A origem da bússola

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A origem da bússola

As Grandes Navegações foram um marco na história. Aconteceram no século XV, quando as potências europeias se lançaram ao mar em busca novas rotas comerciais para importar as especiarias do Oriente, entre outros objetivos. Vários fatores fizeram com que isso fosse possível e um deles foram os avanços tecnológicos e científicos. O uso da bússola, por exemplo, foi fundamental para que os navegantes pudessem se orientar.

Esse pequeno exemplo é só uma forma de ilustrar a importância da bússola nos empreendimentos humanos. É por isso que agora você vai conferir tudo sobre como surgiu esse dispositivo e como ele se desenvolveu ao longo do tempo.

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Origem da bússola

A bússola é considerada um instrumento para orientação e navegação e o seu surgimento é mais antigo do que você pode imaginar! Embora tenha ganhado uma verdadeira importância nos séculos XV e XVI, com os descobrimentos de novos territórios e os processos de colonização, ela foi criada na China, no século I a.C.

Ainda antes do seu desenvolvimento, no século VII a.C., o grego Tales de Mileto já havia descoberto que algumas pedras tinham a capacidade de atrair metais. Então, mais tarde, no século I a.C., criaram a primeira bússola reconhecida pela história, que ficou chamada de Si Nan. O dispositivo consistia em uma espécie de prato quadrangular, que representava a Terra, com uma colher de magnetite no centro, que apontava sempre para a direção Sul.

A magnetite é um mineral de óxido de ferro natural, que sofre influência magnética. A civilização chinesa, portanto, foi a primeira a descobrir essa propriedade e a utilizá-la como forma de encontrar os pontos cardeais.

Vale lembrar que a questão dos pontos cardeais tinha uma grande importância cultural na China. O Norte, por exemplo, era tão simbólico que a tradição era que os imperadores ficassem sempre sentados no Norte do palácio, olhando para a direção Sul.

Depois de ter sido desenvolvida, a bússola começou a ser utilizada para a orientação em alto mar ainda pelos chineses, provavelmente por volta do ano 850. O primeiro documento que menciona o uso da bússola como instrumento de navegação, portanto considerado uma fonte oficial, é o livro de Zhu Yu, de 1117.

Nesse meio tempo, quase mil anos depois da criação da primeira bússola, a colher que ficava no centro foi substituída por uma folha de ferro e o nome do aparelho também mudou para “peixe que aponta para o sul”, por causa do formato da folha. No século XI, a folha foi trocada por uma agulha.

No início dos anos 1300, o marinheiro Flavio Gioia deu uma boa aperfeiçoada nesse equipamento, colocando a agulha em cima de uma espécie de cartão que tinha o desenho de uma rosa dos ventos.

Mas e como é que esse aparelho saiu da Ásia e chegou até a Europa? A verdade é que ninguém sabe ao certo como isso aconteceu, o que existem são várias teorias possíveis. A mais aceita delas é de viajantes chineses teriam ido para o Oriente Médio e depois para a Europa. Durante esse trajeto, a bússola teria chamado a atenção de cartógrafos e astrônomos, começando a se espalhar a partir daí.

Tanto que no século XIII, o equipamento já era muito conhecido e utilizado por todo o continente europeu.

Origem da Bússola – parte 2

A história da bússola não parou por aí! Como se comprovou que ela era realmente muito útil, começou a ser cada vez mais aperfeiçoada, até chegar nas versões modernas que conhecemos hoje.

Em 1825, o britânico William Sturgeon inventou o eletromagneto, ao aplicar os conceitos de geração de campos magnéticos. Esse foi o pontapé inicial para o aparecimento da bússola moderna. Aliás, vários modelos começaram a surgir. É interessante perceber que o tamanho da bússola foi reduzindo, o que aumentou a praticidade do uso desse dispositivo. No final do século XIX, a bússola de mão foi patenteada.

As bússolas encontradas hoje são compostas por uma caixinha em material transparente, chamada de cápsula e em seu interior fica a agulha, que é de metal. Essa agulha tem livre movimento, mas fica apoiada sobre um eixo e por ser magnetizada, ela e atraída pelo polo norte magnético da Terra, apontando para ele. Essa atração acontece porque no interior do planeta há uma grande quantidade de ferro derretido, que acaba funcionando como um imenso ímã.

Alguns fatores podem interferir no funcionamento preciso e perfeito da bússola. Entre eles, podemos destacar:

• Grandes depósitos de minério de ferro;
• Linhas de alta tensão;
• Vedações;
• Objetos que possuam ferro em sua estrutura.

Essas interferências acontecem porque esses elementos que foram citados acima, podem atrair a agulha da bússola também, “confundindo” a sua orientação. Mas, de modo geral, esse é um aparelho extremamente funcional, tanto que sobreviveu ao longo de tantos séculos e continua sendo usado até os dias de hoje. A bússola é considerada uma das invenções mais importantes do homem.