Agricultura Sustentável, o Homem e o Meio Ambiente

Biologia,

Agricultura Sustentável, o Homem e o Meio Ambiente

A sociedade humana vive um grande desafio nesse início de século XXI. As condições de vida na Terra estão sob ameaças da poluição e da degradação ambiental.

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Nada atenta mais contra o futuro do que a indiferença, o que obriga aqueles que foram tocados pela tomada de consciência a se desdobrarem no sentido de conscientizar a sociedade e combater as práticas que comprometem o futuro do planeta.

Os problemas que afligem a sociedade humana são materiais, ambientais, mas também humanos. Sob esse último aspecto, que deveria ser o núcleo e razão de ser das políticas governamentais e institucionais, o posicionamento da agricultura sustentável, enquanto disciplina, é um marco, uma vez que seus postulados incluem a defesa do solo, mas também da saúde e da dignidade humana.

É impensável que se trabalhe arduamente pela preservação das condições materiais e ambientais sem que, concomitantemente, haja um esforço reiterado para a preservação e elevação das condições humanas.

Dentre as premissas da agricultura sustentável está a defesa de condições de trabalho dignas no campo, num ataque frontal à precarização da vida dos trabalhadores rurais, seja no pagamento de salários indignos, seja na utilização de trabalho escravo ou semi-escravo – problema que infelizmente faz parte da agenda brasileira. Além disso, dentro das premissas da agricultura sustentável está o incentivo à agricultura familiar, nicho econômico importante não só para o abastecimento das populações, como para gerar trabalho, renda e condições de vida ao homem do campo.

O objetivo da agricultura sustentável é garantir condições integrais de vida às atuais e futuras gerações, levando em conta os fatores econômico, ambiental, social e humano. Deve-se destacar o fator econômico, de modo a evitar que os seus princípios se transformem em uma pregação vazia e não aplicável na prática, pois a produção e a geração de riqueza são variáveis que não podem estar dissociadas da abordagem ambiental.

Diretrizes da agricultura sustentável

Assumindo o perfil de algo concreto e aplicável, a agricultura sustentável se estabelece mais que sobre princípios: sobre verdadeiras diretrizes, que apontam rumos a serem seguidos e providências práticas a serem adotadas pelo setor público e pelo setor produtivo no sentido de garantir que os resultados sejam alcançados.

As diretrizes estabelecidas dentro de um projeto de agricultura sustentável incluem:

– Redução da utilização de adubos químicos, que devem ser substituídos pela técnica de fixação biológica do nitrogênio.

– Adoção da prática da agricultura orgânica, excluindo o uso de pesticidas e adubos químicos.

– Adoção de técnicas que não contribuam para a poluição do solo, da água e do ar.

– Criação e utilização de sistemas de captação de água da chuva para utilização na irrigação do solo.

– Proibição do desmatamento de matas e florestas com a finalidade de ampliar as áreas agrícolas.

– Utilização de forma racional, se possível com eliminação total, dos pesticidas.

– Eliminação total do uso de pesticidas ilegais, que podem contaminar o solo e acarretar prejuízos à saúde do consumidor e dos funcionários encarregados de manipular os produtos, inclusive porque há registros de morte por causa da manipulação dos mesmos.

– Utilização do sistema de plantio direto, eliminando o processo de aragem do solo, preservando, assim, a capacidade produtiva do mesmo, devendo-se usar a técnica de cobertura do solo com folhas secas e da rotação da cultura.

– Adoção da gestão territorial e ambiental, que consiste em realizar estudos capazes de identificar as práticas agrícolas adequadas às áreas e climas diversos e específicos, aumentando a produtividade com menor desgaste do solo.

– Reduzir a poluição do ar através da aproximação geográfica da atividade produtiva com o mercado consumidor, reduzindo, ao mesmo tempo, os custos com transporte e a emissão de gases.

– Proteção ao trabalhador, através do respeito às leis trabalhistas relacionadas aos trabalhadores na agricultura, pagamento de salários justos e investimento em capacitação profissional.

– Eliminação da utilização de mão de obra infantil e trabalho escravo, com adoção de punição severa a quem incorrer nessas infrações.

– Valorização da agricultura familiar, garantindo trabalho e renda ao produtor rural, oferecendo condições para que ele possa permanecer no campo.

Estágio da agricultura sustentável no Brasil

O Brasil é um país que apresenta, devido às suas dimensões territoriais, um sério problema de gestão das boas práticas ambientais e de agricultura sustentável.

Infelizmente, trata-se de um país que registra casos de utilização de mão de obra infantil e escrava. Quando não, é possível identificar trabalhadores vivendo em condições precárias em função das relações de trabalho desiguais e falta de ações fiscalizadoras e punitivas por parte do governo.

As práticas danosas ao meio ambiente, como desmatamento, ainda fazem parte da cultura local e o controle governamental é caro e de difícil execução.

Não obstante, o Brasil tem adotado nesse século uma série de medidas para fixação do homem no campo em condições dignas de vida. O incentivo e o financiamento à agricultura familiar são políticas de governo que contribuem para que se possa perceber de forma mais otimista o futuro da agricultura sustentável no Brasil.

Além disso, o Brasil tem na Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) um forte aliado, no sentido de desenvolver técnicas sustentáveis para a agricultura, divulgar as informações e orientar os produtores para a adoção das melhores práticas.