Gene
DNA, gene e genética: campos de estudo e definições.
Ao estudarmos a origem da vida,ou mesmo ao analisarmos a nossa árvore genealógica à procura de referencias para condições de saúde e semelhanças físicas, estamos a nos utilizar dos conhecimentos básicos que temos sobre hereditariedade.
As questões relacionadas ahereditariedade são estudadas pela biologia, em uma área de conhecimento específica denominada genética.
O estudo da genética foi essencial para diversos avanços científicos que aconteceram no século 20, pois indicaram novos caminhos para a medicina, a agricultura e a medicina veterinária.
Em um campo de estudo tão vasto, o termo gene é constante em qualquer discussão sobre genética. A frequência desta palavra no vocabulário de cientistas, estudantes e curiosos sobre o assunto é justificada pois o gene é a unidade básica da hereditariedade.
Para compreender o conceito de gene e os estudos que seguem na área da genética, é preciso definir o que é uma molécula de DNA.
A abreviação DNA refere-se ao termo ácido desoxirribonucleico. Embora o nome pareça complicado, o DNA é um composto orgânico, uma molécula onde estão armazenadas as informações sobre a hereditariedade de todos os seres vivos e também de alguns tipos de vírus. O DNA está presente no interior dos cromossomos e no núcleo das células.
O gene é definido como um segmento da molécula de DNA. Podemos pensar no gene como um dos pedaços que compõem a molécula de DNA. O gene é o segmento (ou pedaço) que contêm os ácidos nucléicos,com todas as instruções genéticas. O restante da estrutura da molécula de DNA tem apenas funções de estrutura. Além destas definições, podemos definir o gene como uma cadeia de nucleotídeos diferentes entre si que, em conjunto, fazem parte de um cromossomo.
Cada gene éresponsável pelo código de uma cadeia polipeptídica. Uma cadeia polipeptídica é a união de vários aminoácidos responsáveis pela formação da proteína. Desta maneira, o gene é formado por uma sequencia de DNA e uma sequencia de RNA (ácido ribonucleico). O RNA é o responsável pela síntese das proteínas de uma célula.
Origem da teoria sobre o gene.
A palavra Gene foi definida pelo cientista botânico dinamarquês Wilhem Ludving Johannsen, em 1909. Porém,desde que a palavra surgiu no dicionário de termos científicos até os dias atuais, muitas teorias foram desenvolvidas,com o objetivo de esclarecer o funcionamento destes segmentos do DNA.
Uma das teorias mais conhecidas foi a “Um gene uma enzima”, desenvolvida pelos cientistas George Beadle (1903-1989) e Edward Lawrie Tatum (1909-1975). Segundo a teoria desenvolvida por eles, cada enzima é catalizada por um gene específico. A partir deste estudo, realizado com o fungo que provoca o bolor do pão, escolhido para a pesquisa por ser um organismo bastante simples, o funcionamento do gene começou a ser esclarecido.
Tipos de gene.
Existem as seguintes classificações para os genes:
Genes dominantes: são os genes que possuem as características predominantes que serão transmitidas aos descendentes.
Genes recessivos: estes genes também possuem as características que poderão ser transmitidas aos descendentes. Porém, estas características serão visíveis nos descendentes apenas quando não houverem genes dominantes.
Gene estrutural: contém os códigos para a formação da estrutura dos seres vivos.
Gene operador: responsável por auxiliar no funcionamento dos outros genes.
Gene regulador: atua como um controlador da síntese e da transcrição de outros genes.
Nas bactérias, há semelhanças entre as cadeias de polipetídicos do DNA e do RNA. Por outro lado, nos seres eucarioticos as sequencias de DNA são bastante diferentes das sequencias de DNA de outros seres vivos.
O estudo da genética e a saúde.
O estudo dos genes, seu mecanismo de funcionamento e relação com a estrutura da vida no planeta Terra é de grande importância para que seja possível avançar nas pesquisas em áreas como a medicina e a biologia.
Para tanto, chamamos de genoma o estudo do conjunto de genes de um determinado indivíduo. No final do século XX, ganhou bastante notoriedade na mídia o projeto Genoma Humano. Este projeto teve por objetivo mapear todos os genes do ser humano, ou seja, todas as cadeias de nucleotídeos. O projeto foi bem sucedido e hoje sabemos que há, no ser humano, em torno de 25 mil genes. Esta longa pesquisa serve hoje como um mapa para que cientistas de diversas áreas se debrucem sobre os resultados alcançados e procurem entender o funcionamento dos genes, com o objetivo de encontrar a cura para doenças genéticas, melhorar processos de produção ou mesmo compreender de maneira mais completa como se estruturam os seres vivos.
Embora possa parecer um assunto distante para as pessoas que não são cientistas, compreender o funcionamento dos genes e, consequentemente, de todo o campo de conhecimento da genética, se torna importante para que a compreensão de doenças como o câncer e o Mal de Alzheimer.
Além disto, a ciência pode ajudar a esclarecer como acontecem más formações genéticas, apontando um caminho para a melhor forma de evitá-las e tratá-las.