâneos da liberdade
1958 – Gabriela, cravo e canela
1967 – Dona Flor e seus dois maridos
1970 – Tenda dos milagres
1973 – Tereza Batista, cansada de guerra
1977 – Tieta do Agreste
1979 – Farda, fardão e camisola de dormir

Novelas:

1961 – Os velhos marinheiros
1964 – Os pastores da noite

Biografias:

1941 – ABC de Castro Alves
1945 – Vida de Luiz Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança

Teatro:

1947 – O amor de Castro Alves, obra reeditada sob o título O amor do soldado